quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

GERAL: COLUNA DO FLÁVIO ANSELMO

PORCO MAGRO DA ÁFRICA SUJA A ÁGUA COLORADA

Flávio Anselmo – 16/12/10

Aquele saltão alto que o time do Internacional calçou, exceto os argentinos D’Alessandro e Guiñazu, pregou-lhe tremenda surpresa e o derrubou sem piedade. Os gaúchos passavam a impressão, já no primeiro tempo, que a cabeça deles estava na Internazionale de Milão e não naquele desconhecido time do Congo. Nem respeitava o fato do Mazembe ter estreado com vitória (1 a 0) sobre o mexicano Pachuca. E daí?, imagino que pensavam os rapazes de Celso Roth. Quem é o Pachuca, afinal, diante do poderoso Inter de Porto Alegre, campeão da Libertadores e decantado em várias prosas fora do Sul como o melhor elenco do Brasil?

* Vamos a outro velho lugar comum: no futebol, toda arrogância é castigada. É o único esporte coletivo que permite o pequeno derrotar o grande.


ESPECULAÇÕES VIVAS

Conforme alerta a Trincheira, especulações é o que não falta. Mas enquanto Alexandre Kalil não divulgar no seu twitter, ou a assessoria de Imprensa do Cruzeiro informar, ou a do América mandar email, nada acontece de real. Toró vem? É só olhar pro céu e constatar que ele vem mesmo. Ontem à noite teve outro. Richarlyson? Não, acerta com o Fluminense. Agora, fala em Patric, do Porto, ex-jogador do Cruzeiro, lateral que o Galo estaria de olho.

* No Cruzeiro já colocaram vários jogadores e Valdir Barbosa desmente todos. No América, a história é outra. Renovação de contratos. Salum renovou agora o de Preto.

FORA DO TERREIRO

No Equador, onde passa suas férias, o zagueiro Jairo Campos manda dizer que, apesar de mais um ano de contrato pela frente, não quer ficar no Atlético. Ele teve bom começo, chegou a animar a torcida, mas à medida que foi acostumando-se com o ar puro cá de baixo - olha que nem estamos no nível do mar! – a bola de Jairo esvaziou. Confirmou o que penso do pessoal da altitude.

* Só joga lá em cima. Aqui em baixo todos são cabeças-de-bagre da pior qualidade.

CULPA DO DORIVAL

Jairo Campos manifesta sua insatisfação com a condição de reserva imposta pela chegada de Dorival Júnior na reta final do Brasileirão. Os titulares, por merecimento, tornaram-se Werley e Réver. Falando ao portal Futbolecuador, Campos disse que “quer deixar o Atlético, porque acabaram as chances dele por lá. Nos últimos dois meses eu já não jogava mais e como o atual treinador permanecerá, a ideia é sair, pois preciso jogar”.* Jairo Campos visa a Copa América a ser disputada em julho de 2011, na Argentina, e não quer ficar sem jogar e ser esquecido pela Seleção do Equador. Antes assim: lembrado lá e esquecido aqui.

ALEX NEM PENSA EM VOLTAR

Enquanto torcedores e cartolas sonham com Alex, o Mágico, vestindo a camisa 10 do seu time no Brasil, o meia que fica sem contrato com o Fernerbhaçe em julho tem propostas mirabolantes e interessantes de dois clubes tupiniquins: Fluminense e São Paulo. Desta forma, “trairia” as torcidas de Flamengo e Palmeiras que tiveram a felicidade de vê-lo atuar em seus times. No Morumbi, o nome de Alex figura em quarto lugar na lista de reforços pra camisa 10. * Em Minas, há fortes especulações de que a torcida celeste seria a “traída”, porque Alexandre Kalil movimenta-se nos bastidores atrás de grana pra trazer Alex.

KALIL, SALUM E PERRELA

Soube que foi dura a escolha, voto a voto, pra Dirigente do Ano no Troféu Guará. Desculpe-me Mané Carneiro, mas desde a morte de Osvaldo Faria não voto mais na promoção. Respeito, sem participar. Não sou como o Tostão que quando pensou em voltar ao mundo dos mortais não perdia uma entrega do Guará ou qualquer outra promoção. Agora diz que não vai porque não tem duas caras. Achei certa a escolha de Marcos Salum pelo sucesso do América. * Entendi, também, que a participação de Zezé no vice-campeonato do Cruzeiro foi marcante. Acertou na troca de Adilson por Cuca. Porém, tenho um capítulo especial pra Kalil.

BOLA DE CRISTAL

Quase tudo que Alexandre Kalil fez este ano no Atlético foi bem feito. Não me interessa como acertou as finanças do clube, passou a pagar os salários em dia e fez uma renovação total. Trouxe o treinador pedido pela torcida e por 100% da mídia alvinegra. Na orientação de Luxemburgo contratou quem devia contratar. Só faltou arrumar uma bola de cristal pra prever se o que fazia daria certo. Não deu. Agora sabemos disso e ele, também. Na época, elogiamos sua atuação e as contratações. Tudo roupa de domingo.

* É porque nós da Imprensa somos assim: oniscientes. Até me pergunto: por que os ortopedistas em vez de medicina não fizeram jornalismo? Afinal, sabemos mais do que eles. Que tempo perderam os advogados tributaristas ou conhecedores das leis esportivas? Deviam ter feito jornalismo! E os técnicos de futebol, ou os preparadores físicos, ou treinadores de goleiros, fisioterapeutas? Erraram. Só jornalistas sabem tudo.

* Ah, ah, ah, quando ouço ou vejo profissionais de MBA, ou formados em cursos superiores sobre marketing e direção esportiva, falarem em planejamento, morro de rir. Fizeram jornalismo? Claro que não. Então ouçam e leiam nossos intrépidos e oniscientes rapazes da imprensa dando aulas sobre diversos assuntos, Kalil, por exemplo, só tentou acertar, mas como não teve planejamento, errou tudo. Errou na contratação de Vanderlei Luxemburgo e jogou o Galo na beira do precipício.

* Ao Alexandre Kalil, rendo minhas homenagens e espero que no próximo ano não me obrigue ao exercício de onisciência gratuita que, também, pratiquei em 2010, como os demais companheiros de profissão. Foi bom reencontrar no imbróglio com o espírito do saudoso Elias Kalil, que Alexandre tão bem soube interpretar, e minha gratidão pela amizade mantida. Vamos que vamos.

Flávio Anselmo

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