sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Novela Matheus Pereira: sem enredo, sem roteiro, poucos personagens. Uma espécie de filme com "final ruim"




A transferência de Matheus Pereira é uma daquelas típicas histórias muito nada a ver que o futebol reserva à mídia e ao torcedor. O roteiro, clássico, parte da história de um time europeu que, para repor a saída de um atleta, busca outro, perto do fim da janela de transferências. Até aí, tudo normal. 

Tentaram Garro, do Corithians; Gerson, do Flamengo; e, por fim, Matheus Pereira, do Cruzeiro. As cifras eram altas. Ao Cruzeiro, importante negócio, o mais vantajoso da história. Primeiro pela quantia (mais de R$ 100 milhões) e, segundo, por se tratar de um jogador de 28 anos. Daqui um, um ano e meio já não chegará uma proposta nesse nível e, a tendência a partir daí é ser cada vez uma oferta inferior.

Ao atleta, a realização do sonho de criar o filho na Europa, como ele mesmo disse. Contudo, ainda que tenha feito e sido aprovado, a história ficou muito mal contada. Um disse que a minuta do contrato não era a que tinham acertado; o outro disse que o próprio Zenit teria desistido por questões financeiras; e, ainda, há quem diga que a questão da guerra tenha pesado no subconsciente de Matheus. Por fim, ele ficou, o dinheiro não veio, o final ficou meio tosco e a vida que segue. História de poucos personagens, meio doida, uma historinha pastelona, por assim dizer.

E por que no título eu coloquei "final ruim"? Eu gosto e sou fã do Matheus Pereira. Acho que ele e um craque, de características bem próprias. Contudo, os últimos meses têm sido preocupantes na questão de empenho. Após um ano de 2024 muito bom, que mereceu convocação à Seleção Brasileira (embora isso não seja lá algo que hoje em dia seja um merecimento), Matheus parece ter perdido a vontade de jogar com a camisa celeste. Tem dado entrevistas muito ruins, criado um atrito desnecessário com o torcedor, fora as fofocas da mídia que ama um escândalo.

No entanto, ficou ruim para todo mundo: o Cruzeiro não recebeu um dinheiro alto; Matheus não foi jogar a Eiropa como queria; e o Zenit não repôs a saída de Claudinho. Com contrato até o meio de 2026, Matheus pode sair de graça, caso assine com algum time no fim desse ano. Ou seja: se ficou, cabe ao Cruzeiro estender esse contrato, que seja por um ano, para evitar um prejuízo estratosférico.

Na época do Perrella, a conta que ele fazia era essa: pega o valor da proposta, soma ao salário do jogador até o fim do contrato, divide pelos meses que ainda tem de contrato e chega-se a um valor. Caso os números sejam verdadeiros, o custo de Matheus, em vez de R$ 2 milhões mensais, seria, agora, de R$ 10 milhões. Será que valeu à pena? Saberemos, em princípio, alguma coisa diante do América.

Seguimos...

POR: JOÃO VITOR VIANA


terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

VÍDEO >> O Cruzeiro hoje: por Caio Fábio


 Qual sua opinião? Concorda? Acesse e comente no canal "Fala Cruzeirense!". 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Primeiros 90 minutos: jogo sem ímpeto, vontade, pressão e protagonismo



O Cruzeiro segue seu martírio, ainda com influências do dinizismo e sem vencer. Com um público bom no Mineirão, a Raposa, mais uma vez, fez um jogo sonolento, principalmente no primeiro tempo, quando quem viu de casa, certamente nem uma cerveja bebeu, porque nem isso a partida merecia. Envolto a um cenário de muitas faltas por parte do time do América, o Cruzeiro insistiu, tão somente, em bolas alçadas na área. Até entendo que isso seja uma alternativa. Contudo, o Cruzeiro parece ter como meta de vida. Pior: sem uma referência ou especialista em jogo aéreo.

