Há alguns dias publiquei que a demissão de Seabra era uma situação inócuo. Contudo, após duas semanas podendo preparar o time, recebendo do departamento médico atletas antes fora de combate, vimos um jogo pífio diante dos reservas do São Paulo. Jogo em dia e horários ruins, com ingresso mais caro que o normal para, no final, vermos uma apresentação sem alma, sem esquema, sem vontade.
Não adianta, ao final, Matheus Pereira vir pagar de protetor de treinador não. Tecnicamente o time é bom, mas perdeu o conjunto que, quem dá, é o treinador e sua comissão. O que foi feito nessas duas semanas? Parece até que o ano terminou. Agosto tivemos uma sequência terrível e, agora, novamente vamos tropeçando, perdendo posições importantes na tabela e vendo adversários, com reservas, nos passando e se distanciando.
Nosso ataque, vou te contar, está uma água. Muita gente comemorou a saída do Arthur Gomes, mas era o melhorzinho que tínhamos, inclusive um entrosamento ótimo com Matheus Pereira. A força pelos cantos se perdeu após sua saída. Lautaro, há tempos, já mostra ser jogador de segundo tempo. Isso quando muito. Burocrático, o Cruzeiro precisa se reencontrar. Sem Barreal, o time se engessa. A necessidade de colocar Romero e Walace juntos é, na medida proporcional, o mesmo que Lucas Silva com Ramiro. Não pela técnica em si, mas porque fazem a mesma função e, juntos, não rendem quando jogam se alternando. Se bem que no caso de Lucas Silva e Ramiro, tanto faz como tanto fez.
Por fim, temos que assistir/ouvir comentários fora da linha do treinador no pós-jogo. Parece que não enxerga o mesmo jogo que nós. Vê uma outra realidade. Falta raça, vontade, gana de vencer. Parece que não há ambição no time. A Libertadores é possível. Tecnicamente temos essa possibilidade. Mas de nada adianta o torcedor acreditar, ir ao campo, pagar caro, apoiar, se o técnico e o time inteiro trabalham de forma contrária. A cobrança é normal, lógica e uma consequência do resultado. Sim, futebol é resultado e isso que faz com que o planejamento para a temporada seguinte aconteça.
O que iremos disputar? Sul-Americana? Libertadores? Que voltemos à maior competição da América do Sul! Eliminamos, esse ano, o atual vice-campeão. Poxa, não é pedir demais que o time volte a jogar bola. Quinta tem o Libertad, no Paraguai. Se jogar o que jogou contra o São Paulo, vai ser muito sofrimento. Cabeça no lugar, coração na ponta da chuteira e vontade. Muita vontade. A única entrega que vemos atualmente é a de pontos que escorrem pelos dedos de uma forma bem traumática. Acorda, Cruzeiro! Acorda, Seabra!
POR: JOÃO VITOR VIANA
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