sábado, 8 de janeiro de 2011

Perdendo o rótulo?


Fonte: UOL

Considerado um clube vendedor, por causa dos negócios feitos com o mercado externo durante as administrações dos irmãos Zezé e Alvimar Perrella, o Cruzeiro passou 2010 sem efetivar uma grande negociação internacional. Com a proximidade da abertura da janela de transferências, a partir do meio deste mês, fica a expectativa de que algum titular da equipe do técnico Cuca possa deixa a Toca da Raposa II.

O volante Henrique admite ter sido procurado por representantes da Fiorentina, mas diz que a situação não evoluiu. De acordo com o jornal italiano Gazzetta Dello Sport, o Cruzeiro teria pedido 8 milhões de euros à Fiorentina. A mesma publicação informa que Sampdoria e Napoli, além de um time francês, o Paris Saint Germain, teriam interesse também pelo jogador. O Cruzeiro, por meio de seu gerente de futebol, Valdir Barbosa, nega qualquer proposta pelo atleta, considerado fundamental por Cuca.

A última negociação expressiva concluída pelo clube celeste foi em agosto de 2009, quando o meia Wagner se transferiu para o Lokomotiv Moscou, por 6 milhões de euros. Em 2010, o principal negócio para fora do país foi feito com o Porto, envolvendo a ida do zagueiro Maicon para o clube português e a chegada do atacante argentino Ernesto Farias.

As outras vendas feitas pelo Cruzeiro no ano passado foram para o mercado interno. A mais recente foi a transferência do lateral-direito Jonathan, que teve negociado 50% dos direitos econômicos com o Santos, por R$ 4,4 milhões. Revelado na base celeste, ele chegou a ser uma esperança cruzeirense de negócio para o exterior, quando foi eleito o melhor da posição no Brasileiro de 2009. A outra metade dos direitos do atleta segue com o Cruzeiro.

As outras negociações na temporada que se encerrou recentemente foram o atacante Kléber, que voltou ao Palmeiras, e o zagueiro Thiago Heleno que foi vendido a um grupo de investidores e terminou o Brasileirão 2010 no Corinthians, de onde já saiu.

Sem conseguir negociar atletas com um valor mais expressivo, para fora do país, o Cruzeiro encontra dificuldades na aquisição de novos reforços. O primeiro foi o zagueiro Naldo, que chegou por empréstimo da Ponte Preta por um ano e com o passe fixado em R$ 1,1 milhões. O outro é o jovem lateral-direito Geovane, que joga também de volante e que estava no Aparecida-GO. “Do lado de cá não tem dinheiro sobrando, temos dinheiro para sobreviver bem”, comentou Valdir Barbosa, provocando o rival Atlético-MG, que já anunciou nove reforços.

Desde o final da temporada de 2009, após o Campeonato Brasileiro, e durante toda a temporada de 2010, o Cruzeiro contratou 16 jogadores. Nove deles chegaram à Toca da Raposa sem custo ao clube. Para fazer as outras sete aquisições, o time cruzeirense investiu dinheiro próprio do clube, sem ajuda de parceiros. Este ano, a diretoria tem falado que o Cruzeiro não vai deixar a política de pés no chão.

Cuca aprova a cautela. “O pessoal honra os compromissos, por isso faz as coisas com pés no chão, não entra em leilão”, salientou o treinador, lembrando que é importante na montagem do elenco abrir espaço para jogadores formados na base. “Meninos de 20, 21 anos podem, de repente, ser uma receita para o clube no futuro”, observou.

Cuca promoveu o goleiro Douglas, o volante Uchoa e o atacante Thiaguinho, que foram campeões brasileiros sub 20, no mês passado, além de repatriar o lateral-direito Afonso, os meias Dudu e Bernardo e o atacante Eliandro, todos novos e revelados no próprio clube e que estavam emprestados, além de contratar Naldo e Geovane.

Nova realidade

O diretor de futebol celeste, Dimas Fonseca credita a dificuldade de venda de atletas e também para aquisição de reforços à nova realidade do futebol mundial. Segundo ele, os times não estão fazendo mais grandes negócios e por isso o mercado tem ficado mais “frio” nos últimos anos.

“Sem dúvida que aquelas propostas que tínhamos de 16, 20 milhões não acontecem mais e isso dificulta a parte financeira. Hoje, o mercado europeu não paga mais os valores que pagava anteriormente. Então, temos de negociar dentro da nossa realidade, da realidade do mercado do futebol. Hoje, ninguém faz mais loucuras por jogadores”, explicou Dimas Fonseca.

O dirigente reconhece que o mercado de compra e venda de atletas não esquentou durante 2010 e não deverá modificar durante 2011. “O mercado não está morto, mas muito menos está aquecido. São situações diferentes, épocas diferentes. As grandes negociações já não acontecem mais”, salientou.

Reconhecendo a dificuldade financeira, Dimas Fonseca acredita que o clube poderá vender algum atleta na abertura da janela de transferência para a Europa. “Não tenha dúvida, tenho deixado claro que o Cruzeiro não está fechado para receber proposta de qualquer clube ou empresário, se chegar uma proposta que seja irrecusável o Cruzeiro vai negociar e ai sim vamos procurar imediatamente a reposição a altura”, observou.

Porém, o dirigente reconhece que o clube ainda não teve proposta por nenhum atleta. “Tivemos sondagens de vários clubes por alguns atletas, mas nada ainda oficial. Disse para todos que me mandem uma proposta oficial que a gente negocia, mas por enquanto não tem nada”, ressaltou.

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