Desde que anunciaram a chegada de Fernando Diniz que falo aqui no blog que a escolha havia sido uma tragédia. A escolha pessoal de Pedro Lourenço jogou por terra um ano que ainda havia muitas decisões importantes. A certeza que daria errado - pois Diniz se coloca como o reinventor da roda - era absoluto. Afinal, tomaram o currículo dele pela parte e não pelo todo. 2024 foi um ano que mostrou um trabalho absurdamente ruim de Diniz em três oportunidades, sendo a última, a aposta pessoal de Pedro Lourenço e avalizada por Alexandre Matos.
A tragédia anunciada teve como penúltimo capítulo, acredito, a virada do Palmeiras, no Mineirão. Em um cenário sem público, por incompetência do governo e da CBF, um jogo que teve como protagonista no primeiro tempo o goleiro Cássio e, no segundo, lampejos de Marlon e Matheus Pereira. No mais, um time confuso, atabalhoado, sem vontade e com uma postura tática questionável. No fundo, os mesmos gritos sem educação de um treinador limitado e fundamental para uma queda vertiginosa do time no ano.
Ficar fora da Libertadores é o maior atestado de incompetência diretiva que o Cruzeiro poderia ter. Aliás, a pior coisa da gestão Ronaldo parece estar voltando: o distanciamento da torcida. A direção não leva em conta o que o torcedor quer. O fato de o Cruzeiro, hoje, ter um dono faz com que Pedro escolha o que ele quer e dane-se a opinião de 10 milhões de torcedores. Ninguém queria Diniz. Mas o Pedrinho queria. E olha no que deu.
Em momento anteriores, Pedro, como investidor, derrubou outros treinadores. Lembram do Pepa? Quem o demitiu foi Pedrinho. Mas o mesmo critério em momento algum é usado quando Pedro virou o dono. Tanto que o critério usado para a saída do Seabra não se aplica ao Diniz. O salto que Pedrinho disse que teria foi um mortal carpado para trás. Jogou 2024 no lixo ao trazer esse treinador, derrotado, para comandar um time limitado tecnicamente. Diniz não é técnico para fim de ano e nem para início. Não tem o perfil do Cruzeiro, não tem humildade nem criatividade de fazer um esquema com os jogadores que possui em mãos e, pior, ainda consegue por na cabeça de alguns jornalistas que o seu estilo é autoral, único e requer tempo. Tempo ele precisa, para mudar essa maneira de pensar, senão vai acabar treinando equipes de séries b e c.
Rodada após rodada venho aqui analisar o jogo. E, de novo, Diniz vira o foco. Após a partida, ele disse que não se apega a cargo. Então que o demitam! É fácil! Pague a multa! É alta? Sim, mas quem contrata pagando caro e por um período longo sabe os riscos. Dá tempo de ele acertar, inclusive, com o rival, que demitiu o Milito. E já pensem para 2025! Chega de apostas! Pague caro em técnico bom! Se é para gastar e ganhar, inclusive, sócios, o princípio é vencer. Castro está aí ainda. Está, inclusive, desde antes de trazerem o Diniz. Fizeram uma opção porca e, hoje, pagam pela escolha horrível. Não somente pela multa que tem que ser paga, mas pelo dinheiro que não vai entrar na conta celeste: US$ 4 milhões da Sul-Americana e outros milhões que a Libertadores dá.
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