Depois de um intenso e minucioso trabalho de pesquisa dos departamentos de Marketing e Comunicação do Cruzeiro Esporte Clube, o mistério sobre a localização do troféu da Taça Brasil de 1966, primeiro Campeonato Brasileiro conquistado pelo Melhor Clube Brasileiro do Século XX, finalmente foi desvendado.
Ao contrário do que sempre se imaginou, a antiga CBD (Confederação Brasileira de Desportos), entidade que organizava o futebol brasileiro à época, não confeccionou uma nova taça a cada edição da competição. O troféu só ficava definitivamente com a equipe que conquistava três títulos consecutivos ou cinco alternados.
Ao longo de dez anos em que a Taça Brasil foi disputada, apenas dois foram produzidos. Um deles ficou com o Santos, campeão em 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965. O segundo troféu, que tem um desenho diferente do primeiro, se encontra na sede do Botafogo, último vencedor em 1968.
Essa informação acabou com o mistério que durou 44 anos e finalmente foi obtida após um profundo estudo nos arquivos do Clube, realizada pela nova equipe do Departamento de História e Pesquisa do Cruzeiro, comandado pelo diretor de marketing Marcone Barbosa. Foram encontrados documentos da CBD, datados de março de 1966, e da Federação Mineira de Futebol (FMF), com informações técnicas e regulamento da competição.
No artigo 1º do documento, a CBD informou que “a Taça Brasil (...), disputada, anualmente, pelas associações campeãs das federações que dirigem o futebol profissional e sua posse só será definitiva quando alcance um clube três vitórias consecutivas ou cinco alternadas”.
“Já há algum tempo, a gente vinha trabalhando e levantando informações sobre a taça de 66. O Cruzeiro tem um departamento de pesquisa e história, onde ficam armazenados todos os documentos do Clube. E, em uma de nossas várias pesquisas, descobrimos documentos da CBD e da FMF que informavam que a posse da taça era transitória e só seria definitiva para a equipe que conquistasse três títulos seguidos ou cinco alternados”, afirmou o diretor de marketing da Raposa, Marcone Barbosa.
De posse dessa informação, o Cruzeiro entrou em contato com o gerente de Memória e Acervo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Antônio Carlos Napoleão, e com o senhor José Carlos Peres, historiador do Santos e responsável pela confecção do dossiê para a unificação dos títulos da Taça Brasil e Taça de Prata com o Campeonato Brasileiro. Ambos se mostraram surpresos por desconhecer esse importante fato histórico.
“Através de pesquisas que foram feitas pelo Cruzeiro, contatos com autoridades e com os documentos que conseguimos encontrar, resolvemos o mistério, que nem a CBF e nem a empresa responsável pela confecção do dossiê tinham conseguido desvendar”, afirmou o diretor de comunicação do Cruzeiro, Guilherme Mendes.
A diretoria do clube estrelado já estuda a confecção de uma réplica da taça, que deverá estar no Clube no início do mês de fevereiro do próximo ano, como símbolo de uma das maiores glórias do futebol de Minas Gerais.
“Quando a réplica da taça estiver pronta, o presidente Zezé Perrella irá fazer uma solenidade com os atletas que foram campeões brasileiros naquela época. O presidente já fez uma homenagem aos campeões de 66, juntamente com os campeões da Libertadores de 76, mas sem o troféu”, afirmou o gerente de futebol do Cruzeiro, Valdir Barbosa.
De acordo com o dirigente celeste, desde que assumiu a presidência do Cruzeiro, em 1995, Zezé Perrella vem tratando de resgatar ao máximo a gloriosa história do clube cinco estrelas.
“Esse foi um assunto que ficou indefinido durante muitos anos e, como o brasileiro é pobre de história, tivemos muitas dificuldades. Quando o Zezé (Perrella) assumiu, encontramos muitas coisas em estado lastimável, filmes de jogos praticamente perdidos e foi dada a falta do troféu de 66”, comentou.
“Só que a informação que tínhamos era que ele tinha sido roubado, extraviado e agora, com o reconhecimento da CBF (das conquistas de 1959 a 1970 como títulos do Campeonato Brasileiro), os departamentos de marketing e de comunicação do Clube fizeram uma pesquisa e constataram que não houve roubo, já que a taça era transitória e está com o Botafogo”, finalizou o gerente de futebol celeste.
A iniciativa pioneira do Cruzeiro de fazer a réplica, despertou a mesma intenção em outros campeões da Taça Brasil, tanto que, nos últimos dias, a diretoria cinco estrelas foi procurada por representantes desses clubes para que outras réplicas também sejam produzidas nos mesmos padrões.
Durante mais de quatro décadas o troféu original esteve guardado na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas atualmente se encontra na sede do Botafogo, em General Severiano, no Rio de Janeiro.
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