DESAFIO AO TREINADOR: QUEIME MINHA LÍNGUA!

POR: MARCÃO ANTI-GALO

Não gosto de culpar uma pessoa ououtra. Quando as coisas não vão bem, na maioria das vezes, é por causa do conjunto. Ontem poderia ser essa a questão. Mas não tem como eu me ausentar de comentar a "façanha" de Marcelo Oliveira.

Como já foi comentado ontem, aqui, o time voltou a ser mal escalado. O treinador acredita muito em nomes e não no rendimento. Montou um time para enfrentar Caldense, Villa, América. Não montou uma equipe para vencer uma final. Com todo o respeito ao profissional, desde que ele chegou ao Cruzeiro venho me depatendo e procurando aceita-lo. Mas em, jogo decisivo contra uma ex-equipe dele, tudo aquilo que já tínhamos esquecido, volta à tona.

O passado condena o treinador. É impressionante como após a partida, quando a equipe fez uma exibição pífia, digna de dó, o treinador, com cara lavada, fala, sem mostrar muito entusiasmo, do jogo de volta, que é possível reverter.

Não mostra, em hora alguma, pulso, firmeza, vontade de vencer. O que faz a gente pensar é que as palestras antes dos jogos são aquelas chatas, como aulas de filosofia, em que pessoas dormem, outros conversam paralelamente e outros fingem que escutam.

Marcelo, faço um desafio a você: cale minha boca! Me faça queimar a língua e faça esse grupo mostrar gana, raça, técnica e raça!

Até agora esse time, que individualmente é bom, não mostrou conjunto. Reflexo das possíveis palestras bisonhas e fracas? Possível. 

Cada dia mais penso que o time do Cruzeiro foi construído sem a participação do treinador, que deve conferir, na internet, o histórico de cada um e, a partir daí, escalar seu time. Não é possível que ele não viu o que o jogo de ontem pedia! Escalou mal, mudou mal e depois deu entrevista miserável. Deixar Elber e Tinga de fora de uma partida dessa é inadmissível! Escalar Leandro Guerreiro é uma tragédia. Deixar Bruno Rodrigo em campo, quando se via que as coisas não iam terminar bem foi um absurdo. Mas não tão absurdo quanto tirar Dagoberto, o único lúcido em campo para por Paulão. A modificação "apenas" chamou o rival para cima de nós. O treinador preferiu recuar o time e perder velocidade. O que isso significa? Para mim, entregar o jogo.

Volto a dizer: se você é competente, Marcelo, queime minha língua! Hoje sou contra você! Mas faça uma mágica e mude seu comportamento inócuo e sem vibração e faça esse time jogar com raça que te apoiarei. Quero ver o Cruzeiro fazer o jogo da vida dele no domingo! Quero o Cruzeiro fazer o jogo mais emocionante da sua história, mais que aquele contra o São Paulo! Se fizer, juro, Marcelo, gritarei seu nome e pedirei a renovação do seu contrato. Mas se o time for escalado como foi ontem, jogar como jogou e se o senhor continuar falando abobrinha na imprensa, sua cabeça será pedida aqui. Não em termos físicos, ameaçadores, mas em termos de despedida. O Cruzeiro precisa de um treinador de pulso, que mexa com o ímpeto do jogador, que cobre reação. Não de um banana, que é o que se aparenta atualmente.