Fernando Seabra não é mais técnico do Cruzeiro. Caiu do cavalo por sua própria teimosia, insistência naquilo que reiteradamente dá errado e, ainda, com discurso pós-jogo que ratificava os próprios erros. Diante do Cuiabá, 19º colocado, com apenas 10 pontos conquistados em sua casa, o Cruzeiro optou por jogar com um esquema que não joga, atletas sem ritmo e, pior, vários que a torcida não quer ver nem pintado de ouro. O capitão? Ramiro, que jogou todo o jogo. Caiu abraçado com o "filhote".
Tudo isso, aliado aos últimos 10 jogos, de exibições questionáveis até quando venceu, fez com que a diretoria mudasse os planos. Não se sabe, porém, se já tinham em mente um novo treinador para esse ano. Certamente para 2025 Seabra não continuaria. Contudo, devido ao alto investimento feito e a ambição da diretoria, que é disputar a Libertadores em 2025, os planos foram antecipados.
Seabra, na verdade, nunca fez parte dos planos da direção. Quando mudou de dono, o Cruzeiro o manteve por causa dos resultados e pelo desempenho da equipe, naquele momento, até supreendente. No entanto, reforçado, o time perdeu o poder de fogo, a gana e a vontade que mostrava antes. Seabra perdeu o vestiário, passou a insistir nas próprias convicções, ainda que falhas, e defendê-las em entrevistas bisonhas no pós-jogo. Ao ver Ramiro de capitão eu desisti do jogo antes mesmo de ele começar.
E sinceramente, as duas últimas vitórias, contra Boca e Atlético-GO ainda são questionáveis. O Boca jogou com um a menos a partir de 10 segundos de jogo. Ainda assim quase arrumou um empate no fim. O laterna goianiense perdeu por 3 a 1, mas desperdiçou uma penca de gols cara a cara com Cássio, mostrando o porquê de ser o pior time disparado do Brasileiro.
Já nos outros jogos, exibições sonolentas, escalações questionáveis e mudanças fora da realidade. Sob o pretexto de poupar atletas devido ao desgastante jogo contra o Libertad, no Paraguai, nem a diretoria acreditou. Afinal, antes o Cruzeiro teve 15 dias para se preparar e, diante dos reservas do São Paulo, mais uma derrota. Ontem o Inter mostrou o que se faz contra eles, como bem lembrou meu amigo Vitor.
Aliás, falando em amigo, outro, Leonardo Melo, disse ter sido precipitado demitir o Seabra nesse momento. Já até argumentei: imagina você investir R$ 180 milhões e ver uma pessoa gerenciar seu dinheiro com Ramiro sendo titular. As chances de você recuperar esse dinheiro vão minguando a cada jogo. E Pedrinho, que demitiu Pepa sem mesmo ser presidente, não vai ficar esperando de braço cruzado. Até porque não é todo dia que há, disponível no mercado, nomes como Luís Castro e Sampaoli. Não acredito em Luxemburgo, Felipão ou Renato. Para 2025, Portaluppi até poderia vir e montar. Mas para 2024, não deixa o Grêmio na mão antes de garantir os 45 pontos.
Agora, se inventarem de trazer Fernando Diniz...data de validade será antes do final do contrato.
POR: JOÃO VITOR VIANA
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