A semana já iniciava com manchetes temerárias e um claro clamor para que derrubassem o invicto Cruzeiro. Afinal, não basta o Maior de Minas ser favorito à Libertadores, precisa que seja ridicularizado, pressionado, até que chegue ao nível do rival, que está num patamar bem inferior. E a derrota de ontem foi um prato cheio.
Certamente vão crucificar um ou outro, dizer que no primeiro desafio do ano o Cruzeiro tropeçou e isso preocupa ou, ainda, que o clássico de domingo pode ser um "divisor de águas".
Em primeiro lugar, a Libertadores é a meta. Erramos, sim, muito, ontem. Mas faltam cinco jogos. Nada para desesperar. O Cruzeiro, em momento algum, se acovardou, ficou na retranca ou jogou como timeco. Jogou de igual para igual e teve chance de empatar. Uma pena Rafinha ter perdido um gol claro. Mas nada que valha a pena crucificá-lo. A defesa errou, sim, muito. Manoel foi uma tragédia. Mas podemos recuperar. Em 1997 levamos três ferradas de cara e ainda assim fomos campeões. Talvez tenhamos subestimado o Racing, que jogou bem e soube aproveitar as chances. O nervosismo da zaga, a insegurança do goleiro, a falta de marcação: tudo isso colaborou para que perdêssemos.
E enfrentamos o adversário mais forte do grupo, em seu estádio, no início de temporada. Não jogamos mal. Falhamos muito. Mas não fomos ruins. Não soubemos aproveitar as chances e demos espaços. A imprensa, a partir de hoje, vai querer espetar, cutucar e soltar foguete igual um monte de idiota fez ontem. Perto da sua casa também teve babaca estourando foguete?
Quem não tem time goza com o pau dos outros.
Nosso rival sempre foi assim. E além de gozar, põe a linguinha ali pertinho.
Por: Marcão