O Cruzeiro anunciou que rompeu ligações com a Minas Arena. Nenhuma novidade, aliás. Desde o início, era visível a falta de vontade da Minas Arena com o Cruzeiro. Depois de uma "engenharia política", que levou o Mineirão a ser comandado por uma concessionária, tudo ficou ruim. As dimensões internas do estádio pioraram, o "cimentão" tomou conta do lugar no lugar das árvores, a gourmetização das bebidas e comidas tornaram os preços absurdos e o custo do Mineirão, segundo a atual administração, é alto.
Mas eles nunca se incomodaram em ter um custo baixo. Para eles, pouco importa. Com contrato até 2035, podendo ser prorrogado até 2042, é muito cômodo ficar, inclusive, fechado, uma vez que "se eles não tiverem o rendimento X no mês, o Estado é obrigado a indenizá-los". Ou seja, pode o Cruzeiro falar, espernear, bater na mesa. Tudo foi feito errado lá no passado e desde sempre as coisas não foram boas.
Enquanto o Governo Estadual mantiver esse contrato, estabelecendo um verdadeiro conluio com o dinheiro público, vai ser esse bordel a céu aberto. Mineirão, agora, é lugar de show e, quando quiserem, alguém joga lá, pagando um aluguel absurdo. Diante disso, o Cruzeiro anunciou que vai jogar no Independência em 2023, a não ser que as coisas mudem.
Isso é ruim para o Cruzeiro? Sim. Primeiro porque não ajuda o programa de sócios, muito pelo contrário, e justamente no ano em que o time voltou para a elite, vai ver apenas 20 mil e poucos torcedores em seus jogos.
E outra: a Minas Arena já havia anunciado que a final do Mineiro não seria no Mineirão, porque havia show marcado para as datas. Ou seja, estão nem aí para o futebol, para o torcedor. Querem manter seu patamar de gastos nas alturas, torrar o dinheiro público e acham ruim quando Ronaldo fala sobre o assunto. Para eles, o Cruzeiro tem que engolir o que eles quiserem e eles são os donos do Mineirão.
Por isso é necessário o Governador entrar no meio e acabar com essa baderna que criaram. Em troca de R$ 600 milhões, o Estado se comprometeu em pagar R$ 2,5 bilhões à Minas Arena. Quem faz um contrato desse precisa ser preso!
Tudo leva a crer que o Cruzeiro, com a proposta de Betim em mãos, acerte sua vida indo para o estádio oferecido por Mediolli. Não foram, ainda, divulgados números. Mas se esse for o melhor caminho até o Mineirão voltar para o Estado, que assim seja. O Cruzeiro vai buscar sua casa, que nunca será o Independência, pelo tamanho, e não será o Mineirão, até o fim do contrato com a concessionária.
Vamos ver até quando o Estado de Minas Gerais vai compactuar com esse rombo criado por imbecis no passado e que geraram toda essa lama para o futebol mineiro.
JOÃO VITOR VIANA