MINHA QUERIDA ZERO HORA...

Querida Zero Hora,

Em tempos de modernidade, adaptamos uma carta a um post de internet. Por que? Porque, como cruzeirense, tenho o direito de resposta às publicações ultrajantes dos últimos dias. Diante disso, relato, abaixo, tudo aquilo que estava preso em minha garganta desde a primeira postagem que vi em seus meios de comunicação.

Zero Hora é um jornal reconhecidamente bairrista, que defende, a ferro e fogo, o futebol gaúcho. É até louvável, nesse sentido. Aqui, em Minas Gerais, a imprensa só defende um lado que, aliás, anda mal das pernas ultimamente. Mas não é disso que venho falar. A minha indignação foi com toda a soberba criada após a vitória do Grêmio, na quarta-feira da semana passada.

Publicações lamentavam a ausência de Geromel do primeiro jogo da final. Ora, como assim? Havia, ainda, um segundo jogo da semifinal. Estaria o Grêmio já classificado? Salto alto não combina com o futebol. E isso foi mostrado na partida desta quarta, quando o Cruzeiro teve raça, gana, vontade e competência para vencer o "time mais temido do Brasil".

Luan e companhia pareciam estar na soberba tanto quanto o periódico Zero Hora. Talvez achando que fariam um gol a qualquer momento e quantos quisessem. Talvez influenciado pelo comentário do fraco Denilson que, na Bandeirantes, afirmou que daria Grêmio, inclusive com nova vitória sobre o Cruzeiro.

Minha querida Zero Hora, vencer o Cruzeiro não é tarefa fácil. Principalmente quando o "papo" é Copa do Brasil. O Grêmio é tão copeiro quanto nós. Eram nove títulos em campo. Mas quando dois times copeiros estão rivalizando, não há favoritos. Pedro Ernesto, a quem conheci, ontem, no Mineirão, como pode escrever que "Só uma catástrofe" tiraria o Grêmio da final? Deixe seu clubismo de lado, tchê! Baita gremista é o senhor, assim como um grande locutor. Mas a soberba o fez ficar cego diante de um rival tradicional, de camisa pesada, cujo respeito não é somente regional ou nacional, mas internacional.

No campo, o Cruzeiro se fez gigante, como toda a torcida cobrava. Fez um segundo tempo e aplicação tática, de competência e soube vencer a partida nos noventa minutos. Quisera o destino que a classificação fosse para os pênaltis. Mas a trave e Fábio não deixaram o Grêmio passar. Talvez tenham sido o tal desastre que Pedro Ernesto escreveu. 

Digo uma coisa, querida Zero Hora: não é apenas o Geromel que não jogará a final. É o time inteiro do Grêmio. Se Geromel era dúvida, agora é uma certeza. Não etsá na final. Nem ele, nem ninguém do Grêmio.

Forte abraço.

Por: João Vitor Viana