Análise: Jogo contra o Fluminense pode ou não ser um divisor de águas

Vencer o "tão temido" Fluminense é um sonho para o torcedor do Cruzeiro. No ano passado, o time foi eliminado pelos cariocas na Copa do Brasil. E não jogou mal. Mesmo sendo o melhor time disparado da Série B em 2022, o Cruzeiro foi inferior ao Fluminense, que seguiu na competição.

Contudo, em 2023, muita coisa mudou. Ao menos em Minas. Time renovado, técnico modificado, esquema tático diferente e um momento, na elite, que até empolga alguns. Como foi dito aqui, calma, torcedor! Contudo, a partida desta quarta-feira, que marca a volta do Cruzeiro ao Mineirão, pode ser ou não um divisor de águas. Explico.

Ronaldo já antecipou que o adversário é um dos melhores times do Brasil. Ao mesmo tempo, chamou a atenção de uns idiotas que insistem em jogar artefatos no campo, o que só prejudica o time. Mas também é aquela história: se vence, o Cruzeiro passa a ser visto com outros olhos. E por mais que hoje o projeto seja de manutenção, a equipe de Pepa tem jogado bem, com um padrão de jogo, com atletas de destacando, com um ou outro destoando. Nesta partida, em específico, o Cruzeiro pode, sim, vencer. É para ter os pés no chão, sabendo que o adversário não é imbatível e que mais de 45 mil pessoas estarão levando o time para cima do adversário.

Vencer em casa, quando se trata de um clássico nacional, não é obrigação. Assim como o Cruzeiro foi ao Maracanã, no ano passado e saiu de lá com um resultado que poderia ser revertido no Mineirão (perdeu por 2 a 1), poderia, eventualmente, também vencer. Contra o Fortaleza, o Fluminense tomou um passeio, algo incomum. Mas tomou. E é diante disso e do bom momento celeste que o torcedor pode, sim, pensar positivo.

Jogando ao lado do time, empurrando os atletas, sem vaias, torcendo, vibrando, enervando o adversário e contando que a arbitragem será neutra, tudo pode acontecer, inclusive uma vitória celeste. Em terceiro lugar no Brasileiro, o Cruzeiro está coeso e ciente do que fazer em campo. E de volta à sua casa, mesmo com um campo horrível, que a Minas Arena não faz questão nenhuma de cuidar e que o Estado fica calado pois, num passado recente, ex-governadores chancelaram o "assassinato de um bem público" e, atualmente, pouco se vê remar numa direção contrária, o Cruzeiro pode, sim, se impor, jogar e empolgar um pouco mais o seu torcedor. Que os ventos soprem a favor, que o gramado nem a arbitragem prejudique e que Pepa e seus comandados estejam numa noite iluminada. Vencendo, um divisor de águas. Não ocorrendo, não será o fim do mundo.

Vamos aguardar!

JOÃO VITOR VIANA