Quem foi ao estádio ou viu pelo streaming, sobre a partida, gostou do que viu. Um time vibrante, protagonista, com bons valores individuais, com futebol coletivo e interativo com os presentes. Perfeito? Óbvio que não. Falhas individuais aconteceram, o preparo não é o ideal, o adversário era frágil e um certo preciosismo acabou tomando conta em alguns lances, o que não pode ser uma tônica. De toda forma, um jogo bom de se ver, avaliar, tirar como lição e usar como ponto de partida. O placar de 3 a 0 foi pouco pelo volume de jogo do Cruzeiro e pelos primeiros 30 minutos da URT, baseado em catimba, desinteresse, simulações e tentativas de artimanhas para parar o jogo a todo o tempo.
Com alguns desfalques - Rafael e Sidnei só entraram no BID da CBF nesta quarta-feira, prontos, portanto, para domingo -, o Cruzeiro teve que escalar o jovem Denivys no gol, contou com algumas estreias e caras do ano passado também foram ao campo. Remanescentes de 2021, Rômulo, Brock, Giovanni, Marco Antônio e Tiago. Estreias de Mateus Silva, Denivys, João Paulo e Waguininho e reestreias de Machado e Rafael Santos. No primeiro tempo, destaques para João Paulo, Rafael Santos e Waguininho, sendo o primeiro, um jogador que muito agradou. Waguininho poderia ter saído dos primeiros 45min como o melhor em campo se não tivesse vacilado em dois lances capitais, que poderiam ter sido transformados em gols. Já na segunda etapa, um bom jogo de Willian Oliveira, que entrou bem no meio, e Edu, pedido pela torcida em alguns momentos - inclusive um pouco antes de Tiago abrir o marcador. Edu, aliás, mostrou faro de gol e só não fez mais porque o goleiro adversário impediu.
Sobre Pezzolano, o treinador afirmou que vai rodar bastante o grupo, dando oportunidades a todos. Notou-se isso hoje. Disse, ainda, que joga ofensivo. Também foi possível ver isso. Mas, diferentemente do ano passado, quem viu o jogo, notou uma vibração diferente, de atletas que parecem unidos, que são colaboradores um do outro, que incentivam em campo e orientam, principalmente os mais velhos quanto aos mais novos. Isso foi possivel de ser visto numa bela defesa de Denivys, quando foi cumprimentado por Edu, Rômulo e o jovem Geovane.
Empatia
Quem mostrou-se bem com a torcida foi o atacante Edu. Autor do terceiro gol (Thiago e Machado fizeram os outros), foi para a galera, comemorando junto com aqueles que o pediram em campo ainda no primeiro tempo. Um episódio diferente foi a volta do time para o segundo tempo. A torcida chamou Edu e falou: "Entra". Ele respondeu: "O professor precisa me chamar". Edu entrou aos 7min do segundo tempo e marcou o gol da vitória.
Análise
O jogo teve um time dominante e um que veio para empatar. Por 30min, a URT conseguiu cozinhar o jogo, retardar, simular falta, exagerar no tempo caido. Foi tomar gol e ninguém mais machucou, ainda que algumas entradas fossem bem mais duras. Tentaram catimbar. Se jogassem de peito aberto, seria de cinco ou mais. E olha que o Cruzeiro não fez sequer um amistoso em sua pré-temporada! Isso quer dizer que o torcedor pode esperar desse time encarando todos de igual para igual? Tudo muito cedo para ser avaliado. Inclusive o desempenho individual dos atletas. Machado mesmo foi um jogador que teve boa atuação, apesar de alguns erros em passe. Fez um bonito gol, jogando sem inventar e aparecendo bem para o jogo. Mateus Silva foi seguro; Rafael Santos bem ofensivo e Edu, um matador. Thiago começou bem mal, perdeu lances bobos, mas fez um gol de puro oportunismo. Vejamos os próximos jogos. O cartão de visitas teve a presença e os aplausos de Ronaldo, que saiu feliz com o que viu e certo que muito ainda há a evoluir, dentro e fora das quatro linhas.
Presenças no estádio
Estiveram no estádio os jogadores Nonoca, Rafael e Bidu. O volante sentiu dores e foi poupado. Rafael não estava apto para o jogo, assim como o lateral, contratado ontem. Todos poderão estar disponíveis para domingo, quando o Cruzeiro pega o Athletic, em São João Del Rei, às 11h. Ambos iniciaram o Mineiro com o pé direito. Enquanto o Cruzeiro bateu a URT, o Athletic venceu o Uberlândia, fora de casa.
Por: João Vitor Viana