sábado, 6 de agosto de 2011

CLIPPING: SUPERESPORTES


TUDO SOBRE A COLETIVA DE PERRELLA!

A menos de cinco meses do fim do seu mandato, o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, anunciou oficialmente nesta sexta-feira a sua desistência em se candidatar à reeleição, em outubro. Foi o primeiro adeus do dirigente, que se despedirá do cargo apenas em 31 de dezembro.

Numa entrevista que durou exatamente uma hora, Perrella disse que desistiu da reeleição no Cruzeiro depois de assumir o cargo de senador da República, em 11 de julho, e perceber que a função em Brasília lhe consumiria muito.

“Estava pensando em ser candidato, recebi até um apelo dos conselheiros. No primeiro momento, estava pensando em compatibilizar e vi que vai ser sacrifício muito grande, porque o Senado exige uma presença muito maior que a de deputado. E resolvi não ser candidato mais. E teve também um apelo da própria família. Mas estou saindo numa boa, pois tivemos gestão vitoriosa e cumpri o meu papel”, disse Perrella.

História no clube

Perrella encerrará o seu quarto mandato na presidência. Ele assumiu o cargo pela primeira vez no biênio 1995/96, no lugar de César Masci. Na sequência, venceu duas eleições para os triênios 1997/98/99 e 2000/01/02. Nesse período, o dirigente conquistou 14 títulos, sendo a Copa Libertadores de 1997 o mais importante deles.

O irmão de Zezé, Alvimar de Oliveira Costa, sucedeu-o a partir de 2003 e comandou o Cruzeiro até 2008, em dois triênios. Suas grandes conquistas foram o Estadual, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro de 2003, intituladas de Tríplice Coroa.

No fim de 2008, Zezé Perrella voltou ao cargo maior do clube ao derrotar o candidato Márcio Rodrigues, representante único da oposição. Desde então, ele conquistou apenas os Mineiros de 2009 e 2011.

O prometido título de expressão ficou no quase. O Cruzeiro foi vice da Libertadores em 2009 e do Brasileirão, em 2010.

“Foram 22 títulos naquilo que muitos chamam de dinastia Perrella. Mas a cobrança às vezes é desumana. A torcida cobra, mas sou grato a ela, porque nunca fui hostilizado na rua. Ajudamos a transformar o Cruzeiro na sexta maior torcida do Brasil, talvez isso seja até mais importante que os títulos. Éramos três milhões e hoje somos oito milhões”, disse.

O dirigente discorda dos que consideram a gestão atual um fracasso. “Dos três mineiros, ganhamos dois. Fomos vice-campeões do Brasil e vice da Libertadores. Não acho que foi uma má performance”.

Rejeição da torcida

Perrella assegurou que a forte rejeição da torcida à sua administração não interferiu na decisão. A família, sim, estava incomodada. “Isso não é agradável, mas não tem peso não. Já passei situações mais complicadas. A grande manifestação eram 19 pessoas. O Cruzeiro tem oito milhões de torcedores. Essa turma do estádio são 500 pessoas. Mas que é deselegante, é. Depois de fazer o que você fez pelo clube, ouvir isso? A nível de família, pesa. A mim, não. São meia dúzia de pessoas que não entendem o que é tocar um clube de futebol”.

Sucessão

Perrella ficará fora das próximas gestões do Cruzeiro. A chapa da situação já está definida. O atual vice, Gilvan de Pinho Tavares, será o candidato à presidência. Os dois vices serão José Maria Queiroz, hoje superintendente das categorias de base, e Márcio Rodrigues Silva, que foi candidato da oposição derrotado por Zezé na última eleição.

"Estou me despedindo do Cruzeiro esse ano, e foi consenso do nosso grupo lançar o doutor Gilvan como candidato. A torcida pode ficar despreocupada porque o Cruzeiro está bem entregue", encerrou.

