As palavras são do superintendente jurídico da Raposa, Kris Brettas.
"O trabalho da Kroll é importante nesse sentido. Muita coisa pode ser considerada irresponsabilidade no âmbito civil, ir buscar uma reparação cível: um contrato esdrúxulo, mal feito, mas que talvez não se caracterize um crime. Então, não é criminoso, mas é irresponsável no ponto de vista administrativo, ou mau uso do dinheiro. Utilização dos recursos para questões privadas. Nesse caso, aí sim, o Cruzeiro pode buscar o ressarcimento, independente da comprovação criminal".
Uma investigação está sendo feita pela Polícia Federal, Polícia Civil e Ministério Público já há algum tempo. Um desenrolar de tudo isso é aguardado pelos torcedores, que desejam que os envolvidos sejam presos e o dinheiro devolvido.
"A gente sabe de algumas coisas, mas a gente não deve falar. A primeira atitude que a gente teve foi excluir os advogados criminalistas, algo em torno de 12 do Cruzeiro no processo. Então, excluímos esses advogados. E agora só temos dois, do Cruzeiro, com acesso ao processo. Logicamente que as pessoas investigadas, eles podem ter os advogados que quiserem. Tiramos para limitar o acesso às informações. Foi um pedido do Ministério Público e do delegado. Esse tipo de investigação, quanto mais sigilosa e quanto menos se falar, melhor o resultado. Inclusive, o que falamos com o conselho gestor é que poderia ser utilizada como vantagem política", afirmou Brettas.
Em contato com o promotor do Ministério Público, Daniel Sá, o Cruzeiro Online teve a resposta que a gente não deseja: "Ainda não há nada que possamos falar de forma oficial".
Investigação interna
O clube fechou, na última semana, um contrato com a Kroll, empresa de investigação corporativa, e que irá analisar os contratos considerados danosos. O prazo de trabalho deles será de 60 dias.
- Sessenta dias é o prazo da Kroll para conclusão do trabalho. A Kroll estabeleceu um escopo de trabalho, não são todos do conselho gestor que tem acesso a esse escopo, porque não faz sentido. É um trabalho de investigação, a gente trata de maneira muito sigilosa, até mesmo internamente no clube. Eu, por exemplo, não sei o escopo do contrato, quais são os contratos, as partes. Elegemos uma pessoa dentro do conselho gestor. Essa pessoa conduziu a formalização do contrato, e o que será apurado e investigado, detalhado pela Kroll, só um membro do conselho gestor sabe. É confidencial. E o representante da Kroll, já passamos para ele os contatos do Ministério Público e do delgado da Polícia Civil, já informei ao delegado da Polícia quem é o representante da Kroll, que também a gente não vai divulgar quem é. Mas eles vão fazer entendimento, caso a Kroll precise da Polícia, caso a Polícia precisa da Kroll, para ficar bastante alinhado.
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