sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Primeiro jogo sem Diniz: fazendo o básico, o Cruzeiro rende




Quando tentam reinventar a roda, normalmente as coisas tendem a dar errado. A tática do tik-taka paraguaio, protagonizado pelo Dinizismo, deu lugar a um futebol mais fluido, de toque de bola e de cada jogador em sua função. Independentemente do adversário, fraco e até juvenil, notou-se uma leveza maior do time, sem ficar recuando bola para goleiro, que passou a não ter mais a função de começar uma jogada. As bolas recuadas para Cássio foram somente para tranquilizar um ataque ou pressão adversária.

Sistêmicamente, não houve mudança em relação ao que vinha ocorrendo. Esquema de 4-3-3, com variações, com quase mesmos titulares. Duas mudanças foram necessárias: Marlon, com amigdalite, deu lugar a Kaiki e Marquinhos entrou no lugar de Kaio Jorge, em processo de recuperação de lesão. No mais, os mesmos, mas que entrararam para tão somente fazer o básico. Isso fez o Cruzeiro ser um time presente, mais criativo e finalizador. O time medroso e desencontrado de Diniz deu lugar a outro, ainda com muita coisa para acertar, mas que fazendo o básico já se projeta e se faz vencedor. 4-1, com tirada de pé do acelerador.

Uma crítica ao técnico de ontem, Wesley, foi a não utilização de atletas da base no jogo, completamente controlado. Kauan Prates poderia ter sido acionado, em vez de Villalba, por exemplo. No mais, rodou a equipe, deu mais ritmo a outros atletas e até pôs o time mais à frente no segundo tempo, ao tirar Romero e colocar Lautaro. Contudo, com o placar já definido, o segundo tempo mais foi um coletivo e, o jogo, um treino de luxo.

Vi comentaristas da Globo comentando que o torcedor não se fez muito presente. Jogo às 19h, contra o Itabirito, depois do time vir de uma derrota para o Athetic e um empate com o Betim. Mesmo com boa parte de titulares, foi uma noite de chuva e fim de mês. Mas isso eles não consideraram. Mas fazer o que diante de alguns profissionais que, via de regra, adoram encontrar pelo em ovo?

Vamos ver, nos próximos jogos, o que esse time tem para mostrar a mais. Precisa ajustar muita coisa, a começar pelo posicionamento dos zagueiros. Fabrício Bruno continua jogando pelo lado esquerdo, quando rende mais do lado direito; é preciso ter uma transição melhor da defesa para o ataque e os pontas precisam atuar de uma forma mais incisiva, de preferência não guardando posição e até mesmo revezando com o centroavante, deixando o ataque menos pragmático. Seja Wesley ou o novo treinador, é vital que isso aconteça para que coisas boas aconteçam também. Seguimos.

POR: JOÃO VITOR VIANA

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

A demissão foi certa, mas o amadorismo de gestão ainda está pior que a contratação de Diniz




De que adianta ter dinheiro, se a gestão é de quiinta categoria? Assim vai sendo o Cruzeiro, que é SAF, mas é gerida como uma associação, pela paixão, pelos gostos pessoais. A partir do início do ano passado, quando Ronaldo passou o bastão para Pedro Lourenço, muita coisa mudou. Inclusive, o vazamento de negociações. É impressionante como alguns ficam sabendo de situações, antes brecadas em uma gestão mais austera.

Ao trocar um treinador por um gosto pessoal, cito a chegada de Diniz em lugar de Seabra, o ano de 2024 chegou ao fim em outubro. Nada mais dali para frente prestou. Jogos ruins, resultados horrorosos e decepções atrás de decepções. Não de forma equivocada, a torcida pediu a saída de Diniz ao final do ano. Ele, nariz em pé, peitou a diretoria, que abaixou a cabeça e aceitou os argumentos. Deu no que deu. O Cruzeiro fez o maior de seus erros na atual gestão. Se antes isso era a contratação de Diniz, passou a ser o maior erro a continuidade dele. Três jogos oficiais depois, corte da cabeça.

