terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Análise fria: quem vive do rival é carente


A soberba nunca ajudou ninguém a ser melhor. Ao contrário, sempre demonstrou fragilidade. E quando se busca a própria projeção tentando diminuir o rival ou o adversário, aí, meu irmão, tudo fica ainda pior.

O cruzeirense já se acostumou com a soberba atleticana. Historicamente, o torcedor do time descoberto por Ronaldinho Gaúcho em 2013, sempre arrotou que "um Brasileiro valia mais que duas Libertadores", que "Conmebol era isso, aquilo", "que Campeonato do Gelo era o Mundial", que "era mais vezes campeonato mineiro" e que "torcer para o Galo era bom demais". Falácias de pessoas que deveriam estar no Caps. Fato! 

Contudo, com as sucessivas más administrações no Cruzeiro e uma sorte tremenda do lado de lá, algumas coisas mudaram, inclusive o discurso. A soberba se fez maior quando, de fato, ganharam algo, como a Copa do Brasil de 2014, a Libertadores de 2013 e os campeonatos em 2021. Nesse curto espaço de tempo, que contou, ainda, com uma reconstrução às duras penas do Cruzeiro, as falas eram, ainda, mais de ódio, de se acharem os reis dos reis e que o mundo girava ali, em torno deles e de seus ídolos. Pelo menos agora havia o mínimo de fundamento, a comparar com outros, do passado, como Marques e cia., que nunca ganharam nada e eram intocáveis e ídolos.

Mas o cruzeirense nunca respirou Atlético. Ao contrário, nunca precisou pisar no rival, pobre de espírito, aliás, para se tornar grande. Fez a própria história, com personagens, e sempre será assim. Na alegria e na tristeza, o Cruzeiro tem seus atores históricos, vencedores e marcantes. Desde 2021, quando Ronaldo voltou ao clube e o fez ressurgir, dentro do possível e de investimentos pontuais, o time se tornou uma fênix. Ganhou tão somente o Brasileiro de 22 (Série B), com Pezzolano e cia. Mas não se assume o protagonismo de algo da noite para o dia. Tudo é um processo e requer tempo e paciência. Por mais que o rival insista em dizer que não é assim e que são os "maiores de Minas", outra mentira.

Para desespero do rival, que passou a ganhar somente Mineiros (não me importa se são atuais penta), o Cruzeiro foi crescendo novamente, se encorpando. Eles estagnaram e, ao que parece, tendem a ter uma derrocada. A falta de planejamento e investimento mostra pouca audácia e força no mercado, disputado e inflacionado. Isso quer dizer que o Cruzeiro vai ganhar tudo, golear, ser o dono do país? Obviamente não. O que Pedro Lourenço faz, hoje, é um pagamento de uma dívida que não é dele mas, como torcedor e carinho pela torcida, investe em algo que, mesmo sendo próprio, é também de 10, 12 milhões de torcedores. Por isso, inclusive, é bom que haja uma mobilização em torno do sócio. Com um sócio forte, o Cruzeiro jamais voltará aos capítulos bizarros que foram capitaneados por administrações terríveis e criminosas.

O jogo virou. E o rival voltou àquele discurso de quando não tinham história para contar. Ainda que hoje todos os títulos importantes caibam, ainda, em cima de uma mesa de escritório, o medo voltou. Depreciam as contratações do Cruzeiro, chamam o time de velho, de jogadores ultrapassados, de reservas. Isso porque o craque deles tem 38 para 39 anos. Falam e arrotam palavras escritas por um zagueiro em sua rede social. Mas, ao mesmo tempo, colocam faixas em frente de vários locais de BH, xingando a diretoria, dona da SAF que foi criada até para o pessoal reaver o investimento que fizeram e que nunca terão retorno. Até aqui, um time de "menino".

Ver o Cruzeiro agressivo no mercado dói neles. E dói ainda mais porque o Cruzeiro já incomodou e chamou a atenção, ainda que não tivesse um elenco forte num passado recente. Em 2024 foi finalista de uma competição internacional após mais de 25 anos. Em 2025 é favorito a levantar taças. Isso sem se comparar, sem desmerecer o rival, sem precisar inventar título de 37 para falar que é tri de alguma coisa. Apenas por existir e por ter uma torcida grande, apaixonada e que não precisa de alto-falante. 

O Cruzeiro vem forte, doa a quem doer, independente da eterna carência atleticana.


POR: JOÃO VITOR VIANA

sábado, 4 de janeiro de 2025

Em novo patamar, Cruzeiro mostra seus reforços, em Mineirão lotado

Se a Minas Arena tivesse dado uma ajudinha, caberiam dois Mineirões dentro do Mineirão

O evento era para 120 mil, 150 mil pessoas. Mas dentro do possível, 40 mil pessoas lotaram o espaço disponibilizado pela Minas Arena na apresentação desse sábado, quando seis atletas foram apresentados ao torcedor, que pagou R$ 10 e vibrou com cada um que foi anunciado pela locutora, Poliana Andrade.

Primeiramente, quatro jogadores subiram ao palco junto ao dono do clube, Pedro Lourenço: Christian, Eduardo, Fagner e Rodriguinho. Posteriormente, Dudu e, por fim, Gabigol.

Em destaque, a organização de toda a festa, a distribuição de brindes e venda do marketing do clube, com copos de Gabigol. O atleta, de 28 anos, assinou com o Cruzeiro por quatro anos e foi o mais ovacionado pela torcida. Dudu, cria da Toca, também foi muito aplaudido. Ele retorna ao time 11 anos depois de deixar a Toca rumo ao futebol ucraniano, numa venda que rendeu US$ 5 milhões ao Cruzeiro, mais os direitos de Kléber Gladiador à época.

A festa cumpriu todo o roteiro programado e mostrou que o Cruzeiro, hoje, está em outro patamar. Bolasie, também contratado, ainda está na Europa, e vai se apresentar ao clube nos Estados Unidos, onde fará a pré-temporada e vai disputar um torneio amistoso, já testando os reforços que chegam nesse início de ano.

A festa foi bonita. Os torcedores e, certamente, a diretoria, aguarda que o elenco dê liga e que toda a reclamação de Fernando Diniz no ano passado tenha algum sentido, com a chegada de atletas tarimbados, vencedores e com currículo vasto. E mais: o Cruzeiro não vai parar por aí, anunciando, em breve, dois jogadores para a defesa. Está em fase final para anunciar o jovem Gomez, de 21 anos, do Velez, podendo, também, contratar Fabrício Bruno. David Luiz seria uma segunda opção, em caso do atual jogador do Flamengo e, ainda, cria da Toca, não vingar.

"Hoje realizo um sonho. Eu disse, seis meses atrás, que iria parar Belo Horizonte. Esse dia chegou. É o dia mais feliz da minha vida. E olha que tenho quase 70 anos", disse Pedro Lourenço ao apresentar Gabigol.


POR: JOÃO VITOR VIANA