quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O que falta para ser campeão?



Por Marcello Zalivi

Pipoqueiro, amarelão, freguês de carteirinha. Qual o adjetivo mais adequado para descrever o Cruzeiro quando o assunto é decisão? Ou melhor, quando o assunto é o São Paulo? O torcedor bambi olha a tabela do brasileirão e já sabe onde eles irão somar 6 pontos garantidos.

Mesmo estando a um ponto do líder é difícil acreditar no título, quando o time joga um futebol tão medíocre e sem alma como o de ontem. Quem em sã consciência apostaria que nas duas próximas rodadas que serão foram de casa, o Cruzeiro terá condições de vencer Vitória e Corinthians, logo após afinar por duas vezes consecutivas quando teve a chance de se tornar líder isolado da competição, brindando os seus torcedores com momentos verdadeiramente broxantes.

Não adianta dizer que a equipe joga melhor fora de casa, que tem a melhor campanha como visitante, bla, bla, bla. O que vale são os momentos decisivos, e nesses momentos o time tem falhado sistematicamente.

Tudo bem, eu sei que fiz o calculo de que se o time vencer 3 jogos (Contando da partida do Prudente) nos últimos 4 e chegasse na 35º rodada na liderança, fatalmente estaríamos muito perto do título. Mas confesso que fica muito difícil acreditar em um time sem alma e sem espírito vencedor.

Pode ser o novo mal do futebol mineiro, são 7 anos do Cruzeiro pipocando, o América é uma verdadeira fábrica da Aritana e o nosso rival regional, nem se fala, são quase 40 anos (tem da doce, da salgada...) saltitando na panela.

Sei que no fundo, mesmo não acreditando, como torcedor apaixonado e esperançoso, todos nos botamos fé no time e fazemos simulações de resultados até os dedos ficarem calejados, na expectativa de que a sorte possa mudar de lado. Na situação que estamos hoje, Corinthians e Fluminense já estiveram. O Problema é que as rodadas vão reduzindo, o futebol declianndo e as chances minguando.

Falta muito pouco ao time, falta jogar com garra, com gana, entrar de sola, disputar todas as bolas, chutar para o gol do jeito que a bola vem. Falta jogar como jogou durante a arrancada rumo ao topo. Encarar o adversário e colocar em prática o seu melhor futebol. Falta tirar do time quem está mal (Jonathan e Diego Renan), falta tirar quem não tem condições nenhuma de jogar com uma camisa de tradição (Robert “Ruimbert”). Falta quem tem qualidade, aparecer no momento em que precisamos (Gilberto, Montillo, Thiago Ribeiro). É muito fácil ser craque de jogo fácil, de partida que não vale nada, difícil é fazer história e gravar o nome nas páginas heróicas e imortais. Isso é para poucos, são para aqueles que deixam saudades e nos fazem ter historias para contar. Faltam 5 rodadas, faltam 15 pontos, falta muita coisa, mas ainda resiste a esperança de um dia poder contarmos na mesa de bar ou para os olhos deslumbrados de uma criança, a arrancada final que deu o time 5 estrelas liderado por um argentino bom de bola, no longínquo ano de 2010, erguendo a taça contra tudo e contra todos. Derrubando paulista, cariocas e apitos amigos (que anulam gols e dão pênaltis fora da área).


Figurinha da 33º rodada

Obs: Hoje em protesto, não darei as notas do jogo. Fiquem a vontade para fazer por mim.

Ficha do jogo
CRUZEIRO 0 X SÃO PAULO 2

CRUZEIRO
Fábio; Jonathan (Farías), Leo, Edcarlos e Diego Renan; Fabrício, Henrique, Gilberto (Roger) e Montillo; Thiago Ribeiro e Robert (Wallyson). Técnico: Cuca

SÃO PAULO
Rogério Ceni; Jean, Alex Silva, Miranda e Richarlyson; Rodrigo Souto, Carlinhos Paraíba, Lucas (Marlos) e Fernandão (Renato Silva); Dagoberto (Cléber Santana) e Ricardo Oliveira. Técnico: Paulo César Carpegiani

Gols: Lucas, aos 7min do 2º, Rogério Ceni, aos 35min do 2º
Motivo: 33ª rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Parque do Sabiá, Uberlândia (MG)
Data: 03/11/2010
Árbitro: Nielson Nogueira Dias (PE)
Assistentes: Roberto Braatz (PR-Fifa) e Ubirajara Ferraz Jota (PE)
Cartão amarelo: Fabrício e Gilberto (CRU) Miranda e Carlinhos Paraíba (SPO)

Um comentário:

  1. Marcello,
    tá mesmo difícil conviver com a fama, merecida, de amarelão. Não é de hoje que falhamos, quando estamos a um passo de sermos os líderes do Brasileiro. Mas eu queria que tomássemos o cuidado de não centrar atenção apenas nas quatro linhas. Cuca e sua trupe tem boa parte da culpa, mas não toda. Quem optou por jogar em Uberlândia contra os grandes, mesmo que isso implicasse em uma quase inversão de mando de campo, foram os dirigentes. Tenho certeza que se tivéssemos o Mineirão, seríamos líderes do campeonato. Pq não temos? Pq ainda tem só terra lá no Independência? É foda. Não sei, mas tô começando a achar que, por parte da diretoria, não haverá esforço para que cheguemos à Libertadores, quanto mais ao título. Faço referência às premiações, à briga no tapetão pra não ser garfado pelos árbitros de forma recorrente. Não sei, mas lembro de alguém da diretoria dizendo que seria uma tragédia a Libertadores sem o Mineirão... é foda. Vamos aguardar.
    Abraço.
    Thiago

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