Sete integrantes da Galoucura, maior torcida organizada do Atlético-MG,
vão a júri popular, por determinação da Justiça mineira, acusados de
participação na morte de Otávio Fernandes, de 19 anos, torcedor do
Cruzeiro, durante briga entre atleticanos e cruzeirenses na noite do dia
27 de novembro de 2010.
Cinco desses integrantes responderão por homicídio qualificado,
tentativa de homicídio e formação de quadrilha. Entre os denunciados
estão o presidente e o vice-presidente da Galoucura, Roberto Augusto
Pereira, o Bocão, e Willian Tomaz Palumbo, o Ferrugem, respectivamente.
Outros dois membros da facção organizada são acusados de homicídio
qualificado e formação de quadrilha.
Dos 12 torcedores atleticanos denunciados pelo Ministério Público e que
tiveram a prisão decretada no ano passado, cinco responderão somente
pelo crime de formação de quadrilha. A prisão deles foi revogada pela
Justiça.
Segundo o promotor de justiça Francisco Santiago, responsável pelo
caso, o 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte acatou denúncia do
Ministério Publico ao anunciar nessa quarta feira a “decisão de
pronúncia”.
“Uma decisão de pronúncia é aquela que encaminha o acusado para o
julgamento popular. Eu entendo que é um pontapé inicial, é um tiro de
meta, para que possa ter e dar tranquilidade necessária para alguém que
venha a campo de futebol somente para ver o espetáculo”, disse Francisco
Santiago, em entrevista a Rádio Itatiaia.
“Essa marcação de brigas, essa falta de inteligência entre os seres
humanos, um é Atlético, outro é Cruzeiro, e portanto um tem de bater no
outro. Então teremos de ter rigor e isso vou trazer ao julgamento”,
acrescentou o promotor, que espera punição pesado aos acusados.
“Tudo caminha conforme se espera. Se se cometeu o crime, há de se ter
uma punição enérgica, severa, para que a sociedade possa ter um alento
para a diminuição da violência, não só nos estádios, como também no
nosso dia a dia”, afirmou Francisco Santiago.
O confronto que resultou na morte de Otávio Fernandes e que deixou
outros dois torcedores cruzeirenses feridos ocorreu durante evento de
vale-tudo, o 3º MMA Fight Brasil, na casa de shows Chevrolet Hall, na
Zona Sul de Belo Horizonte.
A morte de Otávio Fernandes foi a nona ocorrida em conflitos de
torcedores em Minas Gerais desde 2004. Um ônibus de torcedores
cruzeirenses chegou ao Chevrolet Hall para acompanhar o evento enquanto
atleticanos entravam na casa de shows.
Atletas representantes das duas torcidas competiam na disputa de
vale-tudo, em que combatiam lutadores mineiros e paulistas. Em minoria,
os torcedores do Cruzeiro foram encurralados, e Otávio Fernandes foi
atacado covardemente com golpes de barras de ferro e madeira,
principalmente na cabeça, quando estava caído no chão, e não resistiu
aos ferimentos.
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