ERROS DEVEM SER LIÇÃO AOS DIRIGENTES

POR: JOÃO VITOR VIANA

Hoje vou fazer uma retrospectiva'15. Isso porque esse ano vivemos uma coleção de erros, tanto da diretoria quanto das comissões técnicas e jogadores. Iniciamos o ano perdendo nosso diretor, além dos principais jogadores bicampeões brasileiros. Os discursos eram desencontrados. O presidente dizia que ser campeão é caro, que o ano seria para pagar dívidas construídas com a montagem do time. Isso depois de dizer, no mês anterior, que havia negociado porcentagem maior dos jogadores negociados com os empresários dos atletas e que o clube tinha recebido mais dinheiro. Total contradição. Quanto ao volante Lucas Silva, por exemplo, foi noticiado que o Cruzeiro receberia 50%. Contudo, por diversas vezes, o presidente e outros membros da diretoria disseram que eram apenas 10%. Mas como ninguém cobra, ninguém explica.

Ninguém explicou também a demora na demissão de Marcelo Oliveira, que esse ano perdeu completo controle da equipe, cismou com alguns atletas e não teve competência para ajustar o time que deixou desfigurar. Para o seu lugar, veio Luxemburgo. O treinador, defendido por alguns jornalistas mineiros (talvez por receberem dinheiro para falar bem dele), até teve um bom início, vencendo jogos seguidos, inclusive contra nosso rival. Mas ficou por aí. O desequilíbrio do time foi só aumentando. Chegou a deixar Willian fora do banco, afastou atletas do grupo e com uma equipe sempre escalada com Marquinhos e Marinho, buscou subir na tabela. Só podia dar com os burros n'água mesmo. Outro que demorou a deixar o comando do time. Com um trabalho porco, "assinou a carta" que Levir, em 2005, também assinou: a de jamais retornar. E eu acho isso ótimo.

Por fim, a diretoria começou a enxergar. Gilvan viu que não poderia manter um treinador ultrapassado e um diretor de futebol (Isaías Tinoco) incompetente. Reformulou a diretoria trazendo Bruno Vicintin, Sérgio Rodrigues e Thiago Scuro; e contratou o competente Mano Menezes, com o acerto de fazê-lo assinar até o fim de 2017. Um trabalho a longo prazo com pessoas que podem fazer o clube voltar a ser o melhor do Brasil.

Os erros nos primeiros oito meses do ano tem que servir como lição. Afinal, não queremos e não merecemos passar por momentos tão desagradáveis como passamos esse ano. Por algum tempo, tivemos a impressão que teríamos um 2015 similar ou pior que 2011. Ainda bem que Gilvan e demais dirigentes acertaram o leme do barco, que estava à deriva, a tempo. Agora é hora de expurgar atletas que aqui já estavam ou chegaram esse ano e não mostraram nada e enxugar esse time, que tem qualidade, mas alguns tomates podres, que contaminam os demais. Hora também de contratar quem tenha currículo e possa chegar, agregar e vestir a camisa titular do Cruzeiro. 2016, como Fábio disse, tem que ser de títulos. E o Cruzeiro, um time de glórias, não pode ficar mais de um ano sem vencer nada. Somos grandes, somos Cruzeiro, tetracampeão brasileiro.