Por: Marcello Zalivi
A Fúria é uma boa campeã. Merecido seria para qualquer um dos lados. Pois, apesar de não ser tão brilhante como a Espanha, os holandeses que chegaram a três finais de copa e conseguiram com isso o status de “time grande”, poderiam ser premiados por terem dado ao mundo da bola, gerações como de Cruyff, Vam Bastem e Bergkamp. Os laranjas mantiveram a tradição de terem sempre um time competitivo e forte nos mundiais que disputaram.
Mas apesar de tudo, não poderíamos ter um campeão melhor que a Espanha. Digo isso porque a Fúria campeã fará muito bem ao futebol, por vários motivos. Um deles é o fato de todo campeão mundial influenciar o estilo que será jogado nos próximos quatro anos. Após o título da Alemanha em 90 e o Brasil em 94, times que priorizavam o futebol defensivo, todo o planeta passou a adotar esquemas cheios de volantes e zagueiros. O toque de bola espanhol, a valorização da posse de bola, a sinergia entre ataque e defesa, a velocidade da recomposição, o jogo fácil coletivo que abre espaços para as individualidades, e o mais importante, a quebra de tabus como o de que volante tem que ser brucutu e destruidor (Xavi, Alonso e Busquets são exemplos de volantes modernos que defendem limitando os espaços, com uma boa saída de bola através de passes precisos e visão de jogo), tornam a Espanha um modelo ideal a ser seguido. Pouco importa se foi o campeão com menos número de gols, a Fúria não deixou de ser ofensiva em nenhum momento. Foi o time que mais chutou a gol, que mais criou, que mais tempo ficou com a bola nos pés e que menos praticou o anti-jogo.
A Espanha entra para o seleto grupo de campeões mundiais (Brasil, Itália, Alemanha, Argentina, Uruguai, França e Inglaterra. Os três primeiros com mais autoridade), melhor ainda, entra para um grupo mais seletivo, o de campeões mundiais que jogam bonito, e premia um trabalho de mais de 8 anos que é desenvolvido no país. A Espanha foi o país europeu que mais títulos conquistou nos últimos anos nas categorias de base. 15 dos 23 campeões mundiais obtiveram ao menos uma conquista na base. A Fúria preparou seus atletas contra a mentalidade de “amarelar” nas decisões desde cedo, incentivou a formação e UTILIZAÇÃO de atletas nos seus principais clubes, e agora está colhendo os frutos deste trabalho. A Espanha, assim como a Alemanha, estão na contra mão dos outros fortes e influentes mercados europeus. Estão apostando na renovação de seu futebol e prestigiando os atletas locais. Basta fazer um comparativo entre seus principais times na atualidade. O Barcelona, campeão de tudo, o time espanhol do momento, tem em seu time titular entre seis a sete jogadores do país, isso sem contar com Messi que é muito mais espanhol que argentino. Do outro lado está a Inter de Milão (Itália). O atual campeão Europeu fez a final da Champions League sem contar com um italiano em campo, e o único que entrou no final da decisão foi o zagueiro Matterazzi, um veterano de quase 40 anos. A Inter é o reflexo do futebol italiano nesta copa, que busca em mercados menos favorecidos financeiramente como o Brasil e a Argentina, as soluções para as carências em seus times, ao invés de procurar nas categorias de bases ou em outras equipes italianas, jogadores do próprio país. No caso da Inglaterra, que vem acumulando participações patéticas em mundiais, os próprios fazem piadas de si mesmos com ditados do tipo “quanto mais ingleses tiver em seu time, pior ele é”.
Que venha 2014. Nunca uma seleção brasileira será tão pressionada a ganhar uma Copa do Mundo. Aqui, segundo lugar não tem vez, não tem festa. Somos o “país do futebol”, e o mundo não espera outro resultado que não seja o título canarinho em casa e dando espetáculo. A margem de erro tem que ser pequena, tudo começará na escolha precisa de um novo técnico, na renovação do elenco, no incentivo aos jovens jogadores levando em consideração uma mescla que mantenha o espírito guerreiro da seleção, mas que ao mesmo tempo nos faça retornar as origens do nosso futebol “moleque”, que encanta o mundo e faz crescer a mística da amarelinha. Que se aprenda com os erros do passado, a nova ordem é planejamento, foco e a volta do bom e “velho” futebol brasileiro que andou em falta nas duas últimas copas.
