O Cruzeiro ainda não é tão falado na mídia. Não como merecidamente teria que ser. No entanto, não fazendo parte do eixo Rio-São Paulo, o máximo que se faz é mostrar os gols. Poucos comentários sobre questões individuais e táticas, pouco tempo entre os destaques dos noticiários. Tão somente porque não querem falar. Isso incomoda? Sim. Mas como isso não é de hoje e, para se renderem ao bom futebol demonstrado pelo Maior de Minas, é preciso mais, seja com liderança ou títulos, esperemos.
O certo é que, ao que parece, o técnico Fernando Seabra entendeu o Cruzeiro e os jogadores entenderam o treinador. A disposição tática com Barreal no meio faz toda a diferença para que o lado esquerdo do clube, seja com Marlon/Kaiki, Barreal/Matheus Pereira e Arthur Gomes seja letal quando se imprime velocidade. Por ali saem as principais jogadas da Raposa, que, sendo protagonista, ditando o ritmo da partida e tomando a iniciativa do jogo, tende não somente a dominar, como vencer. Já são três vitórias seguidas, uma ascensão na tabela e um futebol envolvendo e diverso.
Diante do Bragantino, um dos times que está sempre ali, na primeira página do Brasileiro, beliscando uma pré-Libertadores ou até a própria competição internacional, o Cruzeiro voltou a brilhar. Nada de ter Lucas Silva ao lado de Ramiro, que deixa o meio lento e sem pegada. Nada de Néris, Machado, Palácios ou outra invenção de moda. E ainda, com Verón, encantado, mais uma vez sendo decisivo. Senti apenas um pouco da participação de Arthur Gomes nessa partida especificamente. Após dois brilhantes jogos, contra Corinthians e Grêmio, o jogador ficou um pouco preso, chutando a gol apenas uma vez, pela rede do lado de fora.
Com solidez defensiva, Cássio teve pouco trabalho em sua estreia. Foi mais exigido já nos minutos finais do segundo tempo, com boas defesas. O gol sofrido, já no finalzinho, não era defensável. O gigante, que agora assume o gol celeste, apesar de não ter trabalhado tanto, deixou boa impressão. Passou firmeza e tranquilidade. Ovacionado pela torcida - alguns até se fantasiaram com uma peruca -, tem tudo para mostrar, cada vez mais, uma performance que vai agregar e ajudar a equipe a estar entre os primeiros ate o fim do campeonato brasileiro.
A próxima partida será um desafio e, ainda, um encontro minimamente enigmático. Isso porque a Raposa irá até o Allianz Parque, diante do Palmeiras, um dos favoritos ao título. Por lá, talvez, encontre Dudu, o jogador que recusou um contrato de mais de R$ 100 milhões com o próprio Cruzeiro e que, atualmente, está mais no banco que qualquer outra coisa. Vejamos se Seabra continuará entendendo o clube e o clube entendendo seu treinador. O Palmeiras chega como favorito, mas não seria demais pensar que podemos voltar com algum ponto de São Paulo. Quem sabe, assim, a "imprensa do eixo" nos dê um espaço maior na mídia?
JOÃO VITOR VIANA
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