POR: JOÃO VITOR VIANA
O Cruzeiro acreditou muito em si e achou que fazendo pouco, chegaria longe. Apostou no "bom e barato" e o tiro saiu pela culatra. Apostou em técnico inexperiente, em jogadores desconhecidos, de razoável técnica, mas nenhum decisivo. Não hoje. Romero, uma aposta para o futuro e já de bom presente; Rafael Silva, bom definidor. Mas só. Pisano não disse a que veio; Miño alterna bons e maus momentos; Gino é eterno reserva; etc. e etc. Agora chegaram os bons Lucas e Robinho, mas que não são os jogadores que a torcida ainda espera.
Se perguntarem que tipo de jogador que o Cruzeiro precisa à torcida, os dirigentes vão ouvir: tragam jogadores decisivos e de currículo! Jogadores com Copa do Brasil, Libertadores, Champions League, Mundial. Jogadores rodados e vencedores. Líderes! Disso que o Cruzeiro precisa. Hoje o elenco é bom, mas cheio de jogador bonzinho. Não tem aquele cara que fala no vestiário: "manda para mim que eu resolvo".
Falta um camisa 9, falta um lateral-esquerdo. Faltam atletas de grupo, como Tinga e Ceará. Quem não sabe, esses dois seguraram verdadeiros rojões dentro de um grupo vitorioso de 2013 e 2014. Sem eles, os títulos até poderiam vir, mas seria muito mais complicado. Foram pilares de junção do elenco e de diminuição de vaidades.
As apostas feitas em dezembro vieram por terra. O Cruzeiro, hoje, é remendo daquilo que planejou mal e porcamente. Tem que se virar para não fazer apenas representação no Brasileiro, como no ano passado. Depois de dois títulos, tivemos que ver o Cruzeiro ameaçado de rebaixamento, com apresentações ridículas, abaixo da crítica. Melhorou no fim, com um treinador de verdade, que infelizmente saiu, rendendo-se ao dinheiro chinês. E com a saída de Mano, parece que toda a qualidade foi junta. Não teve um jogo esse ano que a gente pudesse dizer: "agora vai". Não teve sequer uma única apresentação de "encher os olhos". Deivid, em cima de seu pedestal, falava de números, como se vencer times de quinta categoria valesse algo. Campeonato Mineiro não passa de uma séries de amistosos. E nem isso a gente deu conta de vencer!
Que a diretoria remende o time, que não tem elenco ruim, mas que precisa de jogadores "maus", decisivos, cobradores, irresponsáveis. Chega de atleta devoto, de menino bonzinho. Hora de trazer quem faz a diferença, que vá para cima, que faça aquele gol de carrinho, impedido, aos 50 do segundo tempo, tire a camisa, grite, esbraveje com a torcida e ganhe o campeonato. Ainda dá tempo de remendar o planejamento fracassado de dezembro. Basta saber trabalhar e parar de insistir em táticas de contratações falidas.