Agora, se o Cruzeiro é da torcida, ela deveria, ao menos, ser ouvida. Cadê a proximidade com os 10 milhões de torcedores? O plano de crescimento do sócio parece estagnado. O clube não tem um porta-voz, como diretor de comunicação, para falar com a imprensa. Aí fica jogador fazendo bico, diretor de futebol omisso, presidente vazando áudio, diretor da base criticando o profissional - também em áudio vazado -, e fica tudo por isso mesmo. Uma verdadeira bagunça, que ninguém sabe quem manda, só quem paga. Cada um faz e fala o que quer, porque não há a menor diretriz de comportamento dentro do clube. 

Em meio a tudo isso, o aproveitamento da base vai sendo escanteado. Dorival, Vitinho, Pedrão, todos emprestados. Kenji, Tevis e Bruno Alves, com poucas opções. Kaiki comendo banco para um falastrão. Lamentável ver como a gestão enxerga futebol. Deveriam priorizar a prata da casa, principalmente nesse inicio de ano. E o que vemos? Um time, sem técnico, emprestando seus jovens valores sendo que nem um time titular ainda há desenhado. Uma pena, aliás. Vários são os jogadores que saíram daqui, vendidos a preços módicos, dispensados ou sorrateiramente retirados do clube por brechas em contratos (Vitor Roque e Estevão) e que foram estourara e valer milhões fora. Tudo por causa de gestões que não priorizaram a base.

Agora, 29 de janeiro, o Cruzeiro está oficialmente sem comando. Sem técnico estava desde outubro, mas agora sem rumo, sem norte, com alguém comandando treino e ninguém sabe quem chega, quando chega e quem será. Inúmeros nomes sendo cogitados, entrevistas marcadas, profissionais especulados. Certamente o prazo de reposição do comando será mais demorado que o esperado. Contra o Itabirito e, possivelmente contra o Uberlândia, iremos de interino. Tudo isso para mostrar ao Brasil que o único time da Série A do Brasileiro começará os trabalhos em fevereiro, mostrando que não há um mísero planejamento e que o ano já começou com tudo sendo feito de forma amadora e com nenhum foco.

POR: JOÃO VITOR VIANA

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Mudança lógica e imediata: para 2025 ter algum sentido, é mais que necessária a mudança no comando




Como já dito, aqui, inúmeras vezes, o ciclo - que nem deveria ter começado - precisa se encerrar. Aproveitando o Campeonato Mineiro, que de nada serve - a não ser para dizer que tudo está caminhando de mal a pior -, cabe ao Cruzeiro afirmar, em conferência de imprensa, a imensa besteira que fez ao trocar o treinador a partir de outubro do ano passado e, pior ainda, mantê-lo para 2025.

O planejamento foi falido. E olha que o Cruzeiro, de Pedro Lourenço, tem dinheiro. Contudo, de nada adianta colocar uma Ferrari na mão de um carroceiro. Foi isso que aconteceu. Apostaram numa filosofia que não combina com o clube, com os jogadores e com a própria lógica do futebol.

Se tem uma coisa que me irrita é dizer que "o Dinizismo exige tempo de adaptação", "que é um esquema autoral", que isso, que aquilo. Futebol é simples! Quem busca reinventar a roda após mais de 100 anos de disputas é querer acreditar que é possível trocar um pneu com o carro em movimento. Não dá. Esquema caótico que faz uma confusão tática imensa, principalmente dentro do próprio time. Ninguém sabe o que fazer em campo e, ainda, acreditam, de fato, que esse tumulto dá resultado.

Eu vi algumas publicações nas redes sociais de pessoas que ainda defendem esse rapaz. A culpa é dele, sim, se o time está confuso; se não chuta; se não marca; se não corre. Quem escala é ele, quem troca é ele, quem "treina", é ele. Ponto. Desde que chegou, conseguiu piorar o que não estava bom e tinha deixado de dar liga. Contudo, o Cruzeiro não estava jogando mal. Não estava conquistando pontos, é verdade. Mas era por detalhes, que com ajustes poderiam dar em algo. Assim que chegou, botou a banca e quis impor seu estilo com os atletas que tinha. Ao final do ano, pôs a diretoria contra a parede, numa atitude de desespero que a fez recuar de forma covarde. E deu no que deu. 