Jogando dessa maneira e sem produtividade, precisou de momentos de lucidez (ou destempero adversário) para sair na frente, em pênalti infentil feito pela zaga americana. Gabigol, com categoria, abriu o placar. E foi só isso que fez em toda a partida, além de, mais uma vez, receber cartão por reclamação. Talvez seja o atleta que simbolizou todo o time: sem ímpeto, vontade e protagonismo.

Cássio segue sem passar confiança, a transição ainda está lenta e a criação está com muitas falhas. Quando há um ataque rápido, tabelas, inflitrações, chutes de longa distância e jogadas de bola parada são alguns dos artifícios que um time têm para ser pragmático. Não foi: o Cruzeiro, em momento algum, foi objetivo. Diferentemente do jogo contra o Democrata, que mesmo com reservas é insano perder, desta fez o time foi o titular. E deixou muito a desejar.

Jardim afirmou que precisará de tempo - um a dois meses - para deixar a equipe na ponta dos cascos. Estamos falando de o time melhorar entre março e abril, quando um campeonato já terá terminado e outro, o Brasileiro, começado. A torcida e o time precisam que isso aconteça antes, bem antes. Que sábado, 16h30, vejamos uma evolução. A insistência com Eduardo permanece, o que não dá para entender. Sem Marquinhos ou Kaio Jorge, o Cruzeiro deixa de ter peças importantes em campo.

Aliás, não entendi as modificações de Jardim no segundo tempo. Ele pode mexer na equipe em cinco posições, durante três paradas. Ele fez uma por vez e deixou de por dois atletas em campo. Kaio Jorge foi para enfeitar o banco. Time precisando de atacante e um, bom, sem entrar. Fica difícil também quando isso acontece.

Jardim terá uma semana para trabalhar a equipe e verificar pontos a serem melhorados para o jogo de volta. Novo empate leva a decisão para os pênaltis. Vitória leva o time à final e, em caso de derrota, seria mais uma eliminação para o América, time que não vencemos desde 2019. Ontem poderia ser o dia, mas a canela de Jonathan Jesus desviou a bola que empatou a partida. Acontece. Paciência.

Seguimos...


JOÃO VITOR VIANA

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Com todo respeito ao Democrata, perder não era uma opção


O time pode já estar classificado, pode jogar com o dente de leite, mas não pode perder, jamais, para uma equipe que quer, ao menos, disputar a Série D do Brasileiro esse ano. Com todo o respeito ao Democrata, que jogou bem, soube se adaptar ao péssimo gramado da Arena do Jacaré, mas o Cruzeiro, um time grande, de estrelas, de salários milionários, não pode perder. E perdeu. 2 a 1, de virada, mostrando que o técnico Leonardo Jardim terá um trabalho grande para fazer. Se não ganha do Democrata, vai ganhar de quem?

Ah, vão dizer que era um jogo com cara de treino, para dar ritmo aos jogadores que não são titulares absolutos e tal. Mas não. O que se viu foi um time sem vontade, lento, pragmático, sem jogadas e, pior, praticando o dinizismo. Jardim, em vários momentos, chamou a atenção do limitado Villalba e de outros atletas por retardarem o jogo e não saberem fazer a transição rápida ao ataque.

Tanto é que recorreu às entradas de Dudu, Matheus Pereira e outros jogadores para que isso fosse feito. E não conseguiu. A mesma lentidão e irritabilidade que a posição dos atletas em campo mostrada no primeiro tempo aconteceu no segundo. Um marasmo que nem mereceu um gole de cerveja dos presentes e dos telespectadores. Foi um jogo digno de vaias, que, ao final, aconteceram. Sair de casa para ver isso é desanimador a quem quer fazer o sócio, ao torcedor que se desloca, por vezes, de longas distâncias e, certamente, da diretoria. 

Tanto é que tiveram uma longa conversa pós-jogo com o treinador, que fez sua estreia e viu mais destaques no adversário que no próprio grupo. Aliás, no Cruzeiro, destaque negativo para Leo Aragão: duas falhas e dois gols. Villalba foi outro: lento, confuso, marcando mal e posicionando ainda pior. Há tempos disse que a permanência dele foi um erro em todos os sentidos: primeiro, tirando chances de atletas da base como Pedrão (já emprestado), Bruno Alves e Janderson. Talvez, com a chegada de João Victor, vê-lo em campo seja difícil. Assim espero.

