PAPO DE BUTECO: Novos tempos?

Tempos de mudança na Toca da Raposa, para quem estava acostumado a ver seus principais jogadores deixarem o clube em cada janela de transferência e observar um marketing inoperante, começa a presenciar a mudança de mentalidade concedida pelo torcedor-presidente Gilvan de Pinho Tavares.

MANTER OS CRAQUES.

Qual torcedor cruzeirense não estaria desesperado nessa altura da temporada na gestão Perrella?

Bastasse qualquer interesse de clubes estrangeiros, e até mesmo de times nacionais para que peças fundamentais da equipe fossem negociadas.

No ano passado o Cruzeiro negociou alguns dos seus principais jogadores durante a temporada. Thiago Ribeiro, artilheiro da Libertadores 2010 foi vendido por inacreditáveis U$ 2 milhões, Jonathan e Henrique seguiram para o Santos, um concorrente direto (Essa atitude parecia apequenar o Cruzeiro diante de seus adversários). Diante disso, alguns clubes brasileiros acreditam na porteira aberta e resolveram fazer a feira.

Sem contar na inacreditável negociação de Dudu (O Cruzeiro foi o único time que vendeu um campeão sub-20 em 2011) e o empréstimo com valor (lastimável ) fixo por 50% do passe do jovem Bernardo, que comeu a bola no Vasco, e pode, acredite se quiser, desembarcar no rival citadino.

Na contramão de tudo isso está o novo presidente Gilvan. Ainda é cedo para fazer uma avaliação de sua administração. Mas a preocupação e ações praticadas por sua diretoria visando a permanência dos principais jogadores do elenco faz ressurgir na torcida a esperança de ver novamente em campo um time guerreiro, competitivo e sobre tudo, talentoso.

Montillo permanecendo e criando ainda mais identificação com o clube, e agora, o esquema para manter Wallyson (e a vontade declarada do mesmo em ficar) no elenco, são indícios de aquele Cruzeiro balcão de negócios da era Perrella, pode estar dando lugar ao Cruzeiro das páginas heróicas imortais, um Cruzeiro preocupado em ser apenas Cruzeiro, e isso é temor demais para qualquer adversário.

MARKETING

Para manter craques e fazer a China azul participar e colaborar ativamente nesse processo, a diretoria finalmente começou a entender a importância do Departamento de Marketing para um clube de futebol.

Eu não consigo entender os clubes. Um time de futebol possui milhões de torcedores, todos sedentos por qualquer coisa, produtos e serviços que remetam ao clube de coração. Você pode adorar uma marca de cerveja, mas se ela começa a ficar ruim, você troca de rotulo sem pensar duas vezes, no caso do futebol não, seu clube pode cair para a 10º divisão que o torcedor se mantém ao lado do time. Que produto ou instituição no mundo possui clientes tão fieis?

O projeto Sócio de Futebol com modalidades diferentes e o vídeo de lançamento da nova camisa do Cruzeiro, parecem indícios de que a mentalidade realmente mudou na Toca e que podemos ter a esperança de uma nova era à frente do clube.

Mas não pode ficar só nisso, o futebol é dinâmico e toda ação inovadora junto ao torcedor  é um diferencial para se posicionar no topo. Basta seguir o exemplo europeu, que possui nos torcedores a sua maior fonte de renda e não apenas com patrocínios e cotas de TV que salvam o arcaico modo brasileiro de fazer futebol.

Para terminar, nada melhor que as palavras de Sergio Irigoitia, empresário de Montillo, sobre o presidente Gilvan: “De certa maneira, eu digo que o Gilvan agiu como um torcedor apaixonado (por não vender o argentino). Acho que todos que gostam de futebol devem querer um presidente assim. Chamei ele de louco, mas hoje eu o admiro e o Montillo também”.