Nos resta, agora, esperar. Ver se hoje haverá mudanças ou se vão continuar empurrando com a barriga essa situação ridícula, que é ver o Cruzeiro tentando jogar de uma forma que ninguém entende. A questão já não é tempo, não é qualidade do elenco. A questão é - e sempre foi - Diniz. Ainda está aí? Espero que não passe de hoje! Para 2025 ainda fazer sentido, é preciso trazer quem entenda de futebol e, ainda, dê padrão para esse time. Não precisa nem ser técnico. Acredito que o "boleiro" é até mais razoável. Saber lidar com grandes jogadores, de egos ainda maiores não é fácil. E tudo vai começar com o "arroz com feijão" que tanto temos pedido. Treinador que fizer o básico e souber explorar o que cada um pode dar de melhor, vai conseguir por a nave celeste em órbita de novo.

POR: JOÃO VITOR VIANA 

domingo, 26 de janeiro de 2025

Não dá mais! Esperneia Marlon, omite-se Mattos! Chega! Se o clube é da torcida, manter Diniz é um recado totalmente ao contrário!




O Cruzeiro, em competições oficiais, mostra o mesmo futebol pífio e desorganizado que em 2024. Os números continuam horríveis, mesmo disputando um campeonato de qualidade técnica horrorosa. Diante do Betim, um futebol cretino, inferior ao que mostrou contra o Athletic. Na sorte, empatou uma partida, mostrando que o futebol, de fato, não é justo. Mereceu perder!

Diniz insiste com uma escalação que somente ele acredita ser a real. Inventou Jonathan Jesus como titular e, depois, mudou o esquema tático, colocando Villalba. Insiste em Marlon e, pior, monta um amontoado de jogador, que parece que se encontrou na hora e nunca jogaram juntos. Gabigol fixo central, Dudu na esquerda e Kaio Jorge na direita. Nada de flutuar, movimentar, enganar o adversário. Time pragmático, fixado no toque de bola inútil e sem incomodar o time adversário. Não dá para dar mais tempo! Treinador, com esses números, em lugar nenhum, seria mantido no cargo. Até quando?

Sinceramente tenho tentado entender o que passa pela cabeça do técnico e dos jogadores. Ao final da partida, Diniz afirmou que foi cobrado pela diretoria. O ato não aconteceu com Seabra, não aconteceu com Pepa (Pedrinho exigiu a demissão dele, ainda não sendo o dono) e não aconteceu com uma galera. Só com Diniz. O que o mantém no cargo? A multa? Se alguns times demoraram a contratar treinador, o Cruzeiro contratou um time sem treinador até hoje. Diniz é uma figuração do que não deve ser feito. E continua com aval da direção, que não ouve a torcida. Se o time é de todos, que a maioria seja ouvida! Chega de Diniz!

Tecnicamente, o time é bem superior ao do ano passado. Foi qualificado, mas é mal utilizado. Pior que isso é ouvir o senhor Marlon dando entrevista pífia ao final do jogo. O ano não tem 25 dias não, rapaz! Desde o ano passado que o futebol do Cruzeiro, um time gigante, é de péssima qualidade! Não está satisfeito com as vaias, toma rumo! Kaiki é, de longe, bem superior. Mas não tem o nome que o sr. Marlon fez no Fluminense. Arruma as malas e um abraço! 

Nessas horas, quando se espera que a diretoria se pronuncie, todo mundo some. Onde está o Mattos? Batendo palma para Diniz? Por que não fala do desempenho do time para a imprensa? Porque, assim como no ano passado, esconde. É preciso que alguém dê a cara a tapa. É preciso entender o que pensam para o Cruzeiro. Mais um ano perdido? Quando mantiveram o Diniz eu pensei nessa hipótese. Mas gastando milhões, será que é o mais inteligente? Acho que não. Para 2025 ainda fazer sentido, a troca de comando é inevitável. Adeus!

