quarta-feira, 26 de abril de 2023

Análise: Cruzeiro consegue reviravolta, se classifica e mostra que está encorpando




Pepa tem mostrado um esquema diferente, jogadores estão comprando o desafio e o torcedor voltou a dar show, com ressalvas

O Cruzeiro está nas oitavas-de-final! Nesta terça-feira (25/4), bateu o Náutico por 2 a 0, virando a vantagem do time pernambucano, que havia vencido na ida por 1-0. Contudo, um time coeso, empurrado por mais de 21 mil torcedores foi encurralando o time nordestino, que abusou, com conivência do árbitro, do jogo feio, da cera, do antijogo e da covardia. O fato de treinador pedir para atacante cair dentro do campo para retardar o jogo deveria ser motivo para VAR, com expulsão do solicitante, inclusive. Não raras as vezes, o goleiro Wagner também fez o que pôde para enervar torcedores e o time do Cruzeiro. Machado, sempre esquentado, quase entrou na pilha. Por sorte, Pepa o sacou do time durante o jogo.

O Cruzeiro foi melhor em todos os aspectos. Pressionou, chutou, teve oportunidades de escanteios, mas teve um adversário muito chato do outro lado. Alinhado a isso, a falta de sorte do ataque, em especial, Gilberto, um artilheiro nato, que está numa zica que só ele. Contudo, participou do primeiro gol, acionando Bruno Rodrigues e que terminou com o gol do ótimo William. Aliás, esse jogador está voltando a ser aquele de 2016, que foi um dos melhores do país na posição, sendo negociado para o futebol europeu. Diante do Náutico, além do gol, deu assistência para Richard fazer o segundo e ainda abriu uma papelaria, com tantas canetas que saiu distribuindo. Sente saudade do Gasolina? Não.

Outro que não pode sair do time é Richard. O gol marcado, junto à emoção advinda da homenagem ao irmão, falecido em 2021, o cara está jogando o fino da bola, dando a proteção ideal para a zaga. Mesmo ainda batendo cabeça, a retarguarda do Cruzeiro vai se alinhando com Oliveira e Castán. Na esquerda, Marlon também merece menção honrosa.

Já do meio para a frente, Neto Moura pede passagem após mais uma partida apagada de Ramiro. O ex-Grêmio está devendo e, por mais que mostre disposição, tecnicamente está abaixo do concorrente. Quem também está pedindo banco é Nikão, que errou tudo que tentou diante do Náutico. Incrivelmente, Bilu também tem mostrado futebol para ser mais utilizado que o titular. Na esquerda, Wesley é um Deus nos acuda. Mesmo no banco ele está errado. Quando entra, não ajuda, no banco, tira vaga de quem pode entrar. Não o colocaria. Prefiro Daniel Jr. O Cruzeiro carece de criatividade.

No ataque, o que falta é sorte. Qualidade tem. Gilberto está passando por uma fase ruim e Bruno Rodrigues tem voado. Se não marca, dá muito trabalho ou faz assistência. É preciso comprá-lo de vez.

Em suma, o Cruzeiro jogou bem mais uma vez, Pepa tem mostrado um bom inicio, marcando o time no 4-4-2, com variação para 3-5-2 quando Richard está em campo e o time mostra um início de padrão, o que não estava acontecendo. Ânimo vai melhorando depois de tropeços estranhos no Mineiro. Mas não é errado em dizer que o Cruzeiro, hoje, tem mostrado mais liga que os demais de Minas. É o melhor time? Ainda não. Mas se reforçando, podemos prever coisas maiores ainda este ano.

E não falo isso porque venceu um time da Série C e venceu outro, que estava na B. É porque o Cruzeiro está jogando de forma assertiva, com os jogadores sabendo o que devem fazer, alinhados com a comissão, direção e torcida. E Pepa mereceu ter o nome cantado ontem. Emocionou. E mereceu, pelas alterações e a mudança de postura do primeiro para o segundo tempo.

Aliás, para fechar, que show a torcida do Cruzeiro! 21 mil vozes dando um espetáculo à parte e sendo fundamental para a vitória. Apenas mais uma vez, o lamento de alguns imbecis insistirem em jogar coisas no gramado. Isso não ajuda em nada o clube! Vamos voltar ao Mineirão, possivelmente em maio, contra o Fluminense, mas até lá é preciso que o torcedor seja realmente um parceiro. Não apenas aderindo ao sócio novamente, mas sabendo se comportar e ajudando o clube.

