quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A INVOLUÇÃO NO FUTEBOL

POR: PROFESSOR CELESTINO


É impressionante como ainda nos dias de hoje as pessoas conseguem se mostrar involuídas. Em pleno século XXI, há ainda quem seja preconceituoso e pior: que se ache melhor que os outros por um detalhe ou outro.

Preconceito é algo nojento, asqueroso. Como pode o ser humano julgar as pessoas por detalhes? Será mesmo que um ser humano é superior ao outro por este ser diferente? O que se viu, por exemplo, no jogo entre Cruzeiro e Real Garcilaso é algo para servir como exemplo. Tinga, atleta negro do Cruzeiro, teve que ouvir sons parecidos aos emitidos pelos gorilas. Um verdadeiro absurdo! Uma completa involução no futebol, uma manifestação que tem que ser punida com o maior dos rigores. Julgar o ser humano por características físicas ou qualquer outra é o maior dos absurdos. O valor da pessoa se dá pelo caráter, pelo discernimento, pelas ações. Ser juiz da sociedade tão somente pela aparência ou crença é ser idiota e vil. E, no meu modo de ver, as autoridades do futebol, no caso a Conmebol, deve julgar esse comportamento violento e infundado.

Pessoas devem ser tratadas com respeito, cordialidade, gentileza. Saber receber o outro, aceitar, não julgar, é o mínimo que um ser humano pode fazer. O contrário disso faz com que a sociedade seja cada vez menos evoluída. Pior, que seja animalesca.

Comportamentos como esse citado são de enojar. O Cruzeiro e o próprio jogador não podem aceitar uma situação humilhante como essa. Ser negro, agora, é crime? Incomoda? Aos que dizem sim, todo meu repúdio. Providências devem ser tomadas, para o bem do esporte e da sociedade. O que não é certo deve ser corrigido. Ainda há tempo.

E um recado aos cruzeirenses e uma saída à diretoria celeste: agir contra esse time no jogo de volta só será ruim para a imagem dos mineiros, dos brasileiros. Temos que mostrar que somos hospitaleiros e um povo educado. Não adianta arremessar pedra no ônibus deles quando chegarem aqui, na partida de volta. Não prego que estendam o tapete vermelho a eles, mas que os recebamos como gente, como seres humanos, porque nós respeitamos as etnias, seja ela de qual cor for: amarelo, vermelho, negro, branco. E que o Cruzeiro possa dar a resposta em campo. Por tudo que aconteceu, não aceito menos de seis na bagagem deles. A raiva que tivemos ontem, por tudo que aconteceu, que fique guardada, sendo revidada tão somente em campo. Mas que seja bem revidada.


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