AS CINCO CARTADAS ESTRELADAS

Se o futebol fosse transformado, por uns instante, em outro jogo, poderíamos dizer que o Poker cairía muito bem. Afinal, o time tem duas cartas nas mãos - os dois jogos em casa - e terá três cartas da mesa - jogos fora de casa. Assim, pensemos qual o jogo que Abel e cia. tem nas mãos. Até agora, um mero "fhush", já que só empata. No entanto, nessa reta final, é preciso ter ao menos duas duplas ou uma trinca. Nem falo de fullhouse ou royal straight flush. Seria pedir demais para um time que fez cinco pontos em 21 possíveis contra equipes que estão na parte de baixo da tabela. Contudo, se continuar empatando, muito provavelmente a equipe não fica na elite, haja vista que tem apenas 36 pontos e sete vitórias.

É hora do "croupier" Abel dar as cartas. Tirá-las das mãos de Thiago Neves, Edilson e demais atletas que não estão nem aí para o clube seria um bom começo. Contudo, não se vê essa postura de Abel, a não ser a de proteger seus "pupilos".

Não creio em vitória contra o Santos, na Vila. Há três meses a equipe de Sampaoli não perde por lá. E como o Cruzeiro não ganha, se empatar lá, não será tão ruim. Contudo, até o empate é, no meu modo de ver, pedir demais nessa "mão".

Abel abre mão dos jovens, pretere Ederson, um menino rápido de técnico, para por Robinho, que há tempos não está em boa fase. Insiste em Fred, que mesmo com filho doente e cabeça longe do jogo, foi para campo. Deveria nem ter ficado no banco. E fica a pergunta: qual a birra que Abel tem com Maurício? Será mesmo que os atacantes da base são tão piores que estes que estão jogando? E o Joel? Não serve?

O maior problema do futebol brasileiro, desde 2006, é que treinadores gostam de trabalhar com seus "homens de confiança". Na Seleção Brasileira, o time de Tite não é, nem de longe, uma seleção. Seleção entendende-se, como chamar os melhores. Mas Tite não faz isso. Abel também não faz. Dunga também não fez, nem Parreira e nem Felipão fizeram na Seleção nas Copas passadas.

Aqui no Cruzeiro também foi assim. Mano teimava com Ariel, Marcelo Oliveira com Marquinhos. Abel com Thiago Neves, David e cia. Até quando? 

Qual a jogada que Abel terá nas mãos contra o Santos? Será uma boa mão ou vai tentar ganhar no blefe? Com Thiago Neves em campo, digamos, é como sair, de cara, com duas cartas desconexas e baixas. Veremos. O poker não é tão jogo de azar como dizem. Quem sabe jogar, até com nada na mão consegue levar as mãos e os jogos. Temos que saber se Abel conseguirá ganhar no blefe (como tem feito) ou vai inovar, arriscando mais o jogo com cartas melhores.

Os cinco jogos do Cruzeiro: Santos (F), CSA (C), Vasco (F), Grêmio (F), Palmeiras (C).

Por: João Vitor Viana