sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Primeiro jogo sem Diniz: fazendo o básico, o Cruzeiro rende




Quando tentam reinventar a roda, normalmente as coisas tendem a dar errado. A tática do tik-taka paraguaio, protagonizado pelo Dinizismo, deu lugar a um futebol mais fluido, de toque de bola e de cada jogador em sua função. Independentemente do adversário, fraco e até juvenil, notou-se uma leveza maior do time, sem ficar recuando bola para goleiro, que passou a não ter mais a função de começar uma jogada. As bolas recuadas para Cássio foram somente para tranquilizar um ataque ou pressão adversária.

Sistêmicamente, não houve mudança em relação ao que vinha ocorrendo. Esquema de 4-3-3, com variações, com quase mesmos titulares. Duas mudanças foram necessárias: Marlon, com amigdalite, deu lugar a Kaiki e Marquinhos entrou no lugar de Kaio Jorge, em processo de recuperação de lesão. No mais, os mesmos, mas que entrararam para tão somente fazer o básico. Isso fez o Cruzeiro ser um time presente, mais criativo e finalizador. O time medroso e desencontrado de Diniz deu lugar a outro, ainda com muita coisa para acertar, mas que fazendo o básico já se projeta e se faz vencedor. 4-1, com tirada de pé do acelerador.

Uma crítica ao técnico de ontem, Wesley, foi a não utilização de atletas da base no jogo, completamente controlado. Kauan Prates poderia ter sido acionado, em vez de Villalba, por exemplo. No mais, rodou a equipe, deu mais ritmo a outros atletas e até pôs o time mais à frente no segundo tempo, ao tirar Romero e colocar Lautaro. Contudo, com o placar já definido, o segundo tempo mais foi um coletivo e, o jogo, um treino de luxo.

Vi comentaristas da Globo comentando que o torcedor não se fez muito presente. Jogo às 19h, contra o Itabirito, depois do time vir de uma derrota para o Athetic e um empate com o Betim. Mesmo com boa parte de titulares, foi uma noite de chuva e fim de mês. Mas isso eles não consideraram. Mas fazer o que diante de alguns profissionais que, via de regra, adoram encontrar pelo em ovo?

Vamos ver, nos próximos jogos, o que esse time tem para mostrar a mais. Precisa ajustar muita coisa, a começar pelo posicionamento dos zagueiros. Fabrício Bruno continua jogando pelo lado esquerdo, quando rende mais do lado direito; é preciso ter uma transição melhor da defesa para o ataque e os pontas precisam atuar de uma forma mais incisiva, de preferência não guardando posição e até mesmo revezando com o centroavante, deixando o ataque menos pragmático. Seja Wesley ou o novo treinador, é vital que isso aconteça para que coisas boas aconteçam também. Seguimos.

POR: JOÃO VITOR VIANA

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