JOÃO VITOR VIANA

 

sexta-feira, 14 de abril de 2023

Análise: Bola na trave não altera o placar!



Bola na trave não altera o placar. Bola na área sem ninguém para cabecear. Bola na rede para fazer um gol... que só veio, no fim, e foi do adversário.

Diria, ainda, o Skank, "que coisa linda é uma partida de futebol". E isso o Cruzeiro não mostrou até agora no ano. Uma pena. Time remontado, no papel, melhor que o do ano passado, em campo, mil vezes pior. Saudades do Brock, do Willian Oliveira, do Rafa Silva, do Edu. Incrível como as coisas não encaixam, a bola bate no goleiro e sai e a do adversário entra. Azar? Incompetência? Erro de planejamento? Tudo isso junto?

O certo é que o Cruzeiro, mais uma vez, não jogou o que se esperava dele e sucumbiu para um time que, com todo o respeito, é pior que o do ano passado. E olha que o Náutico CAIU PARA A SÉRIE C!

Nesse sentido, há muito trabalho a ser feito, muitas correções, escalação correta, modificações idem. Pepa está começando, mas é preciso que saiba avaliar o potencial dos atletas e a hora de mexer no time. Errou diante do Náutico! Como erraram, individualmente, vários atletas. E não se sabe o porquê, mas tem alguns que há algum tempo estão entregando a paçoca e continuam titulares. Outra: não dá para um ou outro atleta ser reserva. Daniel Jr precisa de uma sequência e outros jogadores pedem passam. Oliveira, faz um favor: come um banco por um tempo, ok?

Sem jogar boi velho para as piranhas, o Cruzeiro precisa se acertar. Quem não render o esperado precisa dar a vez para quem pode ajudar. E Pepa é a pessoa que terá que ver isso. Aliás, é bom que veja o quanto antes, uma vez que o time já estreia neste fim de semana! Diante do Corinthians, que está descendo a ladeira igual bêbado, mais uma chance de o clube se mostrar menos desorganizado. O problema é que a Raposa não vence um bêbado de Série C, já foi derrotado por bêbado de Série D em 2023 e terá muitos sóbrios de Série A a partir de agora. 

Que Pepa saiba o que está fazendo. Diante do Náutico, uma vergonha!


segunda-feira, 3 de abril de 2023

Análise: 2023, para o Cruzeiro, é de sustentação. Entenda!




No mundo real perfeito, o Cruzeiro deveria entrar em todas as competições para disputar o título. Com campo definido, sócio bombando, torcida presente, time forte e jogando o fino da bola. Contudo, no mundo real, o Cruzeiro está bem longe de tudo isso.

Sem uma "casa", o clube se afastou do torcedor. Fez um planejamento errado, ao continuar um projeto com um comandante que já havia falado que não continuaria. Perdeu quatro preciosos meses para se estruturar, treinar e definir tudo para a temporada. Não o fez e hoje paga por isso. Sem casa e com um treinador que acabou de chegar, tudo que o torcedor queria para o ano já não vai acontecer. E sinceramente, já não iria.

O fato de não ter "casa" prejudica, de cara, duas situações: sócios diminuem e empatia com o torcedor também. Sem torcida, o rendimento do time tende também não ser bom, ainda mais quando não há um conjunto. Ou seja: o Cruzeiro não tem campo, sócios estão em queda, torcida não está presente, o time não está forte e muito menos jogando o fino da bola.

2023 passou a ser de sustentação na elite e ver até onde consegue ir na Copa do Brasil. É pouco para um time de história, como é o Cruzeiro? Sim. É complicado falar isso? Com certeza. Tudo perpassa por muitas coisas de bastidores, em que o Cruzeiro não se entende com a Minas Arena. Talvez esse seja o primeiro ponto a ser corrigido. Muita birrinha, por sinal. O Mineirão faz falta, por mais que os gestores de lá não estejam nem aí para o Cruzeiro e queiram fazer de lá um palco de música, acabando com a grama do estádio. Quem viu fotos recentes podem falar sobre.

E mais: Pepa chegou agora. Não vai fazer milagre com o que deram a ele. Vai levar tempo para implantar a nova filosofia e novo sistema tático, que joga no 4-1-4-1. Que dezembro chegue logo, que até lá consigamos 45 pontos e que passemos no Náutico na Copa do Brasil. De cabuloso, para 2023, é isso.

JOÃO VITOR VIANA