JOÃO VITOR VIANA

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Não há verdade ou opinião que dure muito tempo no futebol. Tempo é necessário em caso de evolução e o Cruzeiro, diante do Athletic, retrocedeu



Não há verdade ou opinião que dure muito tempo no futebol. Tempo é necessário em caso de evolução e o Cruzeiro, diante do Athletic, retrocedeu. Que jogo ruim! Cássio falhando, zaga invertida de novo, laterais que não potencializaram ataque e time nada inspirado. Mesmo com jogadores poupados, viu-se uma dependência gigantesca de Matheus Pereira. Eduardo não supriu o titular, assim como Matheus Henrique nem Christian são jogadores de criação. 

Diniz voltou a ser Diniz e, o Cruzeiro, a ser o Cruzeiro de Diniz. Time sem vontade, pouco eficiente, falhas individuais gigantes e um treinador que enxerga um jogo diferente do mundo. Ao trocar Dudu por Lucas Silva, entreguei para Deus e ele devolveu! Lastimável o que o técnico buscou com aquilo.

Diante de um adversário bem inferior em um campo neutro, o Cruzeiro foi envolvido na maior parte da partida. Nos primeiros 30 minutos, apenas um chute a gol. Já o Athletic chegou a quatro chances, uma delas, salva por Fabrício Bruno. O time melhorou ao final da primeira etapa, mas não conseguiu construir muito, ao ponto de fazer do goleiro adversário um ponto a se destacar. 

Na volta para o segundo tempo, sem modificações, o Cruzeiro teve alguns momentos, mas também nada muito a se ressaltar. Dudu fez um mau jogo, nitidamente fora de forma; Eduardo andou em campo e, em um determinado momento, vimos o Cruzeiro com Romero, Lucas Silva, Matheus Henrique e Christian. Isso não dá! Sem criação, coitado do Bolasie, que ficou isolado e tentou algumas coisas, que também não funcionaram.

E em erros bizarros de Cássio e Fabrício Bruno, um gol estranho, com a cara de Fernando Diniz, que como técnico, é ótimo comentarista. É o típico treinador que ao final do jogo vê os problemas, enxerga como tudo aconteceu mas, durante os 90 minutos, é incapaz de arrumar o time ou consertar os problemas. Não adianta falar após. Para ser treinador não apenas precisa antever as coisas, como solucioná-las. Diniz, ao que parece, gosta de sofrer. Mantém Fabrício Bruno na esquerda e João Marcelo na direita; faz trocas bizarras de jogadores, não se importa com esquema tático e, ainda, consegue queimar jogador ao colocá-lo para fazer funções as quais não consegue.

É com isso que vamos em 2025? Tem certeza, Pedrinho? Os números são ridículos! Cheguei a comentar que tempo seria necessário, mas vendo o time evoluindo, mostrando entrosamento, criando. Diante do Athletic, a disposição da equipe foi a mesma de 2024: um lixo! Vamos ver o que o jogo contra o Betim nos reserva...


POR: JOÃO VITOR VIANA


segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Início de temporada, evolução e necessidade de tempo




Quem me conhece ou me acompanha sabe qual minha opinião sobre Fernando Diniz e o seu trabalho no Cruzeiro. Como comentado na resenha excelente com o pessoal do Conexão 5 Estrelas, do canal Samuca TV, ano passado pedi a saída do treinador e não concordei com sua manutenção, haja vista o aproveitamento irrisório ã frente do clube. Ele pediu tempo, a diretoria concedeu. Com nove novas caras, o time entrou em campo três vezes esse ano, sendo dois jogos em pré-temporada. E, sinceramente, até aqui, gostei do que vi.

No primeiro jogo, pouco a falar, já que foram apenas 45 minutos e o primeiro da temporada. O segundo, contra o rival, mais pareceu MMA que futebol. Já ontem, mesmo com um time quase todo alternativo - até o momento, apenas Cássio, pode-se dizer, é titular entre os 11 iniciantes -, o time teve bem. O Tombense, que iniciou a preparação antes, foi bem envolvido e só não levou mais porque o goleiro esteve em noite inspirada. Vê-se evolução. Além disso, pela primeira vez, Diniz consegue sair de campo sem levar gols em dois jogos seguidos.

