HORA E VEZ DE UMA NOVA FAXINA

POR: MARCÃO ANTI-GALO

Em todo o trabalho bom, se aproveita o que deu certo e muda-se pouco o que deu errado. Certo? Sim. Mas o Cruzeiro fez isso esse ano? Não. Muito pelo contrário. Em comum incompetência, diretoria, comissão técnica e jogadores fizeram um trabalho ruim, colheram o que plantaram e, ontem, a diretoria, ao meu ver, despejou toda a culpa da própria ruindade em cima de uma só pessoa.

Tudo bem que Marcelo tem sua parcela de culpa. Mas também não trabalhou com que queria, embora também não tenha conseguido êxito algum com o que tinha em mãos, que não considero um sublime time, mas longe de ser um plantel fadado ao rebaixamento. Diferentemente da posição que hoje ocupa na tabela, acredito que temos time para ficar bem acima, não pleiteando, obviamente uma vaga no G-4. Mas quem sabe com um esforço no segundo semestre, saídas e entradas de jogadores essa perspectiva mude?

E é baseado em uma faxina que acredito que nossa sorte possa virar. E falo em faxina mesmo! Da saída maior que entrada de jogadores. Aliás, chegando três ou quatro jogadores esse time pode melhorar, e muito. O problema são nossas peças de reposição, uns de péssimo nível. Cito seis: Fabiano, Seymour, Marquinhos, Willian Farías, Joel e Henrique Dourado. Não agregam em nada. E olha quanto de dinheiro é gasto com eles! Poderia por ainda nesse grupo Paulo André, mas que talvez fora de campo agregue algo; Leo, que lento, ainda assim é um jogador que bem trabalhado pode ajudar; Mena, jogador limitado tecnicamente, mas melhor que esse Fabrício que cismaram de trazer e mais experiente que o Pará, que ainda precisa mostrar ao que veio; Charles, que ninguém quis, nem mesmo o Cruzeiro, mas que parece querer dar a volta por cima; Riascos, que já saiu daqui e espero que jamais volte; Grolli, que ninguém sabe como joga, pois chegou e só treinou; Neílton, que foi pouco testado e pode mostrar algo a mais que esses bondes que têm jogado; De Arrascaeta, que para mim joga fora de posição e pode ainda ser útil; e Bruno Rodrigo, que falhou bisonhamente nos últimos jogos, mas bem trabalhado, pode render.

Ou seja, na conclusão que faço, precisamos de alguém que chegue e, inicialmente analise o grupo, veja que muitos aí precisam de uma chance e outros precisam ir embora. Simples assim. Uma boa faxina tem que ser feita.

E um adendo que faço é que foi justamente isso que Vanderlei Luxemburgo fez quando chegou aqui em 2002. Poucos se recordam, mas a primeira coisa que ele fez foi deixar um monte de gente treinando em separado, já preparando a equipe para o ano seguinte, sem se descuidar daquele ano. Tanto que por muito pouco a gente não se classificou entre os oito (naquele tempo não era campeonato por pontos corridos). Ficamos em nono. Mas o time de 2002 serviu de base para aquele fantástico time de 2003, que ficará para sempre na história do time e na memória do cruzeirense.

Não estou falando que Luxemburgo vai ser nossa salvação! Ok? Mas o momento é de uma profunda análise desse grupo, de trabalhar quem realmente é melhor e pode contribuir. Chega de jogador apadrinhado e esquema sem sentido! Chega de somente bolinha na área e "toma Damião"! O Cruzeiro sempre foi um time de toque de bola, time envolvente, criativo, de jogadores técnicos e de currículo. Bem trabalhado, vários "esquecidos" do time podem render. Mas o primeiro passo é fazer a tal faxina que proponho. Tirem as porcarias e vamos ver quem é que vai querer mostrar serviço a partir de agora.