Flávio Anselmo – 24/1/11
O esquema de três atacantes tem tirado o sono dos técnicos tupiniquins. Não conseguem impor o esquema em seus times, nem na Seleção sub-20. A formação, atualmente tão usada nos mais fortes países europeus, é o tal de cobertor curto no futebol brasileiro. Se cobre a cabeça deixa os pés descobertos. O final de semana permitiu que os analistas de plantão fizessem bons estudos sobre os resultados das tentativas na Seleção, no Atlético e no Cruzeiro, e no Corinthians, por exemplo.
SOBROU ESPAÇO
Tanto na Seleção Sub-20 de Ney Franco que empatou com a fraca Bolívia (1 a 1), como na Argentina que teve igual placar contra a Venezuela, ambos no Sul-Americano e no amistoso Cruzeiro 3 x Uberlândia 0, no primeiro tempo, e no jogo-treino Galo l x 1 Guarani , além de Corinthians l x 1 Noroeste, a formação com 3 atacantes abriu enormes espaços aos contra-ataques adversários.
FOME DE GOLS
O Brasil entrou em campo esfomeado, de salto alto e praticamente classificado. Então todo mundo resolveu atacar e arrebentar com a Bolívia. Só que os bolivianos não estavam afim. Com um goleiro baixinho, mas sortudo e bem esperto, tomaram quatro bolas na trave e viram Neymar e Cia perderem gols incríveis. Ney Franco arriscou mais ainda no segundo tempo e tirou Zé Eduardo, ex-Cruzeiro, homem de marcação. Lascou tudo. Numa bobeira geral, a Bolívia empatou. E daí? Nada. O Brasil classificou-se.
Porém, viu-se claramente a dependência do time canarinho sub-20 da genialidade de Neymar e da necessidade de alguém que ajude Zé Eduardo na marcação. Três atacantes com dois alas no apoio não há tatu que aguente. E o homem referência no ataque, dentro da área? Quem, meu amigo Ney?
DUDU FAZ DIFERENÇA
O centroavante Reis jogou 45 minutos e trombou com a bola o tempo todo. Dudu entrou e em 7m jogou bem mais. Fez 2 a 0, com categoria e participou do terceiro, marcado contra, mas que seria dele. Com Dudu e Roger o time foi melhor que com Reis e Gilberto; deu até pra Montillo aparecer mais na partida, apesar de o calor pra matar.
Talvez Cuca tenha visto que a melhor opção pra vaga de Wellington Paulista – lesionado ou negociado? – seja Dudu. E o Thiaguinho, e o Bernardo, por que não entraram no jogo? De novo Pedro Ken, afe Maria!
NO GALO FALTOU CONCLUSÃO
No jogo-treino do Galo o problema foi igual. Sem Obina, negociado para o futebol chinês, Dorival Junior usou Ricardo e o atacante não diminuiu em nada a desconfiança do torcedor sobre seu futebol. Ricardo Bueno chegou ao Atlético em maio do 2010 depois de se destacar pelo Oeste de Itápolis, como artilheiro do Campeonato Paulista, com 16 gols. No Galo, jogou como titular 8 vezes e marcou apenas dois gols.
NO RIO, SEM PROBLEMAS
Tirante o Vasco que não se acerta nem com três, nem com 20 atacantes, os demais grandes do futebol carioca não mostraram nenhum problema na adaptação. O Fla derrotou o América (3 a 1) ainda sem Ronaldo Gaúcho e Thiago Neves; o Botafogo meteu 5 a 0 no Cabofriense, com a ajuda do beque Groeber que fez dois gols contra, e o Fluminense, em jornada espetacular de Fred, fez 6 a 2 no Olaria.
TIME JOVEM E BARATO
Com um time de baixa média de idade, cuja folha de pagamento não ultrapassa 50 mil mensais, o Nova Iguaçu sapecou 3 a 2 no Vasco. A crise está instalada em São Januário depois da segunda derrota seguida dos cruzmaltinos.
TIMÃO TAMBÉM ESBARRA
O ataque de três também não funcionou no Corinthians. Ronaldo, Jorge Henrique e Dentinho encheram o bom público do Pacaembu de esperanças quando o time fez l a 0. Depois se entregou aos contra-ataques do Noroeste e abriu sua defesa pra levar o gol de empate. O empombado Tite culpou a falta de entrosamento e de tempo pra treinar. Tá bom!
Nesta quarta-feira, o Corinthians estréia na pré-Libertadores contra o colombiano Tolima, também no Pacaembu. Tite parece disposto a usar os mesmos três atacantes, porque seu time precisará de um gol placar aqui no Brasil.
DINHEIRO EM CAIXA
Olha só a diferença: o departamento de marketing do Corinthians chupou melancia e arrotou caviar, cheio de orgulho. Fez um levantamento junto com a Sport+Markt, e soube que o time tem o quarto maior patrocínio de camisa do mundo, atrás apenas dos ingleses Manchester United e Liverpool e do espanhol Real Madrid. Mas em breve, perderá tal posição visto que o Barcelona resolveu fazer publicidade na camisa e vendeu o espaço por 150 milhões de euros, por cinco temporadas, pra uma empresa do Qatar.
PEIXE VENDE MAIS UM
O Peixe vendeu Zé Eduardo, aquele que passou pelo América, por 2,7 milhões de euros para o Genoa da Itália e teve a informação deselegante que Maikon Leite, sua nova sensação, tem pré-contrato assinado com o Palmeiras. Esse é o futebol brasileiro de agora, onde a ética é artigo de luxo que não se acha em prateleira alguma.
Flávio Anselmo
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