Alguns vão dizer: "Ah, mas é pré-temporada!". Bom, ano passado começamos o Mineiro com Palácios titular da zaga. Esse ano, mesmo com reservas, o nível é bem superior. Foi bom ver a disposição dos jogadores, que chegaram ontem de uma viagem longa e já foram para campo, mesmo jogando pouco tempo no dia anterior. Mostra de profissionalismo e que esse ano o grupo está bem mais qualificado.

Cedo ainda para dizer, mas Kaiki, Walace e Bolasie vão ser peças importantes na temporada. Já mostram uma capacidade e uma disposição diferenciada. O estrangeiro, então, como um centroavantão, meteu a cabeça na bola e fez um belo gol. Estreia bacana. Vai voar no Mineiro!

Se Diniz queria tempo, a disposição inicial vai ditar de quanto ele será. A contar a evolução, a disposição e os gols, tende-se a prolongar. 

POR: JOÃO VITOR VIANA

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Vídeo: Blog Cruzeiro Online no Conexão 5 Estrelas

 


Clique e confira, na íntegra, a nossa participação

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

O que chamou a atenção no primeiro jogo foi o pós



A entrevista de Matheus Pereira pegou bem mal com a torcida. Totalmente desnecessária, principalmente por ser um assunto que deve ser tratado de forma interna. A partir do momento que se externa algo para a imprensa, principalmente quando demonstra até certa insatisfação ou desejo de novos ares, isso jamais deve estar no microfone de um jornalista, principalmente quando sabemos como as coisas funcionam em Minas Gerais.

Uma rádio ficou em polvorosa! Até sábado, quando o Cruzeiro irá enfrentar o time dela, podem ter certeza que o assunto vai ser só esse. Vai ter dirigente sendo procurado, Pedrinho... tudo para tumultuar o ambiente, que estava de boa, mas Matheus iniciou um processo, digamos, chato.

Hoje era para falarmos do jogo, da rapidez que o Cruzeiro marcou, logo aos 27 segundos e, até certo ponto, de uma evolução tática inicial. Ou, ainda, de como, aos 20 minutos, o Cruzeiro se permitiu dominar e o quanto o São Paulo desperdiçou oportunidades, parando em falhas do próprio time ou no goleiro celeste. Aliás, Leo Aragão foi bem.

Podíamos citar, por exemplo, a bobagem que João Marcelo fez ao receber um cartão logo aos 2min. Acabou não complicando, mas é algo a se pensar. Uma defesa exposta causa esse problema. Não a toa, o Cruzeiro não conseguiu se compactar defensivamente, o que é um problema do dinizismo. Um time que se projeta ofensivamente tem esquecido a própria retaguarda. E quando se atua com apenas um volante e laterais ofensivos, é um grande problema. Nos primeiros 20 minutos, Marlon jogou, notidamente, como terceiro zagueiro. Quando começou a se projetar no campo ofensivo, virou uma avenida de ataque do São Paulo. Não creio que o Diniz vá se preocupar com esta questão. Nunca se preocupou. O máximo que fez foi puxar a orelha, literalmente, de William. Aliás, jogou bem abaixo do normal. 

Contudo, a se contar como primeiro jogo do ano, não se pode jogar pedras e mais pedras. Diniz quer tempo e terá. Inclusive uma série de amistosos, o que inclui o Campeonato Mineiro - torneio de péssima qualidade -, que comporta equipes que, em vez de se preocuparem em revelar talentos para os grandes do Estado, abrigam um bando de jogadores aposentados a preços altos, pagos por empresários. Diniz terá, talvez, 10 jogos para mostrar alguma coisa, vencer algum time de maior grandeza e mostrar que o problema de 2024 era, de fato, tempo e quantidade de jogadores de qualidade. Senão, um abraço.

Mas até sábado temos a questão do Matheus Pereira para resolver. Com toda qualidade que tem, o discurso inicial que o Cruzeiro foi a realização de um sonho, que estava feliz de novo, que o clube foi determinante numa fase difícil da própria vida, tudo isso, passa a perder força. Afinal, se o amanhã não se conhece, o que a torcida do Cruzeiro, que está fazendo o sócio, que quer ver a estreia, que espera ver o Cruzeiro campeão neste mesmo amanhã? Também deve deixar isso em dúvida? Por favor, né? Quem gostou disso foi uma certa TV e uma certa rádio, que vivem de polêmica e de uma vontade incansável de querer ver o Cruzeiro mal. Parabéns, sr. Matheus! Mas tudo bem: Pedrinho já falou, hoje - porque obviamente a mídia atleticana iria perguntar - sobre a questão. "O Matheus Pereira não sai. Quem quiser, pague a multa, que é 25 milhões de euros. Não temos proposta por eles e, por nós, não vamos vender".

