Fui ao campo para ver Cruzeiro x Libertad e sai de lá sem voz. Não por gritar pelo Cruzeiro, mas por raiva da forma como o time jogou, com as alterações que o treinador fez e como em pouco tempo o time involuiu ainda mais.
Vão dizer: "Ah, mas foi só o primeiro jogo, você está sendo muito duro". Eu acho, sinceramente, que o futebol é simples. Não é necessário inventar a roda. Lateral é lateral, meia é meia, goleiro defende, zagueiro marca e, em alguns momentos, tenta o gol numa bola parada. Mas para alguns treinadores, o meia tem que jogar atrás de volante, o lateral é quase um meia e o atacante, se não está na área, está marcando. Difícil.
Ontem algumas monstruosidades do dinizismo já pôde ser notada. O posicionamento de Matheus Pereira, extremamente recuado, iniciando jogadas o tirou de perto da área, onde costuma ser letal. A marcação distante permitiu ao time sub-60 do Libertad de criar e não vencer o jogo por causa de uma defesa fantástica de Cássio. E olha que levamos gol e um quase aposentado de 43 anos!
Mas outros dois pontos também chamaram a atenção: Romero, com oito minutos, foi amarelado. Você, com Walace no banco, não mudaria no intervalo? Diniz preferiu correr o risco e por culpa dele, ficou com um a menos. Lerdo para mexer, ainda foi mais covarde e incompetente quando ao levar o gol de empate, tirou Matheus Pereira e pôs um zagueiro. O que pensar disso?
Pois é. Recuou todo o time, tirou todos os atacantes e preferiu empatar o jogo, garantindo a classificação às semifinais com um futebol pobre e cretino. Não vou passar mão em cabeça de treinador retranqueiro. "Ah, mas ele é ofensivo!". Contra o Libertad o Cruzeiro fez um jogo terrível, um dos piores do ano. Se repetir esse tipo de jogo e postura vai passar perrengue no Brasileiro e pode esquecer título de Sul-Americana!
O Cruzeiro tem uma veia ofensiva. O que se viu em campo, contra um time de asilo, foi um time preguiçoso, sem ambição e jogando por resultado. Jogo fraco, que não merecia nenhuma palminha no final. Sair de casa, andar uma distãncia grande, pagar caro no ingresso, caro no consumo, exige do torcedor muita paixão e disposição numa quinta-feira, às 21h30. O torcedor não quer mais ver isso. Terminar o jogo sem nenhum atacante e quase levando o segundo gol foi um cenário lamentável de um jogo tecnicamente fácil de ser vencido e até ótimo para uma estreia. Mas Diniz quer ser o diferentão. A voz, hoje, está ruim. Garganta emitiu muitos sons, maioria deles de baixo calão, para uma postura pífia e alterações bizarras de um técnico que nunca gostei.
JOÃO VITOR VIANA