Imprensa é lugar de profissional. Não apenas aquele que está ali para escrever, mas aquele que veste a camisa da imparcialidade local e traduz, em palavras, o sentimento de uma Nação. Infelizmente, não é o que se vê por Minas Gerais.
Os grandes jornais - vai ver por isso estão à beira da falência - insistem em colocar na editoria de Esportes, meros torcedores. O pior é que o viés dos textos que vemos é de torcedor do time rival, o que torna o texto chato e tendencioso. Torcedor, saia dos jornais!
Um jornal de hoje, por exemplo, estampa o técnico Mano Menezes e faz o seguinte questionamento: "E agora, Mano?", fazendo alusão à uma possível ida dele ao Palmeiras, que chegaria com "um caminhão de dinheiro" para levá-lo. A publicação, assim, sugere que o treinador é mercenário, sendo completamente tendenciosa. Acham mesmo que é só chegar com dinheiro aqui que vão levar? A imprensa mineira torce para isso. É um prato cheio para escrachar o treinador que tanta raiva fez nesse povo incompetente e parcial.
Mano, no passado, já deixou o Cruzeiro por dinheiro? Sim. Por cifras astronômicas da China. R$ 2 milhões mensais que qualquer fanático cruzeirense aceitaria. Mas voltou, nos ajudou novamente a sair de uma posição capenga e, um ano depois, nos deu um título da Copa do Brasil. Um trabalho muito bem feito, com erros, sim, mas com muito mais acertos.
Mas aí vem uma porcaria de jornal e busca inflar a insanidade de pseudotorcedores, incoerentes, que pediram, várias vezes, a cabeça do treinador e que, agora, o chamam de traíra sem ele ter sido, sequer, convidado a conversar com outra equipe. Aliás, Mano até quando teve um convite da China, antes sentou com a diretoria, expôs a loucura que os chineses estavam fazendo e a diretoria compreendeu. Não vou, aqui, fazer o advogado de Mano, mas uma coisa é ir para a China e outra é ir para um rival no futebol brasileiro. Antes de acertar sua permanência (ou saída), Mano afirmou que vai sentar com a diretoria celeste e vai ver o que esperam dele, do time e como planejam o ano que vem. Sem planejamento concreto e sem reforços de peso, Mano não fica. Ele sabe que o time, embora bem no Brasileiro, precisa se reforçar. Ao menos três reforços pontuais, para chegarem e serem titulares, têm que vir. Só assim poderemos sonhar com o tri da Libertadores.E Mano vai por isso na mesa. Se a diretoria pensar grande, Mano fica. Ele pensa dessa forma e é assim que a diretoria tem que pensar.
Não sofrerei por antecedência, como muitos torcedores, até de forma volumosa, vêm fazendo nas redes sociais. Vamos esperar essa conversa acontecer.
Mano sempre fio coerente. Saiu quando era inevitável, voltou por gratidão ao clube que lhe abriu as portas quando seu nome não era mais tão falado na mídia nacional, se reergueu junto com o clube e sabe que pode crescer ainda mais. Sempre pregou a continuidade de um trabalho, um trabalho a longo prazo. Terá a chance de renovar seu contrato por mais um ano (ou mais) e mostrar que continua acreditando. No Brasil, infelizmente, há a cultura de dispensa de técnico nos momentos difíceis, a cultura dos técnicos de largar trabalho no meio por causa de dinheiro e da torcida, de perseguir profissionais colocando neles, a culpa de toda a desgraça do mundo.
O futebol não é por aí. E em time que está ganhando, não se mexe (ou mexe pouco). Mano tem que ficar, gostando uns torcedores, ou não.
Imprensa, preocupe-se com o seu time, que ainda pode cair, embora as chances tenham diminuído muito. Essa busca insana de querer tumultuar o Cruzeiro beira o ridículo. E a torcida não pode cair nessa. Acorda, torcedor! Não seja "pau mandado" de pseudojornalista!
Por: João Vitor Viana e Marcão