Setenta. Um número, uma marca, uma idade. 70 anos de um gênio da bola e da escrita. 70 anos de Eduardo Gonçalves de Andrade, o maior artilheiro da história do Cruzeiro, com 249 gols. Uma carreira curta, mas de genialidade, de marcas e de títulos. Um gigante em uma época que o Cruzeiro se afirmava perante o Brasil e o mundo como um dos maiores. E coube a esse mestre da bola ser o comandante, o maestro de uma constelação de craques que estiveram no Cruzeiro nas décadas de sessenta e setenta.
Em apenas 10 anos de carreira (Tostão jogou profissionalmente entre 1963 e 1973), Tostão mostrou ao mundo toda sua técnica, versatilidade, inteligência e qualidade. Canhoto, fez gol de tudo quanto foi jeito, sendo peça fundamental na conquista do Tricampeonato do Mundo, no México. Na Seleção, aliás, estreou em 1966, em um amistoso contra o Chile, no Morumbi. Três anos antes, uma curiosidade: o presidente Felício Brandi, um dos melhores da história celeste, chegou atrasado ao próprio casamento porque estava terminando de acertar a contratação do jogador para o Cruzeiro. À época, ele estava no América, clube que torciam os seus pais. Contudo, Brandi, visionário, buscou o jogador de volta, uma vez que, antes de jogar por um ano no América, ele esteve no próprio Cruzeiro, onde jogou futsal e também participou da equipe júnior de campo.
Ao lado de nomes de extrema importância da história do Cruzeiro, como Raul, Dirceu Lopes, Palhinha, Procópio, Piazza e tantos outros, Tostão participou de partidas históricas pelo Cruzeiro, principalmente aqueles confrontos contra o "Santos de Pelé". Em 1966, 6 a 2, no Mineirão, e 3 a 2, no Pacaembu, de virada. De se lembrar que o Santos era pentacampeão brasileiro (Taça Brasil) e bicampeão da Libertadores, que conquistara em 1962 e 1963. Uma outra pequena história: na época desta fantástica decisão, caso o Cruzeiro perdesse o segundo jogo, haveria um terceiro, sem direito a saldo de gols. Fato esse que fez com que o presidente do Santos ir ao vestiário do Cruzeiro, no intervalo, para marcar onde e quando seria o terceiro jogo. Naquele momento, o Santos vencia por 2 a 0. Aquilo fez os jogadores do Cruzeiro voltarem mais atentos, com mais gana. Tostão chegou a perder um pênalti, mas não se abateu. Foi dele o pontapé inicial da virada, em bela cobrança de falta. Dirceu Lopes, em seguida, empataria a partida. Natal marcaria o terceiro, que liquidaria o jogo e daria o primeiro título brasileiro ao Cruzeiro. Após o jogo, puseram uma coroa em Tostão, que refutou qualquer apelido de "Novo Rei", como chegou a sair estampado em alguns jornais. Para Tostão, o "Rei" sempre foi Pelé. Contudo, há quem o apelidasse de "Rei Branco", já que Pelé era o "Rei Negro". Mesmo assim, humilde, jamais se rendeu ao apelido.
Tostão acabou sendo vendido ao Vasco em 1972, na maior transação do futebol brasileiro até então. Mas o craque ficou pouco no clube carioca. Apesar de ganhar um título por lá, aposentou-se, aos 26 anos, em 1973. Com descolamento de retina e com risco de ficar cego, abandonou prematuramente o esporte. Detalhe: o problema que Tostão teve foi em 1969, antes, portanto, da Copa de 1970. Uma cirurgia de emergência feita em Houston resolveu, temporariamente, o problema do astro celeste e foi primordial para que o título da Copa do Mundo viesse. Zagallo não cedeu aos comentários que Tostão não era jogador para Copa. Chamou o jogador e foi muito feliz. Zagallo Campeão tem 14 letras, mas Tostão Campeão tem 13!
Fora das quatro linhas, Tostão exerceu a carreira de médico, comentarista esportivo e, atualmente, colunista de vários jornais pelo país. Com uma grafia peculiar e um texto irretocável, Tostão é um craque também na escrita, com opiniões embasadas. Um gênio dentro e fora de campo.
Hoje, nosso ídolo, a Nação canta parabéns para você!
Notas da Toca!
Cobrança!
Queremos ver se o Marketing do Cruzeiro fará algo para homenagear o ídolo máximo celeste no próximo domingo, no Mineirão. Ao que parece, está sempre um passo atrás dos "concorrentes" e pensando sempre abaixo da grandeza do Cruzeiro. Não seria demais pedir que o departamento celeste fizesse uma justa homenagem àquele que, junto com outros craques, levou o nome do Cruzeiro aos quatro cantos do mundo. Fica, aqui, uma cobrança.
Cobrança à imprensa!
A chatice das entrevistas coletivas na Toca II tem se tornado uma constante. Os quatro atletas contratados tiveram que responder à pergunta sobre os "dois anos sem título do Cruzeiro". E desde quando dois anos é esse tempo todo? Antes de 2013, não víamos nem ouvíamos perguntas dessa natureza do outro lado da Lagoa. Estranho! Talvez queiram pressionar, talvez queiram criar um mal-estar. O certo é que, se não ganhamos nada há dois anos, do outro lado não se ganha há três. Certo? Então que se pergunte por lá também. E mais: aqui a seca é curta. Já do outro lado, vão precisar de um outro Ronaldinho Gaúcho para redescobrir o clube e tirá-lo da fila. Talvez demore o mesmo tempo que eles não ganham um Brasileiro.
Problema na Colômbia?
Especulações dão conta que o Milionários, da Colômbia, quer Riascos. A pior contratação da história do Cruzeiro bem que podia ir para lá. Por aqui, aliás, não deixará saudade. Basta o time pagar R$ 2 milhões e levar esse problemático.
"Queremos tudo"
Gilvan de Pinho Tavares, a um site esportivo, disse que o Cruzeiro tem time para brigar pelos cinco títulos que vai disputar esse ano: "Queremos tudo".
Apenas um "desfalque"
No treino de hoje, na Toca II, apenas Marcos Vinícius foi ausência. O jogador trata de uma pancada no tornozelo direito que sofreu no jogo-treino contra o Araxá. No treino técnico comandado por Mano, esforço específico para o ataque e para a defesa. Hoje tem jogo-treino, contra o Brasília, às 17h, no Sesc Venda Nova. Entrada para os sócios.
Certa vez, o ex jogador Gérson, o canhotinha,disse: Várias vezes em campo,aconteceu do Tostão ter que "segurar" a jogada,para que nós pudéssemos entender o raciocínio dele,que estava sempre muito à frente do nosso.
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