POR: RAPOSO SENSATO
Bastou duas vitórias para o Cruzeiro parecer ser o Barcelona. Sim, não é exagero. Pelo que estou lendo nos sites, principalmente, parece que o Cruzeiro está deslanchando no Brasileiro, que tem jogadores cobiçados por grandes equipes mundiais e que é uma referência em termos de categoria para jogar bola. Não, gente, não se iludam.
O Cruzeiro é o mesmo time que não venceu por sete jogos. São os mesmos jogadores, o mesmo técnico, o mesmo presidente. Nada mudou. O time melhorou, sim, mas nada que valha a pena ressalvar tanto.
Li uma entrevista no presidente Gilvan ao Globoesporte e fiquei estarrecido. Como pode um presidente dizer que o time não estava bem por causa de contusão? Se fosse isso, demitiu o Mancini porque? Foi ele que montou esse grupo que está aí. Depois vieram outros atletas, mas a maioria veio quando Mancini estava. Se o problema era contusão, mandá-lo embora seria incoerente, certo?
Mas Mancini não foi demitido por causa das contusões. Foi demitido porque o time que ele montou, de forma incompetente por sinal, era ruim. Deu vexame atrás de vexame no Mineiro e na Copa do Brasil. Por isso foi demitido. Roth chegou com a missão de arrumar a casa, dar a faxina na sujeira que Mancini fez. Até certo ponto fez o trabalho corretamente. Mas depois começou a sujar a casa. E Roth não agrada ao torcedor. Tem até jogador, segundo me disseram, que não é adepto do estilo militar do técnico, informação esta que não posso precisar ser verdadeira. Mas é possível. Não seria a primeira vez, por sinal.
E agora, no fim do ano, está parecendo o ano passado, quando o Cruzeiro estava mal e, no fim jogou bem uma partida e, da noite para o dia, era uma seleção. Tanto que o técnico ficou, o diretor ficou, jogador renovou e deu no que deu. Gilvan chegou, tomou posse prometendo Luxemburgo e renovou com Mancini. Agora está com o discurso que o time está engrenando, que o time está jogando bem e que as contusões eram as principais entraves do time no campeonato.
Não me admiraria se o mesmo presidente, que errou bisonhamente ao renovar com Mancini esse ano, renovasse com Roth. Com discursos vagos, misteriosos e, até certo ponto, chatos de ouvir/ler, Gilvan acaba não se identificando com o torcedor, que é movido pela paixão, mas também pela razão. Gilvan, pela primeira vez, seja razoável, ouça a torcida e não repita a besteira que fez no passado. O fim de ano do Cruzeiro é a ilusão e a decepção do ano posterior.
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