A boa fase do Cruzeiro, atual campeão brasileiro e líder da edição deste ano, é o trunfo que o presidente reeleito Gilvan de Pinho Tavares tem para fechar novos contratos de patrocínio e ampliar a receita do clube para o ano que vem.
A diretoria do Cruzeiro está praticamente acertada com a Penalty como fornecedora de material esportivo para as próximas temporadas, em substituição a Olympikus, e espera otimista um contrato de patrocínio master com a Caixa Econômica Federal, que é uma meta do clube. A negociação com o banco deve ser intensificada após as eleições presidenciais do próximo domingo.
“A nova proposta da Olympikus não nos satisfez. Não cobriu a outra proposta que tivemos. Diante disso, existe a possibilidade muito grande de assinar com a Penalty, que foi a melhor proposta que tivemos”, revela Gilvan.
Durante o contrato com a Olympikus, que começou em 2012, o Cruzeiro teve vários problemas na distribuição do uniforme para as lojas, o que gerou reclamação por parte dos torcedores, que não conseguiam encontrar as novas peças.
Atualmente, o clube recebe, além dos uniformes, cerca de R$ 8 milhões por ano da Vulcabrás, detentora da marca Olympikus. Para a troca da fornecedora de material esportivo, o valor deve praticamente dobrar.
Já para concretizar o cobiçado contrato com a Caixa Econômica Federal, o caminho é um pouco mais longo.
“Estamos tentando negociar com a Caixa e vamos ver se no ano que vem a gente consegue. Eles estão patrocinando vários clubes que tem a marca muito menos forte do que a do Cruzeiro. O Cruzeiro hoje é uma marca muito forte e está à frente dos clubes brasileiros desde o ano passado. A Caixa tinha que olhar com mais boa vontade para a gente”, diz Gilvan.
Segundo o dirigente, o Flamengo recebe atualmente cerca de R$ 30 milhões da Caixa, quase três vezes mais do que a Raposa recebe do BMG.
“A camisa do Cruzeiro está sendo muito mais vista do que a de outros clubes. Tanto que é o clube que mais cresceu em pay-per-view (já é o terceiro do país). Não é justo que a Caixa não enxergue isso. A marca da Caixa na camisa do Cruzeiro vai aparecer muito mais. Além disso, somos campeões brasileiros e mundiais de vôlei, o que espalha a marca para o Brasil inteiro”, completa o dirigente.
Fim de contrato
O que anima Gilvan é a boa relação que o clube tem com a Caixa, que patrocina a equipe de atletismo do Cruzeiro há várias temporadas, estampando sua marca no uniforme dos corredores.
O contrato com o BMG, de aproximadamente R$ 13 milhões por ano, termina no fim desta temporada. Fontes ligadas aos bastidores celestes garantem que se o contrato com a Caixa não der certo, a chance de renovação com o atual patrocinador master é grande.
Gilvan fala em teto salarial para técnicos e jogadores
Com as cifras cada vez mais elevadas no mundo da bola, a próxima temporada já é motivo da preocupação para o presidente Gilvan de Pinho Tavares, que prevê um cenário nada animador. “O ano de 2015, segundo os entendidos de finanças do país, não vai ser fácil. As empresas estão arrecadando menos e vão investir menos. A gente já vê desemprego, aumento do custo de vida. O próprio clima está desfavorável; faltando água, falta tudo”, avalia o dirigente.
“Acho que o futebol está chegando num patamar que vai ficar insustentável. As finanças do país estão deixando a desejar e as receitas caíram. Isso gera problemas para todos, inclusive para os clubes”, completa Gilvan, que garante estar em contato com outros presidentes de clubes discutindo a criação de um teto para jogadores e treinadores.
A situação dos clubes pode ficar ainda mais complicada nos próximos anos, caso realmente entre em vigor a determinação da Fifa de banir os grupo de investidores no futebol. A medida pegou todo mundo de surpresa ao ser anunciada pelo presidente Joseph Blatter, em Zurique, na Suíça, no último dia 29. Praticamente todos os clubes nacionais, inclusive o Cruzeiro, têm atletas em parcerias com grupo de investidores.
“Eu sou inteiramente favorável, só não vejo a forma de se cortar isso pela raiz”, diz o presidente da Raposa. “Quando os clubes precisarem de contratar ou pagar alguma dívida, eles vão se socorrer em quem tem esta condição. O banco faz isso. Quando a pessoa precisa comprar um imóvel ou quitar dívida, faz um empréstimo e paga aquilo com juros. No futebol não será diferente”, diz Gilvan. “Quando o clube precisar se socorrer, ou vai no banco, onde vai encontrar muita dificuldade, ou no investidor, que pede como garantia percentual de algum jogador. Ele vai ganhar em cima da valorização deste jogador. Acho que vai ser difícil achar uma forma de acabar com isso”, completa Gilvan.
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