Matheus Pereira deve se preocupar em jogar bola, o que ele sabe muito bem. Entrevista, pelo visto, não é o forte e a comunicação do Cruzeiro, em nenhum momento, se preocupa com isso também. Então... pautas até sábado é o que a impresa galinácea ganhou de presente, após a partida de estreia do Cruzeiro na "Terra da Disney".

POR: JOÃO VITOR VIANA

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Janela forte do Cruzeiro, que incomoda imprensa mineira e brasileira e que põe maior pressão e tira desculpas de Fernando Diniz



Fernando Diniz terminou 2024 de uma forma melancólica, fatigante e preocupante. Bradou, cobrou, se posicionou como injustiçado e o "choro" valeu uma segunda chance. Com tempo, time reforçado com atletas de renome nacional e internacional, agora ele já não possui os argumentos que "não foi ele quem montou o time" e que "não teve tempo para trabalhar". Quem chegou, elogiou o jeito dele trabalhar. Então não há ranço ou chumbo para se trocar. Quem tinha que sair, saiu (com ressalvas, uma vez que a visão do técnico e da diretoria não é a mesma desse que escreve) e quem chegou, também com ressalvas, veio para vestir a camisa titular. Ou alguém duvida que Gabigol, Fabrício Bruno e Dudu, por exemplo, vão comer banco? Não mesmo, a não ser que saiam muito da curva. É aproveitar esse tempo de pré-temporada e aprimorar a forma física e tática para o reinício de trabalho.

Com um time base - que certamente não será o mesmo do torcedor, pois nunca é, principalmente com Diniz -, o Cruzeiro entra 2025 com um time bem formado e que precisa se ajustar - e rápido. Isso porque Pedro Lourenço e a cúpula celeste não querem ver o time patinando numa competição semiamadora como o Campeonato Mineiro. Por mais que seja um torneio bem podre em termos de qualidade, com o futebol que o time mostrou na reta final de 2024 não consegue configurar entre os quatro melhores. 

Ou seja, se derrapar nesse inicio, Diniz sobra. O investimento não é pouco. Por mais que o Cruzeiro não tenha gasto muito dinheiro em "passe", o contrato e o salário de alguns "topo de prateleira", é imenso. Se bobear, Gabigol e Dudu devem estar, hoje, entre os cinco jogadores mais bem pagos do país. Cássio, Matheus Pereira, Matheus Henrique, Fabrício Bruno, William, Marlon, Walace também possuem altos vencimentos.

Dessa forma, a diretoria entende que para esta janela, o clube agiu até além do que deveria. "O Cruzeiro, se não fossem os aportes do Pedro e da sua família, não teria como fazer estas contratações", disse Alexandre Mattos. E por mais que a imprensa nacional berre e se contorça, o time precisa ter um rumo bem diferente. E o desempenho será analisado a curto prazo, justamente pelo esforço financeiro dos seus donos. Se inventaram a permanência de Villalba e Lautaro (uma das ressalvas que disse no primeiro parágrafo) e também pela continuidade de Diniz, caso as coisas comecem a se desandar, o foco será tão somente um: quem avalizou tudo isso? Diniz, que já não merecia a chance que recebeu pelo desempenho pífio de 2024. Mas já que ficou, que faça o time jogar, sem firula e invenção de moda.

Os amistosos dos dias 15 e 18 não dirão tanta coisa, já que é início de trabalho, assim como o primeiro jogo do Mineiro, contra a Tombense, dia 19, às 20h. Mas a partir do quinto, sexto jogo, já é para ter um padrão, de time que vai postular títulos em 2025, não ser apenas um coadjuvante de meio de tabela.

