sexta-feira, 18 de abril de 2025

Pela primeira vez no ano, Cruzeiro deu orgulho ao torcedor



Seja no campo ou pela televisão, o torcedor, contra o Bahia, ficou satisfeito. Ainda que haja alguma discordância quanto à escalação - eu, por exemplo, prefiro Gabigol ao Wanderson -, o time esteve bem, equilibrado, com uma defesa sólida e uma transição para o ataque rápida. Isso se deveu, principalmente, ao posicionamento dos três volantes, que não só deram a Matheus Pereira a chance de criar, como dos atacantes de se deslocarem sem ter que voltar e à defesa, tão vulnerável em 2025. Aliás, contra o Bahia, foi a segunda vez que o Cruzeiro não levou gol na temporada. Antes, só na estreia do Mineiro, o que pode significar uma evolução.

E por que digo posso? Porque foi apenas um jogo. Mesmo diante de uma boa equipe, a partida foi uma em meio a 16 disputadas no ano. Obviamente quero crer que o Cruzeiro voltou aos trilhos. Mas como disse um amigo meu, "não podemos achar que tudo está be quande vence, assim como não podemos achar que tudo está ruim quando perde". No entanto, o Cruzeiro parece ter estacado alguns problemas que existiam, principalmente de comportamento e falta de comprometimento. Leonardo Jardim não vê problemas em por estrelas no banco e, melhor, tem apoio do presidente, Pedro Lourenço.

Com um time bem postado, o Cruzeiro tomou as rédas do jogo desde cedo. Atacou pelos dois lados, teve um pênalti, desperdiçado, e manteve a pressão. O Bahia não viu a cor da bola. O Cruzeiro não apenas soube se impor como mandante, como teve coragem de ir à frente e não apenas fez um, mas três. Vou além: poderia ter feito mais. Kaio Jorge, mesmo perdendo o pênalti, foi o nome do jogo, com dois gols marcados. Além disso, foi o que mais buscou a bola, mais tentou e finalizou a gol. Não pode ser reserva, o que vinha acontecendo no início do ano e também se manteve com Jardim. Pediu passagem e aproveitou a oportunidade. Vai ser muito importante no ano e precisa de sequência. Além de Kaio, Romero também deixou o dele. Jogou bem novamente, o que é importante para os próximos jogos. Estava em baixa.

Vencer o Bahia por 3 a 0 é de dar orgulho ao torcedor. As falhas, obviamente existem, devem ser corrigidas, mas o Cruzeiro, pela primeira vez no ano,  deu orgulho ao seu torcedor. Nem tudo está perdido. Mas na próxima janela, o Cruzeiro terá que agir, inclusive, se puder, colocando alguns reforços que vieram e não deram certo em alguma troca. O Cruzeiro, hoje, tem jogadores bons, mas úteis, tem um elenco curto. Precisa trazer, pelo menos, quatro a cinco atletas. Isso porque Leonardo Jardim trabalha com elenco de 23 a 24 jogadores.

Único alerta negativo sobre o jogo contra o Bahia: a falta de um cara que pegue a bola e bata o pênalti. Um cara que seja referência em termos de liderança e decisão. Que não fuja dos momentos decisivos. Antes da bola chegar até Kaio Jorge, passou na mão de três. O Cruzeiro precisa de alguém que pegue a bola, ponha na marca e decida. Gabigol é um desses jogadores, mas estava no banco. Dudu também, mas também no banco. E não falo de ser alguém de nome. De nome o Cruzeiro está cheio, mas de atitude. Eduardo Brock, por exemplo, foi esse cara quando esteve por aqui. Enfiava um bicudo no pênalti, na falta e era isso. O Cruzeiro, hoje, não tem líder. Ah, tem o Romero, o Lucas Silva... uma coisa é orientar. A outra é chamar responsabilidade. Nao há. Matheus Pereira não bate um pênalti, William virou opção ao Fagner; Lucas Silva deixou de ser esse cara e outros não têm esse perfil. 

Se há uma lacuna no Cruzeiro, além de um zagueiro e um volante, é de um cara decisivo e que seja espelho para outros. Alguém rodado e que não se esconde. Que venha na janela.


JOÃO VITOR VIANA

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