No dia do batismo da Arena MRV, atos condenáveis, passíveis de multa e suspensão, foram amplamente divulgados e condenados. Contudo, quem tirou a porta dos banheiros, os papéis higiênicos, a água dos bebedouros... tudo ficou para lá, com direito, certamente, a risos enfadonhos e medíocres em mesas de botecos, por conta dos dirigentes do rival.
Diante de tudo que aconteceu, da pequenês administrativa, jogaram a culpa 100% na torcida do Cruzeiro, chamada de vândalos, devido às cadeiras quebradas. Quebrar cadeiras, como visitante ou mandante, é algo deplorável, com certeza. Uma pena que ainda não exista lei que faça com que o torcedor arque com isso. Com tantas câmeras no estádio, a identificação do infrator deveria ser na hora, com suspensão em assistir partidas nos estádios por determinado tempo. Mas em vez de os clubes brigarem por isso, resolvem não ter duas torcidas num mesmo ambiente, culpando a todos por delitos de poucos.
É ridículo, já diria Felipão. Torcida única em clássico sempre foi um espetáculo à parte. Mas como acreditam que evitar o encontro das torcidas por rotular tudo e todos como selvagens e, pior, eles próprios como incompetentes em assegurar os torcedores contra brigas, resolveram que uma só torcida tem o direito de ir ao estádio e empurrar o seu time.
Lamentavelmente, a maioria paga pelos impropérios de quem não liga se está na rua, num ringue ou num estádio. O comportamento é o mesmo!
Enquanto permitirem que os bandidos frequentem os estádios - porque é isso que são -, seja em meio à própria torcida ou com torcedores de um time rival, em todos os casos, todos estarão em risco. Mas dirigentes brasileiros e, neste caso, os mineiros, não estão preparados para este tipo de conversa.
É para ontem a discussão de leis que não apenas assegurem o torcedor, mas também uma que puna os infratores. Com segurança, o que se vê em boa parte dos estádios pelo mundo afora, a família, os idosos, as mulheres, homens e crianças terão um lazer durante a semana e aos sábados e domingos. Mas enquanto fecharem os olhos para os problemas e/ou enfrentá-los com incompetência, morosidade e covardia, será assim: os bons pagarão pelos pecadores e os pecadores, assíduos, continuarão sendo beneficiados.
O sistema, ao que parece, privilegia um pequeno grupo, de arruaceiros, de problemáticos, de bandidos. E quando vemos a conivência de diretorias para que eles continuem usando os espaços, comentendo os delitos (porque mesmo com torcida única acontecem), notamos que ser sócio é uma tarefa difícil, que ir com a família é algo temerário e, pior, que nada será resolvido, pois não há vontade política para isso.
Identifiquem os criminosos! Punam o acesso aos estádios! Invistam em tecnologia! Acabem com o problema! Até quando vamos ficar comentando esse tipo de assunto? Quem quer acabar com um problema, age. Por enquanto, só lamentações diante de uma decisão imbecil.
À imprensa, averiguem quantas cadeiras estarão quebradas no estádio! No dia do batizado, só falaram do local reservado à torcida do Cruzeiro. E eu DUVIDO que não tenham quebrado na área do mandante. Mas boa parte da imprensa deixou de ser jornalista, deixou de ter contato com a verdade e, pior, fecham os olhos para problemas do próprio time, passando pano e demonizando o adversário. Vamos acompanhar!
JOÃO VITOR VIANA