segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

GERAL: COLUNA DO FLÁVIO ANSELMO

PACIÊNCIA ESGOTADA: ÁRBITRO SÓ DE FORA





Flávio Anselmo – 01/3/11


NA QUINTA RODADA do Campeonato Mineiro já deu pra gente gritar: estourou o saco! Os árbitros mineiros são fracos demais.

Com eles a competição vai afundar.

Têm o grave problema da paixão interna adormecida que desperta quando verem o time do seu coração num aperto em campo.

Viram o pênalti que o juiz Tolentino deu pro Atlético neste domingo?

Viram a arbitragem tendenciosa do juiz que apitou América-TO l x Cruzeiro 2? Não basta ao juiz torcer como qualquer ser humano por um time. Ele quer ser igual ao pai da propaganda: tem que participar.

Ser descarado a ponto de dar pênalti, anular gol do adversário, ou confirmar um gol impedido do time do coração.

Tem que inverter de faltas fora da área, a distribuir de cartões amarelos com critérios diferentes.
Que acabam em expulsões injustas apenas nos times menores.

Os juízes daqui não se livram deste esquema armazenado nos corações apaixonados de árbitros por seus times preferidos.

Que providenciem logo juiz de fora. Estes são apaixonados com times lá de fora. Só vamos cuidar deles no Brasileiro.

Nos jogos decisivos com este quadro que aí está, será impossível ter uma decisão considerada imparcial.

O Coelho jogou demais.

Passou feito trator por cima do Galo. A arbitragem do Sr. Tolentino tornou difíceis as coisas que estavam fáceis.

O pênalti escandaloso contra - que não vingou porque Diego Tardelli bateu fraco e Flávio fez uma excelente defesa - e aquela dissimulação de absoluta convicção durante às veementes reclamações dos atletas são suficientes pra mandá-lo de volta ao trabalho caseiro.

Tem mais: gol anulado de Fábio Junior gostaria de discutir tal critério à exaustão. A bola cruzada do fundo, pela esquerda, passa por Camilo, que nem toca nela – que vantagem portanto tirou disso? - e chega a Fábio Junior, que saiu de trás do beque pra fazer o gol.

A participação de Camilo foi qual? Desviou a atenção da zaga? De quem, se foram pra cima de Fábio Júnior na tentativa de evitar o gol?

A vitória por 2 a 1 fez justiça ao Coelhão, agora líder com 13 pontos. O Galo vem em segundo com 12, com maior número de gols marcados que o Cruzeiro, em terceiro, com os mesmos 12 pontos.

O Villa Nova fecha o G4 com 8 pontos e melhor saldo de gols que o Tupi, também com oito. Esta é uma briga de cães valentes.

A quinta rodada não foi dos mandantes. Confiram: Funorte l x Caldense l; América-TO l x Cruzeiro 2; Galo l x Coelho 2; Uberaba 2 x Tupi 4; Villa Nova 2 x Guarani 2; Ipatinga 0 x Democrata 0.

Tigre e Funorte, com dois pontos, estão em sérios riscos de descenso.

O Campeonato Carioca que tem várias decisões - os cartolas de lá são mais inteligentes que os cartolas daqui? - botou a primeira Taça do ano nas mãos de Ronaldinho Gaúcho autor do gol do Flamengo na vitória l a 0 sobre o Boa Vista. É a Taça Guanabara apenas, mas que valeu por um carnaval, valeu....

Cruzeiro reclama que o juiz não validou um possível gol de Farias, a bola teria entrado na visão de Montillo.

Pior pro América-TO que teve um gol anulado – o segundo, quem sabe de uma possível vitória – marcado por Rogelio, que estava atrás da linha de Gil , que disputou a bola no alto com outro atacante do América e perdeu.

E na mesma linha de Victorino.

Ah, ainda que a expulsão do atleta do América-TO tenha sido correta, convém destacar que os locais deram uma canseira nos azuis até o finalzinho do jogo.

Aí os deuses do futebol que na maioria das vezes protegem os grandes fizeram com que Everton, saindo do banco, marcasse o gol da vitória celeste.

De novo, funcionou a estrela de Cuca. Tira alguém do banco e o dito não deixa a peteca cair.
O América jogou desde os 16m do segundo tempo com menos um em razão da expulsão de Wellington....

Falando em arbitragem, vocês ainda se lembram da novela “A Máfia do Apito”?

Pois é! A revista “Veja”, aquela que imagina ter leitores sem opinião e gostaria de colocar viseira neles, revisitou os alfarrábios da história.

No mais novo capítulo o juiz da 17ª Vara Cível da Justiça de São Paulo condenou com multa os réus no processo movido por manipulação de resultados.

Em qualquer lugar do mundo isso daria cadeia. Mas no Brasil?

O fato, lembram-se, ocorreu no campeonato brasileiro de 2005.

O ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho, da Fifa, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o empresário Nagib Fayad vão pagar, juntos, R$ 160 milhões de multa. Sabe quando? Quando eu estiver "mais murcho do que boca de velha", como diria o saudoso Stanislaw Ponte Preta.

Réu confesso, Edilson recebeu propina de grupo de empresários de São Paulo e Piracicaba para fraudar resultados nas partidas.

Após a denúncia da "Veja" publicada em 2005, 11 partidas do Campeonato Brasileiro foram anuladas.
Tudo só favoreceu ao Corinthians que da rabeira da competição foi ao título.
Edilson e o outro árbitro acusado de participar do esquema, Paulo José Danelon, acabaram expulsos do futebol.

O juiz da 17ª Vara Cível José Paulo Camargo Magano, em sua sentença, considerou que, na escalação de "árbitros parciais", a CBF "não cumpriu o dever de garantir a observância de regras que assegurassem o regular andamento dos campeonatos".

Os R$ 160 milhões de indenização à sociedade “vão” para o Fundo Especial de Despesa de Reparação de Interesses Difusos Lesados (?), sob responsabilidade do Estado de São Paulo.
A condenação tem caráter solidário.

Ou seja: se algum dos réus não tiver condições financeiras de pagar a indenização, os outros é que vão arcar com as despesas.

A CBF informou à revista que recorrerá da decisão. Edílson hoje trabalha no bar de um clube em Jacareí, no interior de São Paulo.

Amanhã eu vou apresentar uma tese que me veio à iluminada cabeça nesta segunda feira e gostaria de discuti-la com os não menos iluminados milhares de leitores desta impávida coluna.
PS – Um abraço carinhoso e especial para o meu amigo Fernando Vanucci, que certa vez, Fernando Braz quase cometeu a besteira de entrar pro meu escritório de advocacia.

Flávio Anselmo

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