segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Reflexões


Por Marcello Zalivi

A conquista do campeonato ficou muito difícil, alias, diria improvável pelos últimos resultados. E nos fazem ter reflexões dos motivos que nos fizeram estar atrás na briga pela taça e ponderar sobre a formula de disputa da competição.

MOTIVOS DO TIME.

Durante todo o campeonato, quem acompanhou minhas colunas sabe que o setor mais criticado por mim foi o ataque. Apesar das boas atuações de Thiago Ribeiro, talvez o atacante que mais infernizou as defesas nesse BR2010, o time perdeu muitos gols, ficou claro e evidente que faltou um camisa 9 de “peso” (não estou falando do Ronaldo) no nosso comando de ataque.

Wellington Paulista é esforçado, valente, brigador, etc. Mas não coloca a bola pra dentro quando o momento é de decisão. Não vamos ficar enumerando todos os gols que o cara perde, porque errar é humano, mas podemos aqui facilmente lembrar de lances que poderiam ter dado ao Cruzeiro a conquista do Brasileiro de forma antecipada. Os gols perdidos que não saem da minha memória são contra o Prudente (um empate em 0 x 0 em casa) onde teve oportunidade clara e perdeu. O Vitória vencia o Cruzeiro por 1 X 0, quando Wellington Paulista teve oportunidade clara dentro da pequena área, e ele finalizou de coxa por cima do gol. Temos também o lance contra o Corinthians, um gol claro como o do jogo da 37ºrodada.

Eu sei que ele fez gols importantes também, contra o Fluminense por exemplo. Mas para ser centroavante do Cruzeiro o cara não pode fazer gols importantes de vez enquando, ele tem que fazer sempre que tiver uma oportunidade clara. Por isso só alguns viram ídolos.

É claro que não é somente o ataque, os laterais (apesar de estarem concorrendo ao craque do ano em suas posições) esse ano foram bem abaixo do esperado. E a indefinição da dupla da zaga titular também prejudicou em alguns confrontos, assim como as contusões. Porem, o que fica evidente é que novamente corremos o risco de não ganharmos os títulos por vacilos próprios (Como ceder o empate ao São Paulo no 1º turno aos 48 do segundo tempo).

QUANDO O APITO FAZ A DIFERENÇA

Não é desculpa de perdedor. Mas o apito operou o Cruzeiro mais uma vez no campeonato. Foram 5 gols mal anulados, inúmeros impedimentos marcados de forma equivocadas, entre outras ”atrapalhadas” dos juízes.

O erros mais gritantes foram Contra o Botafogo/Héber Roberto Lopes (Um pênalti mal marcado e um gol mal anulado); Contra o Grêmio/Paulo Cesar de Oliveira (Anulou um gol legítimo quando a partida estava empatada); Contra o Corinthians/Sandro Meira Ricci (Não marcou pênalti claro, deu 6 impedimentos que não foram, um pênalti mal marcado, etc). Sem falar no gol mal anulado contra o Santos quando o jogo estava empatado, e por ai vai...

Por mais que o Cruzeiro tenha vacilado em muitos jogos, se ele não tivesse sido prejudicado pela arbitragem, certamente estaríamos com o título assegurado.

Sabemos que houve erros ao nosso favor, como o gol mal anulado do Ceará na Arena do Jacaré. Mas como já comentei em colunas atrás, sempre prejudicam o Cruzeiro em um jogo importante, para depois compensar em uma partida contra um clube de menor expressão. Pois, alem da vitória ser certa, esperam com isso, calar a nossa voz. Mas não adianta, não queremos erros nem contra nem a favor, e se para isso a tecnologia tem que entrar em campo, que entre e o futebol se modernize como todas as outras atividades esportivas do mundo.

A FORMULA CERTA PARA O CAMPEONATO

Muita gente é a favor de manter os pontos corridos, outra turma (principalmente a rede Globo por motivos financeiros) é a favos dos mata-matas.

Os adeptos de cada formula se justificam resumidamente da seguinte forma:
Pontos corridos: O campeonato premia a regularidade, tem emoção na briga pelo titulo, rebaixamento e libertadores. Alem de manter as equipes com o calendário ativo até Dezembro.

Os adeptos dos Mata-matas se apegam a emoção dos jogos decisivos e característicos do futebol brasileiro. Dizem que com essa formula se diminui as diferenças astronômicas de um time para o outro dando a oportunidade de uma equipe de menor expressão disputar o titulo com mais chances de ser campeão.

Todas as formulas tem seu charme e seus defeitos. Agora o que mais está em evidencia é o entrega-entrega que aconteceu na última rodada. Mas se formos parar para pensar, este esquema sempre existiu, o que comprova que as duas formulas não são infalíveis.

Sou da turma adepta dos pontos corridos, pois alem de ser um campeonato mais justo, você força os dirigentes brasileiros a serem mais profissionais e planejarem o clube a longo prazo. As séries A, B, C e D estão muito mais bem estruturadas e as equipes mais preparadas. Então como acabar com o entrega-entrega das rodadas finais? Como diminuir o ostracismo que vive as equipes do meio da tabela na parte de definições do Brasileirão?

Pode se pensar em várias formulas, uma delas seriam fazer com a Libertadores algo parecido com a Sulamericana. Do 4º colocado até o 7º disputariam uma fase nacional de pré Libertadores, jogando mata-mata. Isso aumentaria consideravelmente o número de times com “algo” a disputar na competição.

Outra solução seria o calculo por temporadas. Poderiam se definir as vagas para libertadores e rebaixamento através dos cálculos da pontuação e demais critérios do campeonato em vigor e do campeonato passado. Mas creio que isso iria embolar demais a cabeça do povão que não iria entender muito essa matemática.

Então, sobra uma opção que defendo muito. Na minha opinião, pelo menos as duas últimas rodadas deveriam ser apenas de clássicos regionais. Rivais históricos se enfrentando, e o que é melhor, sem a opção de entregar o jogo, afinal, você acreditaria que o Palmeiras perderia para o Corinthians só para ajudar o São Paulo? Acho muito pouco provável, alem disso, os clássicos acirram a disputa, torna a competição mais empolgante e confere a reta final, um clima de decisão, como se fosse uma final de campeonato. Não existe coisa melhor do que ser campeão vencendo o seu maior rival.

Então, sou a favor dos clássicos regionais na reta final do campeonato brasileiro. E vamos ser sinceros, imagina como será emocionante uma competição assim?

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