Imprensa se rasgando

A imprensa nacional, em especial de Rio e São Paulo, está olhando torto para o Cruzeiro. Não para Minas, pois nosso rival só está liberando atletas e contratando gente mediana. Mas se fosse o Fluminense, o Botafogo, o São Paulo, o Santos contratando os mesmos jogadores, estariam sendo "ferozes no mercado", como foram, há alguns anos, Palmeiras, Flamengo e o próprio Botafogo. Em 2024 o Botafogo contratou Luiz Henrique e Almada por valores absurdos. Mas a imprensa não falou em fair play à época. Fair play financeiro só para o Cruzeiro. 

Em Minas, no rival é conversa fiada e rasgação de seda

Já estamos calejados de algumas emissoras, de rádio e TV, além da FMF - óbvio -, torcerem abertamente para o rival. Gritam e inflamam torcedores para diminuir o Cruzeiro e enaltecer o time do lado de lá, cujos títulos importantes cabem numa mesa de escritório. Esse ano, estão trabalhando muito, principalmente para requentar especulações. Só para contratar um treinador - que estava desempregado há oito meses - demoraram um mês. Como estão no atoleiro para contratar jogador - que só perdem para o mercado tenebroso -, olham torto para o Cruzeiro também. Dor de cotovelo é em Minas e geral. Atura ou surta! 


POR: JOÃO VITOR VIANA

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Análise fria: quem vive do rival é carente


A soberba nunca ajudou ninguém a ser melhor. Ao contrário, sempre demonstrou fragilidade. E quando se busca a própria projeção tentando diminuir o rival ou o adversário, aí, meu irmão, tudo fica ainda pior.

O cruzeirense já se acostumou com a soberba atleticana. Historicamente, o torcedor do time descoberto por Ronaldinho Gaúcho em 2013, sempre arrotou que "um Brasileiro valia mais que duas Libertadores", que "Conmebol era isso, aquilo", "que Campeonato do Gelo era o Mundial", que "era mais vezes campeonato mineiro" e que "torcer para o Galo era bom demais". Falácias de pessoas que deveriam estar no Caps. Fato! 

Contudo, com as sucessivas más administrações no Cruzeiro e uma sorte tremenda do lado de lá, algumas coisas mudaram, inclusive o discurso. A soberba se fez maior quando, de fato, ganharam algo, como a Copa do Brasil de 2014, a Libertadores de 2013 e os campeonatos em 2021. Nesse curto espaço de tempo, que contou, ainda, com uma reconstrução às duras penas do Cruzeiro, as falas eram, ainda, mais de ódio, de se acharem os reis dos reis e que o mundo girava ali, em torno deles e de seus ídolos. Pelo menos agora havia o mínimo de fundamento, a comparar com outros, do passado, como Marques e cia., que nunca ganharam nada e eram intocáveis e ídolos.

Mas o cruzeirense nunca respirou Atlético. Ao contrário, nunca precisou pisar no rival, pobre de espírito, aliás, para se tornar grande. Fez a própria história, com personagens, e sempre será assim. Na alegria e na tristeza, o Cruzeiro tem seus atores históricos, vencedores e marcantes. Desde 2021, quando Ronaldo voltou ao clube e o fez ressurgir, dentro do possível e de investimentos pontuais, o time se tornou uma fênix. Ganhou tão somente o Brasileiro de 22 (Série B), com Pezzolano e cia. Mas não se assume o protagonismo de algo da noite para o dia. Tudo é um processo e requer tempo e paciência. Por mais que o rival insista em dizer que não é assim e que são os "maiores de Minas", outra mentira.

Para desespero do rival, que passou a ganhar somente Mineiros (não me importa se são atuais penta), o Cruzeiro foi crescendo novamente, se encorpando. Eles estagnaram e, ao que parece, tendem a ter uma derrocada. A falta de planejamento e investimento mostra pouca audácia e força no mercado, disputado e inflacionado. Isso quer dizer que o Cruzeiro vai ganhar tudo, golear, ser o dono do país? Obviamente não. O que Pedro Lourenço faz, hoje, é um pagamento de uma dívida que não é dele mas, como torcedor e carinho pela torcida, investe em algo que, mesmo sendo próprio, é também de 10, 12 milhões de torcedores. Por isso, inclusive, é bom que haja uma mobilização em torno do sócio. Com um sócio forte, o Cruzeiro jamais voltará aos capítulos bizarros que foram capitaneados por administrações terríveis e criminosas.