Já àqueles que queriam ver Cássio no banco, o aviso foi dado. Não é titular à toa. Não apenas pela história, mas, pelo visto, não há concorrência.

Agora é o América.

E parabéns ao Democrata. Uma pena que times como o Cruzeiro não vejam, como antigamente, potencial em atletas de times do interior de Minas. O tal Luann jogou muito. Lucas Lima também. Mas, sem grife, serão talentos a rodarem Minas ou estourarem em outros clubes.


POR: JOÃO VITOR VIANA

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Clássico sendo clássico: nem sempre o favorito vence e, como sempre, há vilões



Arbitragem duvidosa, goleiro que falha, atacante expulso: tudo isso deu ares diferenciados ao jogo

Mais de 60 mil pessoas no Mineirão e, ao final, o mar celeste acabou saindo desanimado. Primeiro, pela expulsão de Gabriel Barbosa; segundo, pela arbitragem duvidosa e, terceiro, pelas falhas individuais. Aliás, Cássio do céu: não inspira a menor confiança!

Junta tudo isso e o clássico, onde tudo se iguala, independentemente de fase, elenco, sol e chuva, acaba sendo decidido. Nos detalhes e na falta de capacidade de conclusão as coisas acabam acontecendo. Para o torcedor do Cruzeiro, da pior forma.

Aos 30min de jogo, Gabigol é expulso após revisão do VAR. Estranho? Jamais! O que a Federação Mineira pudesse fazer, ela faria, inclusive escalando árbitro que tem histórico envolvendo um ex-presidente do Cruzeiro. Ali há algo muito maior. Tanto que o pisão de Lyanco em Dudu sequer foi visto e o pênalti em Fabrício Bruno passou ileso. Afinal, não foi o Sérgio, do Atlético, que foi flagrado pelas câmeras de vídeo dentro de uma boate acompanhado de uma determinada senhora, certo? 

Junta toda essa maracutaia a erros individuais de marcação e técnica e deu no que deu: 2 a 0 para o rival, com direito a um peru gigante de Cássio e a falhas individuais gritantes de marcação. Aliado a isso, uma disposição ofensiva nula, que pouco exigiu de Everson alguma intervenção. 

O que dizer para a torcida ao final? A imprensa não perde tempo e cutuca quem ama dar entrevista ruim: Matheus Pereira. O meia disse que tinha pedido para sair do Cruzeiro no final do ano para criar o filho na Europa. Isso dentro de um contexto, mas que no recorte ficou bem ruim. Dureza! Ao final de um clássico, com a derrota que foi, o mínimo que se espera é não darem entrevista. Mas o Cruzeiro, até hoje, não se ligou quanto a isso.

Aí o torcedor fica puto em níveis estratosféricos. Além de perder como perdeu, ainda tem que ouvir e ver balela de jogador. Aí quando a torcida vaia, ficam de beicinho, caso do senhor Cássio, péssimo dos péssimos, que precisa justificar ao que veio. Se é isso que a torcida pode esperar dele durante o ano, um abraço. Jogar com nome não dá! 

Que Leo Jardim, apresentado à torcida, no Mineirão, nesse domingo, avalie melhor quem vai a campo e consiga ajeitar, taticamente, esse amontoado que jogou contra o rival. No papel tava uma beleza, em campo, uma tristeza. Nem sempre o favorito vence. Era jogo para enterrar o rival. Ressuscitaram um morto!

POR: JOÃO VITOR VIANA

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Clássico contra o rival ganha ares de final, ao menos para o lado de lá da Lagoa da Pampulha


Quem diria que o tal pentacampeão seguido, vice da Copa do Brasil e da Libertadores passaria, em 2025, por um possível vexame de nem se classificar para as semifinais do Campeonato Mineiro? Pois é. É possível e, melhor, bem possível.

