SEGUNDA-FEIRA D? REUNIÃO MARCADA E PODE DEFINIR MARCO NO CLUBE

Em meio a um caos financeiro, em que funcionários divulgaram carta aberta, cobrando uma posição da diretoria e em meio à pior crise administrativa da história do clube, em que o presidente e seus vices se recusam a deixar o clube, ainda que com pressão gigante da torcida, uma tentativa, através do diálogo, será feita nesta segunda-feira. O presidente do Conselho Deliberativo do clube, José Dalai Rocha marcou uma reunião com Wagner Pires para propor uma renúncia coletiva e uma reconstrução do clube em torno de um projeto e uma chapa única, que levaria a uma eleição em 60 ou 90 dias.

Não se sabe, porém, se os vices Hermínio Lemos e Ronaldo Granata estarão presentes. Dalai Rocha encara esse como o caminho para uma renúncia coletiva, inclusive do próprio Conselho Deliberativo, a fim de que o Cruzeiro possa recomeçar do zero, fazer seus planejamentos e mostrar uma unidade em prol do clube. Contudo, há resistência da situação e algumas pessoas acham difícil que haja um consenso nesse sentido, principalmente pelo fato dos vices serem egocêntricos e quererem, a qualquer custo, o posto de presidente, caso este esteja vago. Contudo, a torcida já deixou claro, através de carta, faixas e manifestações à frente da sede administrativa, que não irá aceitar algo que não seja a renúncia de todos e convocações de novas eleições. Caso não haja um consenso hoje, há uma possibilidade grande de judicializarem a questão.

Nesse egocentrismo que ninguém entende - já que não há motivos para essas pessoas ficarem lá, diante de tanta repulsa e ameaça de alguns torcedores -, quem perde é o próprio Cruzeiro. Com uma campanha que o sócio será cancelado ou não terá adesão vem ganhando proporções enormes e a chance de o Cruzeiro ter esse programa no lixo aumenta a cada dia. Pelo contrário, há um compromisso engajado dos torcedores de aderirem ao sócio e de ajudar o clube na reconstrução caso essa diretoria deixe o clube.

Caso já tivessem saído, fatalmente já haveria alguma solução, por exemplo, da situação dos funcionários do clube, que estão passando necessidade. Inclusive isso tem sido motivo para oportunismo barato de alguns ex-dirigentes. Gilvan, por exemplo, tem falado aos quatro cantos do mundo um monte de coisa. Apesar de não estar errado em sua análise, ele se exime de culpa. Oras, Gilvan, o senhor pôs o Cruzeiro com fama de caloteiro e comprometeu recursos futuros. E se não bastasse isso, a gestão de Wagner Pires pôs o Cruzeiro nas páginas policiais. 

Recentemente um áudio de Bruno Vicintin para Sérgio Nonato também vazou para a torcida. Vicintin, que foi vice-presidente do Cruzeiro na Era Gilvan, afirma ter doado 300 cestas, fala cobras e lagartos com o ex-diretor incompetente. Jamais condenaremos o autruísmo das pessoas e ficamos felizes com o ato de bondade junto aos funcionários. Contudo, não há de se fazer de vítima nesse momento. Primeiro, porque a gestão da qual participou também foi horrível financeiramente, colaborando com a tragédia a qual o clube acabou se enfiando. Segundo, que é praticamente um diálogo do "sujo falando do mal lavado". E terceiro, mais parece um oportunismo diante de uma situação caótica. Não há heróis no Cruzeiro, não há, ainda, espaço para vitimismo. O que deve acontecer é a renúncia de todos e uma convecção em torno de uma chapa única. Se esse pessoal é cruzeirense, devem sair por bem. Quanto mais tempo isso demorar, mais complicado será a reformulação do elenco e do próprio clube.

Por: João Vitor Viana