MATAR, MORRER, REFORMULAR OU MANTER? TUDO VAI DEPENDER

POR: MARCÃO ANTI-GALO

Hoje é um dia decisivo. Há quem diga que uma eliminação pode custar uma reformulação no Cruzeiro, que já estuda a saída de alguns atletas, principalmente de Riascos e Seymour, apostas equivocadas da diretoria. Outro de malas prontas é Neílton, que deve ir, por empréstimo, para o Botafogo. Enquanto nos bastidores, a saída de atletas considerados reservas é movimentada, no vestiário celeste deve manter-se acesa a chama da vitória. Talvez, fazendo o melhor jogo do time no ano. Até agora só jogamos bem contra equipes de baixo nível técnico. Quando enfrentamos uma pequena dificuldade, acabamos sucumbindo.

Para que isso não volte a acontecer, o técnico Marcelo Oliveira tem feito mistério. Não acredito em grandes surpresas. Logo ele, que sempre se manteve coerente, dentro de sua própria incoerência, não deve alterar muito o time que já vinha jogando. Sem Alisson, Willian segue no ataque. Talvez haja uma mudança no meio, mas duvido que Marquinhos deixe a equipe, mesmo com os brados da torcida, que já não aguenta mais. Na defesa, chances para Bruno Rodrigo e Manoel de continuarem. Porém o treinador acredita muito em Leo, que mesmo irregular esse ano, não é desbancado por quem tem mostrado muito mais vontade e talento.

O resultado de hoje pode determinar muita coisa. Se classifica, o fogo atenua, a fumaça cessa e muitos se garantem, inclusive seus empregos não mantidos. Se perde, e jogando mal, sendo eliminado (um empate também elimina a equipe mineira), uma reformulação pode ocorrer, a começar da comissão, que pouco fez para dar padrão a uma equipe. Mesmo modificada, cinco meses é tempo suficiente para treinar e dar ao menos sinais que o time está se encaixando. Esse ano perdemos para Tombense, empatamos com Mamoré e não encantamos hora nenhuma. Ou seja, nem diante de times praticamente amadores, nós sobressaímos. E é isso que a torcida vem cobrando.

Sair da Libertadores para o São Paulo não é anormal, como também não será se o São Paulo sair. É um clássico do futebol brasileiro. São duas equipes gigantes. Mas a torcida do Cruzeiro não vai aceitar o time ser tão omisso quanto foi em São Paulo. Quer ver sangue nos olhos, criatividade no meio, vontade no ataque e time fazendo do Mineirão a sua casa. Queremos um time sólido, compacto, ofensivo e eficaz. Nada além. Se jogarmos como estamos jogando, vamos fazer mais um jogo pífio. Iremos pedir a cabeça de muitos, a começar do treinador. Mas se conseguirmos mudar da água suja para o vinho, temos uma chance de passar. Como disse o goleiro e capitão Fábio, se não der na técnica, temos que ir na raça. Assim sempre foi. E sempre tem que ser.