A Fúria é uma boa campeã. Merecido seria para qualquer um dos lados. Pois, apesar de não ser tão brilhante como a Espanha, os holandeses que chegaram a três finais de copa e conseguiram com isso o status de “time grande”, poderiam ser premiados por terem dado ao mundo da bola, gerações como de Cruyff, Vam Bastem e Bergkamp. Os laranjas mantiveram a tradição de terem sempre um time competitivo e forte nos mundiais que disputaram.
Mas apesar de tudo, não poderíamos ter um campeão melhor que a Espanha. Digo isso porque a Fúria campeã fará muito bem ao futebol, por vários motivos. Um deles é o fato de todo campeão mundial influenciar o estilo que será jogado nos próximos quatro anos. Após o título da Alemanha em 90 e o Brasil em 94, times que priorizavam o futebol defensivo, todo o planeta passou a adotar esquemas cheios de volantes e zagueiros. O toque de bola espanhol, a valorização da posse de bola, a sinergia entre ataque e defesa, a velocidade da recomposição, o jogo fácil coletivo que abre espaços para as individualidades, e o mais importante, a quebra de tabus como o de que volante tem que ser brucutu e destruidor (Xavi, Alonso e Busquets são exemplos de volantes modernos que defendem limitando os espaços, com uma boa saída de bola através de passes precisos e visão de jogo), tornam a Espanha um modelo ideal a ser seguido. Pouco importa se foi o campeão com menos número de gols, a Fúria não deixou de ser ofensiva em nenhum momento. Foi o time que mais chutou a gol, que mais criou, que mais tempo ficou com a bola nos pés e que menos praticou o anti-jogo.
A Espanha entra para o seleto grupo de campeões mundiais (Brasil, Itália, Alemanha, Argentina, Uruguai, França e Inglaterra. Os três primeiros com mais autoridade), melhor ainda, entra para um grupo mais seletivo, o de campeões mundiais que jogam bonito, e premia um trabalho de mais de 8 anos que é desenvolvido no país. A Espanha foi o país europeu que mais títulos conquistou nos últimos anos nas categorias de base. 15 dos 23 campeões mundiais obtiveram ao menos uma conquista na base. A Fúria preparou seus atletas contra a mentalidade de “amarelar” nas decisões desde cedo, incentivou a formação e UTILIZAÇÃO de atletas nos seus principais clubes, e agora está colhendo os frutos deste trabalho. A Espanha, assim como a Alemanha, estão na contra mão dos outros fortes e influentes mercados europeus. Estão apostando na renovação de seu futebol e prestigiando os atletas locais. Basta fazer um comparativo entre seus principais times na atualidade. O Barcelona, campeão de tudo, o time espanhol do momento, tem em seu time titular entre seis a sete jogadores do país, isso sem contar com Messi que é muito mais espanhol que argentino. Do outro lado está a Inter de Milão (Itália). O atual campeão Europeu fez a final da Champions League sem contar com um italiano em campo, e o único que entrou no final da decisão foi o zagueiro Matterazzi, um veterano de quase 40 anos. A Inter é o reflexo do futebol italiano nesta copa, que busca em mercados menos favorecidos financeiramente como o Brasil e a Argentina, as soluções para as carências em seus times, ao invés de procurar nas categorias de bases ou em outras equipes italianas, jogadores do próprio país. No caso da Inglaterra, que vem acumulando participações patéticas em mundiais, os próprios fazem piadas de si mesmos com ditados do tipo “quanto mais ingleses tiver em seu time, pior ele é”.
Que venha 2014. Nunca uma seleção brasileira será tão pressionada a ganhar uma Copa do Mundo. Aqui, segundo lugar não tem vez, não tem festa. Somos o “país do futebol”, e o mundo não espera outro resultado que não seja o título canarinho em casa e dando espetáculo. A margem de erro tem que ser pequena, tudo começará na escolha precisa de um novo técnico, na renovação do elenco, no incentivo aos jovens jogadores levando em consideração uma mescla que mantenha o espírito guerreiro da seleção, mas que ao mesmo tempo nos faça retornar as origens do nosso futebol “moleque”, que encanta o mundo e faz crescer a mística da amarelinha. Que se aprenda com os erros do passado, a nova ordem é planejamento, foco e a volta do bom e “velho” futebol brasileiro que andou em falta nas duas últimas copas.
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