O jogo virou. E o rival voltou àquele discurso de quando não tinham história para contar. Ainda que hoje todos os títulos importantes caibam, ainda, em cima de uma mesa de escritório, o medo voltou. Depreciam as contratações do Cruzeiro, chamam o time de velho, de jogadores ultrapassados, de reservas. Isso porque o craque deles tem 38 para 39 anos. Falam e arrotam palavras escritas por um zagueiro em sua rede social. Mas, ao mesmo tempo, colocam faixas em frente de vários locais de BH, xingando a diretoria, dona da SAF que foi criada até para o pessoal reaver o investimento que fizeram e que nunca terão retorno. Até aqui, um time de "menino".

Ver o Cruzeiro agressivo no mercado dói neles. E dói ainda mais porque o Cruzeiro já incomodou e chamou a atenção, ainda que não tivesse um elenco forte num passado recente. Em 2024 foi finalista de uma competição internacional após mais de 25 anos. Em 2025 é favorito a levantar taças. Isso sem se comparar, sem desmerecer o rival, sem precisar inventar título de 37 para falar que é tri de alguma coisa. Apenas por existir e por ter uma torcida grande, apaixonada e que não precisa de alto-falante. 

O Cruzeiro vem forte, doa a quem doer, independente da eterna carência atleticana.


POR: JOÃO VITOR VIANA

sábado, 4 de janeiro de 2025

Em novo patamar, Cruzeiro mostra seus reforços, em Mineirão lotado

Se a Minas Arena tivesse dado uma ajudinha, caberiam dois Mineirões dentro do Mineirão

O evento era para 120 mil, 150 mil pessoas. Mas dentro do possível, 40 mil pessoas lotaram o espaço disponibilizado pela Minas Arena na apresentação desse sábado, quando seis atletas foram apresentados ao torcedor, que pagou R$ 10 e vibrou com cada um que foi anunciado pela locutora, Poliana Andrade.

Primeiramente, quatro jogadores subiram ao palco junto ao dono do clube, Pedro Lourenço: Christian, Eduardo, Fagner e Rodriguinho. Posteriormente, Dudu e, por fim, Gabigol.

Em destaque, a organização de toda a festa, a distribuição de brindes e venda do marketing do clube, com copos de Gabigol. O atleta, de 28 anos, assinou com o Cruzeiro por quatro anos e foi o mais ovacionado pela torcida. Dudu, cria da Toca, também foi muito aplaudido. Ele retorna ao time 11 anos depois de deixar a Toca rumo ao futebol ucraniano, numa venda que rendeu US$ 5 milhões ao Cruzeiro, mais os direitos de Kléber Gladiador à época.

A festa cumpriu todo o roteiro programado e mostrou que o Cruzeiro, hoje, está em outro patamar. Bolasie, também contratado, ainda está na Europa, e vai se apresentar ao clube nos Estados Unidos, onde fará a pré-temporada e vai disputar um torneio amistoso, já testando os reforços que chegam nesse início de ano.

A festa foi bonita. Os torcedores e, certamente, a diretoria, aguarda que o elenco dê liga e que toda a reclamação de Fernando Diniz no ano passado tenha algum sentido, com a chegada de atletas tarimbados, vencedores e com currículo vasto. E mais: o Cruzeiro não vai parar por aí, anunciando, em breve, dois jogadores para a defesa. Está em fase final para anunciar o jovem Gomez, de 21 anos, do Velez, podendo, também, contratar Fabrício Bruno. David Luiz seria uma segunda opção, em caso do atual jogador do Flamengo e, ainda, cria da Toca, não vingar.

"Hoje realizo um sonho. Eu disse, seis meses atrás, que iria parar Belo Horizonte. Esse dia chegou. É o dia mais feliz da minha vida. E olha que tenho quase 70 anos", disse Pedro Lourenço ao apresentar Gabigol.


POR: JOÃO VITOR VIANA