Há tempos que falo que ter dinheiro não é sinônimo de ter time. Gastar de forma inteligente, ainda que menos, é muito melhor que jorrar dinheiro em cima de pouca coisa. Com Pedrinho, em 2025, o Cruzeiro foi essa espécie de time que achou que ter dinheiro era sinal de poderio e de conquistas. Mas investindo mal, conseguiu, mais uma vez, ser eliminado pelo América, que tem uma folha 10x menor.
Com três treinadores em 2025 (Diniz, Wesley e Jardim), isso em fevereiro, o Cruzeiro mostra não apenas a falta de comando, como de liderança e planejamento. Jogadores contratados passaram pelo ego dos dirigentes e do dono do clube. Gabigol, por exempo, era sonho do dono do Cruzeiro. Dudu, amigo de Mattos. Fora tudo que tem acontecido nos bastidores, com entrevistas atravessadas de um ou outro e, que depois que falam, fica por isso mesmo. Isso mostra falta de tato da direção e que jogador pode fazer e falar o que quiser, sem resolver as coisas internamente.
Além de tudo, as esposas podiam ajudar, deixando de manifestar suas irritabilidades nas redes sociais. Hoje em dia a torcida acompanha o atleta e com quem ele tem relação. E algumas já vieram a público falar de "mudanças", "novos ares" e outras coisas. Não ajuda em nada, principalmente em época de instabilidade.
Com um comandante de currículo, o Cruzeiro, agora, terá mais de um mês para se acertar e promover uma intertemporada forçada. Análise de elenco já está sendo feita e dois jogadores já foram pedidos. Que esses atletas cheguem para vestirem a camisa, que tenham liderança e espírito de grupo. Infelizmente o Cruzeiro se transformou num time mimizento, que tudo está ruim e que não conseguem, internamente resolver coisas básicas, jogando, na imprensa, o desconforto por isso ou aquilo.
Isso passa por um time que carece de jogadores de posicionamentos firmes, que não serão Romero, Lucas Silva, William, Marlon ou outro que já tenha usado a braçadeira. O Cruzeiro, hoje, não tem um jogador que mereça ser capitão. O que mais se aproxima é Walace, mas que nem titular é e, inexplicavelmente, parece ter sido esquecido. E estava pedindo passagem, uma vez que Romero não vive sua melhor fase.
Não farei "caça às bruxas", mas o Cruzeiro precisa, antes de tudo, definir um esquema tático. Tem jogadores para jogar com três zagueiros, pode jogar com uma trinca de volantes, liberando mais Matheus Henrique ou pode jogar mais aberto, com dois pontas e um jogador centralizado. O maior dos problemas é que querem fazer de Gabigol esse centroavante, o que ele não é. Primeiro por não ser um jogador alto e, segundo, por não ser o aleta "espetado" que o atual esquema proporciona. Dessa forma, o único capaz de ser esse 9, hoje, seria Dinenno. Nem Kaio Jorge se enquadra naquilo que está sendo feito em campo.
Um mês: prazo que Jardim terá para ajeitar esse time, que estreia, no Brasileiro, contra o Mirassol, time organizado e que foi vice-campeão da Série B. A se comparar com equipes de séries B, C, D e divisão alguma, maioria das equipes do Mineiro, o Cruzeiro vai ter que melhorar bastante para ficar numa posição melhor que em 2024, o que foi muito aquém do que a diretoria queria. Contudo, assim como 2024, foi um estrago atrás do outro quanto ao planejamento. Pior disso tudo é que parece que não serviu de lição. 2025 começou igual terminou 2024: com o ego dando as cartas e a torcida pagando o pato.
Infelizmente...
POR: JOÃO VITOR VIANA
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