Diante do empate do Cruzeiro - abaixo vamos analisar o jogo contra o América -, o time do lado de lá da Lagoa da Pampulha pode ser eliminado, até mesmo, se empatar. Ou seja, o MMA adotado nos EUA, dessa vez, terá que dar lugar a algo mais parecido com futebol, já que precisam de pontuar sem ficar dependendo de resultados de terceiros.

Para se ficar "vivos", precisam vencer. Se houver empate, vai depender que outros resultados não aconteçam. Em caso de vitória do Cruzeiro, de mais placares ainda. Ou seja, o jogo da primeira fase, que para meu amigo Vitor Bauer, não vale nada, para o time de lá terá um peso de decisão. A fatídica tática de por o sub-20 pode custar caro. Dane-se!

A se contar a "lógica ilógica" do GE, o time lá ainda terá seis desfalques, ainda que três deles ainda nem tenham estreado. O Cruzeiro não terá Dinenno e João Marcelo. O argentino volta esse ano, o zagueiro, dificilmente. Ou seja, o atual cenário está bem desfavorável do rival, que entrará pressionado e terá, ainda, que aguentar uma imensa pressão celeste das arquibancadas. Mais de 55 mil pessoas estarão empurrando o Maior de Minas, em voz uníssuna. O Mineirão vai sacudir! E, esperemos, sob choro e lágrimas alvinegras!

AMÉRICA X CRUZEIRO - ANÁLISE

O dinizismo se fez presente nos primeiros minutos e isso acabou custando um gol besta, marcado pelo América. Refeito do susto, o Cruzeiro foi se encontrando. Levou outros sustos, é verdade, mas acabou sendo superior em vários momentos e em números. Escanteios foram 15 a 0.  O número de chutes a gol foi o triplo do América. Tudo isso porque o Coelho recuou, muito pela subida tática da Raposa. Apostando em contra-ataques, chegou com algum perigo e Cássio, em alguns momentos, fez o cruzeirense acelerar o coração. Mas acabou não comprometendo e, em outros, fazendo boas intervenções.

Do meio para a frente, no entanto, teve um problema de transição. Ora com Matheus Pereira, ora com Matheus Henrique, a criação pecou no jogo, que acabou acontecendo muito concentrado nas laterais, em apostas infrutíferas de chuveirinho. A entrada de Bolasie deu uma melhorada na equipe e deu uma opção a mais de bolas alçadas na área. Não à toa, foi dele o gol de empate, já na reta final de jogo. Ainda que com números bem superiores, nem de longe foi a melhor atuação do Cruzeiro, que precisa acertar muitas coisas para ser protagonista no domingo.

Espero estar lá na Pampulha antes do meio-dia. Afinal, o jogo, que vai rolar às 16h, vai levar um mar azul para o estádio. Que os bons ventos estejam conosco e que ao final dos 90 minutos a gente possa celebrar um triunfo sobre os rivais. Estou confiante! Deixe seu comentário abaixo!

POR: JOÃO VITOR VIANA



terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Leonardo Jardim anunciado!

 

Leonardo Jardim é o novo técnico do Cruzeiro! 🤝

O técnico português chega com contrato válido até o fim de 2026! Que seja uma trajetória de muito sucesso e conquistas! 🦊

Também chegam ao Cruzeiro os auxiliares Antonio Vieira, José Barros e Diogo Dias!

Mais um jogo sem Diniz: novamente o básico, com sustos, mas com vitória e bons rendimentos individuais



O Campeonato Mineiro é uma lástima tecnicamente. Contudo, o ex-treinador do Cruzeiro, ao inventar a fórmula mágica que só ele acredita que dá certo no futebol brasileiro, tropeçava até falar chega. Não à toa, caiu. E olha que demorou! Foi ele sair que o time passou a jogar o "feijão com arroz" tão pedido pela torcida e rejeitado por Diniz. Duas vitórias. A primeira, com grande vantagem e, a segunda, passando alguns sustos, saindo atrás do marcador, mas buscando, por meio do coletivo e jogadas individuais, a virada e a vitória.

