A entrevista de Matheus Pereira pegou bem mal com a torcida. Totalmente desnecessária, principalmente por ser um assunto que deve ser tratado de forma interna. A partir do momento que se externa algo para a imprensa, principalmente quando demonstra até certa insatisfação ou desejo de novos ares, isso jamais deve estar no microfone de um jornalista, principalmente quando sabemos como as coisas funcionam em Minas Gerais.
Uma rádio ficou em polvorosa! Até sábado, quando o Cruzeiro irá enfrentar o time dela, podem ter certeza que o assunto vai ser só esse. Vai ter dirigente sendo procurado, Pedrinho... tudo para tumultuar o ambiente, que estava de boa, mas Matheus iniciou um processo, digamos, chato.
Hoje era para falarmos do jogo, da rapidez que o Cruzeiro marcou, logo aos 27 segundos e, até certo ponto, de uma evolução tática inicial. Ou, ainda, de como, aos 20 minutos, o Cruzeiro se permitiu dominar e o quanto o São Paulo desperdiçou oportunidades, parando em falhas do próprio time ou no goleiro celeste. Aliás, Leo Aragão foi bem.
Podíamos citar, por exemplo, a bobagem que João Marcelo fez ao receber um cartão logo aos 2min. Acabou não complicando, mas é algo a se pensar. Uma defesa exposta causa esse problema. Não a toa, o Cruzeiro não conseguiu se compactar defensivamente, o que é um problema do dinizismo. Um time que se projeta ofensivamente tem esquecido a própria retaguarda. E quando se atua com apenas um volante e laterais ofensivos, é um grande problema. Nos primeiros 20 minutos, Marlon jogou, notidamente, como terceiro zagueiro. Quando começou a se projetar no campo ofensivo, virou uma avenida de ataque do São Paulo. Não creio que o Diniz vá se preocupar com esta questão. Nunca se preocupou. O máximo que fez foi puxar a orelha, literalmente, de William. Aliás, jogou bem abaixo do normal.
Contudo, a se contar como primeiro jogo do ano, não se pode jogar pedras e mais pedras. Diniz quer tempo e terá. Inclusive uma série de amistosos, o que inclui o Campeonato Mineiro - torneio de péssima qualidade -, que comporta equipes que, em vez de se preocuparem em revelar talentos para os grandes do Estado, abrigam um bando de jogadores aposentados a preços altos, pagos por empresários. Diniz terá, talvez, 10 jogos para mostrar alguma coisa, vencer algum time de maior grandeza e mostrar que o problema de 2024 era, de fato, tempo e quantidade de jogadores de qualidade. Senão, um abraço.
Mas até sábado temos a questão do Matheus Pereira para resolver. Com toda qualidade que tem, o discurso inicial que o Cruzeiro foi a realização de um sonho, que estava feliz de novo, que o clube foi determinante numa fase difícil da própria vida, tudo isso, passa a perder força. Afinal, se o amanhã não se conhece, o que a torcida do Cruzeiro, que está fazendo o sócio, que quer ver a estreia, que espera ver o Cruzeiro campeão neste mesmo amanhã? Também deve deixar isso em dúvida? Por favor, né? Quem gostou disso foi uma certa TV e uma certa rádio, que vivem de polêmica e de uma vontade incansável de querer ver o Cruzeiro mal. Parabéns, sr. Matheus! Mas tudo bem: Pedrinho já falou, hoje - porque obviamente a mídia atleticana iria perguntar - sobre a questão. "O Matheus Pereira não sai. Quem quiser, pague a multa, que é 25 milhões de euros. Não temos proposta por eles e, por nós, não vamos vender".
Matheus Pereira deve se preocupar em jogar bola, o que ele sabe muito bem. Entrevista, pelo visto, não é o forte e a comunicação do Cruzeiro, em nenhum momento, se preocupa com isso também. Então... pautas até sábado é o que a impresa galinácea ganhou de presente, após a partida de estreia do Cruzeiro na "Terra da Disney".
POR: JOÃO VITOR VIANA
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