Nenhum volta

A saída de Zezé Perrella do cargo de presidente do Cruzeiro, em dezembro, encerrará a 'dinastia' da família Perrella no clube, iniciada em 1995. No período de 16 anos, ele e o irmão Alvimar de Oliveira Costa deram 22 títulos às galerias celestes.

Ao anunciar oficialmente a desistência de concorrer à reeleição, em outubro, Perrella adiantou que não participará das próximas gestões em outros cargos. A saída é definitiva.

“O que espero é que o novo presidente consiga até fazer mais do que eu. Não vou participar da administração. Nem dando palpites por fora. Vou me dedicar unicamente à minha carreira de senador a partir de dezembro”, prometeu.

Após cumprir o mandato de senador, em Brasília, Perrella pretende se dedicar só aos seus negócios. "Não pretendo voltar nem depois do Senado. Não pretendo não. Vamos dar prioridade para outro. Vou participar da vida social, mas volto no estádio só como torcedor", brincou.

Alvimar quer distância do cargo

Nem mesmo o irmão e ex-presidente Alvimar de Oliveira Costa tem a intenção de voltar à principal cadeira. Já o filho de Zezé, Gustavo, que atualmente é deputado estadual, tem pouco interesse pela função. Hoje ele é vice-presidente de futebol, mas raramente aparece no clube para tratar do assunto.

“O Alvimar, conversamos com ele, se ele topava participar da nova chapa. Acho que nem se Jesus Cristo pedisse, ele topava. Ele sabe a dificuldade que é, as incompreensões. O Gustavo nem pensa nessa hipótese. Para quem não gosta dos Perrella, fiquem tranquilos. Nenhum de nós está vindo por aí”, ironizou Perrella.

Fred

O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, aproveitou a coletiva concedida nesta sexta-feira para falar do momento político do clube para esclarecer um possível interesse no atacante Fred, do Fluminense.

Perrella afirmou que vai fazer contato com dirigentes do Fluminense para se inteirar sobre a situação do jogador no clube. Caso o Tricolor Carioca tenha interesse na liberação do atacante, o presidente celeste poderá tentar um acordo.

“O Fluminense não nos procurou. No último contato que fizemos com eles (há anos), o clube não estava disposto a liberar. Se for só salário, dá para fazer composição. Naquela situação, eram 8 milhões para liberar. Se o Fluminense anunciou que tem interesse em colocar o jogador aqui, vou ligar para saber se tem fundamento ou não. Fiquei sabendo através do jornal, ninguém procurou. De repente, se eles pagarem parte dos salários...”, afirmou o mandatário da Raposa.

Fred pediu para não jogar na quinta-feira contra o Internacional e alegou estar abalado psicologicamente, sentindo-se ameaçado. No início da semana, ele foi encontrado por torcedores em um restaurante, no Rio de Janeiro, e deixou o local ao ser abordado. Fred chegou inclusive a prestar queixa pelo ocorrido em uma delegacia de polícia.

Diante da relação abalada do jogador com parte da torcida, o Cruzeiro pode aproveitar para tentar a contratação. Contudo, Perrella faz a ressalva sobre o alto salário de Fred.

“Saiu essa notícia em jornal do Rio, mas ninguém do Fluminense ligou para o Cruzeiro. Se for contratação factível, vamos analisar. Mas ele tem hoje um dos maiores salários do Brasil. Tem que ouvir o Fluminense se estaria disposto a bancar a maior parte do salário dele. Não vou cometer irresponsabilidade, ainda mais na hora de sair. Não vou cometer loucura e o time até o final do ano é esse”, disse.

Nesta sexta-feira, o vice-presidente de futebol do Fluminense, Sandro Lima, garantiu que a chance de Fred deixar o clube é zero. Contudo, ele não participou do treino do clube e não joga contra o América neste fim de semana, deixando o seu futuro em aberto. O camisa 9 tem apenas seis jogos pelo Campeonato Brasileiro.

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