É óbvio que o Cruzeiro precisa, e muito, de melhorar. Falhas grandes, como de Fabrício Bruno, Fagner e Kaiki no primeiro gol não é algo que possa acontecer. Aliás, a hora de errar, de lançar jovens e de rodar a equipe é agora. Que os erros sejam vistos, discutidos e acertados, seja por Wesley, seja pelo novo treinador, que deverá ser Leonardo Jardim, que recentemente rescindiu seu contrato com o Al Ain e é esperado em BH entre os dias 8 e 9/2.

Com um time bem modificado, com o foco em dar rodagem a alguns atletas e equalizar a questão física, o técnico Wesley Carvalho mandou a campo uma equipe desentrosada. Isso foi visto nos primeiros 20 minutos, quando saiu o gol do Uberlândia e quando João Marcelo, infelizmente, se lesionou. Vai ficar entre 9 e 10 meses fora de combate, possivelmente não atuando mais em 2025.

Destaque para Matheus Henrique, Matheus Pereira, Dudu e Gabigol. Diante do América, quarta-feira, no horário horroroso das 22h, no Independência, o time deverá ser o mais próximo daquele dito titular, inclusive que a volta de Jonathan Jesus, que deverá herdar a lacuna deixada por João Marcelo. Marlon e Lautaro, de volta aos treinos, também deverão ser relacionados.

O futebol, obviamente, ainda estará longe do ideal. Contudo, espera-se que haja um toque de bola, uma transição e uma marcação melhor e, principalmente, que as oportunidades criadas sejam bem concluídas. O América será o time mais encorpado que o Cruzeiro vai pegar esse ano, contando os jogos oficiais. Então será um desafio interessante para ver como se saem, principalmente, os mais badalados.

Aguardemos...

Certo é que sem Diniz, curou-se um problema, para não dizer, uma doença. 

JOÃO VITOR VIANA

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Primeiro jogo sem Diniz: fazendo o básico, o Cruzeiro rende




Quando tentam reinventar a roda, normalmente as coisas tendem a dar errado. A tática do tik-taka paraguaio, protagonizado pelo Dinizismo, deu lugar a um futebol mais fluido, de toque de bola e de cada jogador em sua função. Independentemente do adversário, fraco e até juvenil, notou-se uma leveza maior do time, sem ficar recuando bola para goleiro, que passou a não ter mais a função de começar uma jogada. As bolas recuadas para Cássio foram somente para tranquilizar um ataque ou pressão adversária.

Sistêmicamente, não houve mudança em relação ao que vinha ocorrendo. Esquema de 4-3-3, com variações, com quase mesmos titulares. Duas mudanças foram necessárias: Marlon, com amigdalite, deu lugar a Kaiki e Marquinhos entrou no lugar de Kaio Jorge, em processo de recuperação de lesão. No mais, os mesmos, mas que entrararam para tão somente fazer o básico. Isso fez o Cruzeiro ser um time presente, mais criativo e finalizador. O time medroso e desencontrado de Diniz deu lugar a outro, ainda com muita coisa para acertar, mas que fazendo o básico já se projeta e se faz vencedor. 4-1, com tirada de pé do acelerador.

Uma crítica ao técnico de ontem, Wesley, foi a não utilização de atletas da base no jogo, completamente controlado. Kauan Prates poderia ter sido acionado, em vez de Villalba, por exemplo. No mais, rodou a equipe, deu mais ritmo a outros atletas e até pôs o time mais à frente no segundo tempo, ao tirar Romero e colocar Lautaro. Contudo, com o placar já definido, o segundo tempo mais foi um coletivo e, o jogo, um treino de luxo.

Vi comentaristas da Globo comentando que o torcedor não se fez muito presente. Jogo às 19h, contra o Itabirito, depois do time vir de uma derrota para o Athetic e um empate com o Betim. Mesmo com boa parte de titulares, foi uma noite de chuva e fim de mês. Mas isso eles não consideraram. Mas fazer o que diante de alguns profissionais que, via de regra, adoram encontrar pelo em ovo?

