PROTESTAR SOMENTE É FAZER O JOGO DA DIRETORIA

POR: MARCÃO ANTI-FRANGA

Mais de uma centena de torcedores estiveram, ontem, no Barro Preto. Mostraram sua indignação, "gritaram seus gritos de guerra", fizeram suas rimas e ponto final. Não estou aqui pregando que devem pichar, quebrar. Longe disso. Mas fizeram tão somente o que a diretoria faz: ato para se eximir.

Explico: a torcida do Cruzeiro tem que arquitetar algo que seja de comoção. Série B é uma realidade e a torcida não pode aceitar essa situação. Ou todos abraçam o time e apoiam até o fim, cobrando da diretoria preços populares nos ingressos para que lotemos o Mineirão e empurremos esse time às vitórias que precisamos para nos livrar dessa vergonha, que é cair da elite, coisa que nunca nos aconteceu, ou todos deixam de ir ao estádio, cancelam seus sócios e deixem o barco ir à deriva, ou seja, seguir seu rumo, pois trata-se de um barco que ninguém dirige.

Hoje temos uma diretoria omissa, principalmente o presidente, inócuo em meio, talvez, à maior crise da história de glórias do Cruzeiro; dirigentes que vivem de comprar passagem e que são tão bons que não tem competência nem para fazer reserva em restaurante; outro diretor que não consegue fechar um contrato de patrocínio máster e outro diretor, que caiu sem pára-quedas por aqui, como bem frisou meu amigo Raposo, ontem, e que nada mais gaguejou que pérolas de quinta categoria.

Vamos fazer um trato, torcedor! Vamos fixar nosso norte e combinar o que faremos. Ou abraçamos o time, ou deixamos desandar? Melhor fazer o papel de torcida. Mudança, agora, só se for na diretoria ou nos atletas. Uma bela barca com Marquinhos, Charles, Pará, Willian Farias, Paulo André, Fabiano, Joel e alguns pés-de-chinelo poderia começar a tomar rumo. Ao menos Luxemburgo pararia de dar chance a esses cabeças-de-bagre.

O que não podemos continuar fazendo é o mesmo jogo da diretoria. Há três meses depositaram toda a culpa no nosso ex-treinador, que teve, sim, sua parcela de culpa. Contudo, demitindo um, tentou se eximir e até hoje fala que o planejamento foi feito e que estão pagando a conta de dois títulos nacionais.

E hoje pergunto: quando foi que um time ganhou um Brasileiro num ano e caiu no seguinte? Para conseguir essa proeza, só com muita incompetência. E isso, hoje, tem de sobra na Toca II. Como tem! Não façamos o jogo da diretoria! Não empurremos para um ou outro a culpa. Mas saibamos cobrar de quem é essa culpa, essa conta. A conta da janta do Gilvan é bem paga, com enormes gorjetas. Já a conta do time, quem paga é o torcedor. Basta!