Vamos ver, nos próximos jogos, o que esse time tem para mostrar a mais. Precisa ajustar muita coisa, a começar pelo posicionamento dos zagueiros. Fabrício Bruno continua jogando pelo lado esquerdo, quando rende mais do lado direito; é preciso ter uma transição melhor da defesa para o ataque e os pontas precisam atuar de uma forma mais incisiva, de preferência não guardando posição e até mesmo revezando com o centroavante, deixando o ataque menos pragmático. Seja Wesley ou o novo treinador, é vital que isso aconteça para que coisas boas aconteçam também. Seguimos.

POR: JOÃO VITOR VIANA

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

A demissão foi certa, mas o amadorismo de gestão ainda está pior que a contratação de Diniz




De que adianta ter dinheiro, se a gestão é de quiinta categoria? Assim vai sendo o Cruzeiro, que é SAF, mas é gerida como uma associação, pela paixão, pelos gostos pessoais. A partir do início do ano passado, quando Ronaldo passou o bastão para Pedro Lourenço, muita coisa mudou. Inclusive, o vazamento de negociações. É impressionante como alguns ficam sabendo de situações, antes brecadas em uma gestão mais austera.

Ao trocar um treinador por um gosto pessoal, cito a chegada de Diniz em lugar de Seabra, o ano de 2024 chegou ao fim em outubro. Nada mais dali para frente prestou. Jogos ruins, resultados horrorosos e decepções atrás de decepções. Não de forma equivocada, a torcida pediu a saída de Diniz ao final do ano. Ele, nariz em pé, peitou a diretoria, que abaixou a cabeça e aceitou os argumentos. Deu no que deu. O Cruzeiro fez o maior de seus erros na atual gestão. Se antes isso era a contratação de Diniz, passou a ser o maior erro a continuidade dele. Três jogos oficiais depois, corte da cabeça.

Agora, se o Cruzeiro é da torcida, ela deveria, ao menos, ser ouvida. Cadê a proximidade com os 10 milhões de torcedores? O plano de crescimento do sócio parece estagnado. O clube não tem um porta-voz, como diretor de comunicação, para falar com a imprensa. Aí fica jogador fazendo bico, diretor de futebol omisso, presidente vazando áudio, diretor da base criticando o profissional - também em áudio vazado -, e fica tudo por isso mesmo. Uma verdadeira bagunça, que ninguém sabe quem manda, só quem paga. Cada um faz e fala o que quer, porque não há a menor diretriz de comportamento dentro do clube. 

Em meio a tudo isso, o aproveitamento da base vai sendo escanteado. Dorival, Vitinho, Pedrão, todos emprestados. Kenji, Tevis e Bruno Alves, com poucas opções. Kaiki comendo banco para um falastrão. Lamentável ver como a gestão enxerga futebol. Deveriam priorizar a prata da casa, principalmente nesse inicio de ano. E o que vemos? Um time, sem técnico, emprestando seus jovens valores sendo que nem um time titular ainda há desenhado. Uma pena, aliás. Vários são os jogadores que saíram daqui, vendidos a preços módicos, dispensados ou sorrateiramente retirados do clube por brechas em contratos (Vitor Roque e Estevão) e que foram estourara e valer milhões fora. Tudo por causa de gestões que não priorizaram a base.

Agora, 29 de janeiro, o Cruzeiro está oficialmente sem comando. Sem técnico estava desde outubro, mas agora sem rumo, sem norte, com alguém comandando treino e ninguém sabe quem chega, quando chega e quem será. Inúmeros nomes sendo cogitados, entrevistas marcadas, profissionais especulados. Certamente o prazo de reposição do comando será mais demorado que o esperado. Contra o Itabirito e, possivelmente contra o Uberlândia, iremos de interino. Tudo isso para mostrar ao Brasil que o único time da Série A do Brasileiro começará os trabalhos em fevereiro, mostrando que não há um mísero planejamento e que o ano já começou com tudo sendo feito de forma amadora e com nenhum foco.

POR: JOÃO VITOR VIANA