Por Marcello Zalivi
O Cruzeiro conhece bem o caminho, após 2003 foram inúmeras chances de se conquistar um título de expressão, mas a imaturidade do grupo e a prepotência de alguns comandantes se transformaram no principal entrave.
Entre outras coisas, é inegável que o Cruzeiro em alguns momentos sucumbiu aos seus próprios problemas. Se formos destacar as principais campanhas celestes desde o magnífico feito de Alex e Cia, podemos destacar dois vices campeonatos. A Libertadores de 2009 e o Brasileiro de 2010.
Na Libertadores de 2009 muitos fatores pesaram, a pressão pela conquistas é uma delas, o fato da diretoria ter negado ao torcedor fiel sua presença no estádio em detrimento de dinheiro (que transformou nossa arquibancada de um caldeirão para uma massa fria), a falta de malícia de alguns jogadores, o gol perdido pelo gladiador em La Plata, deixar o ídolo Sorín e desafeto confesso de Verón fora da decisão e as pardalisses do professor AB são capítulos importantes, mas não foram o fiel da balança. O Principal fator foi o lado esquerdo da nossa defesa. Durante toda a temporada ficou evidente a falta de um lateral esquerdo de ofício e um zagueiro seguro. A diretoria fechou os olhos diante do belo futebol que a equipe apresentava. Era inegável que o time era o melhor da competição e conseqüentemente da final. Mas todo Aquiles tem seu calcanhar, e esse era o do time da toca. Pegou um time experiente que soube aproveitar a única fragilidade do adversário e nocautear um gigante em sua casa.
Não foi a primeira vez que caímos feio na Libertadores nesta década. Vale lembrar que em 2008 a derrota por 2 x 1 contra o Boca em La Bobonera fez ate a própria imprensa argentina duvidar. O time argentino chegou nervoso e apreensivo, mas tinha jogadores experientes que conheciam o mapa da mina. Novamente a zaga na figura do atabalhoado Espinoza. Sobre o equatoriano foram marcados os dois gols argentinos e decretado a eliminação celeste. Foi avisado, mas nada foi feito.
Brasileirão 2009, reação tardia? Nem tanto, não fossem os tropeços incríveis contra Grêmio e fluminense em pleno Mineirão, o time da toca teria se sagrado campeão e repetido a dose em 2010. Em 2009 faltaram algumas peças decisivas na reta final. Em 2010 faltou só um matador, apenas um jogador. Uma peça apenas e o quebra cabeças estaria montado. A diretoria sabia, vendeu Kleber e se contentou com Fárias (que estava sem ritmo e tinha ainda que se adaptar), Robert (um verdadeiro dublê de atacante), Wellington Paulista e Wallyson (uma incógnita), o resultado não poderia ser outro, um caminhão de gols perdidos. Bastaria ter colocado o pé na forma e aproveitado as inúmeras chances em apenas mais um jogo e o título era celeste. Foi avisado muitas vezes, mas a diretoria não tomou providencias.
2011 se apresenta em um horizonte favorável. Apesar de estarmos no “grupo da morte”, o Cruzeiro tem um time bem montado, com boas peças de reposição, falta apenas à contratação de um matador para o ataque, renovar com Leonardo Silva e buscar pelo menos masi uma opção interessante para setor ofensivo. Um lateral esquerdo reserva não seria nada mal. Com isso, o time está pronto. Disputa todas as competições como um dos favoritos e as chances de uma grande conquista crescem, já que o time se encontra ao meu ver, no seu auge de maturidade e primor técnico. Falta pouco, mas a diretoria insiste na política do “pé no chão”. Claro que ninguém aqui está mandando ser irresponsável e inviabilizar o clube, como diria um antigo diretor. Mas é preciso reconhecer que vencer competições importantes dão visibilidade, aumenta arrecadação, patrocinadores, as vendas são mais vantajosas, os contratos facilitados e o clube inevitavelmente lucrará com isso. Chegou à hora de ser ousado, uma instituição sólida e com credito na praça como o Cruzeiro pode se dar ao luxo de dar uma tacada diferente. Tem parceiros para isso, tem credito para isso, só falta a coragem e a gana pelas vitórias, uma coisa que se tornou bem distante, no longínquo ano de 2003.
Não podem deixar o bonde da história passar, nunca se sabe quando ele voltara a trilhar os caminhos das Gerais. Vamos Cruzeiro que a hora é essa.
Não podem deixar o bonde da história passar, nunca se sabe quando ele voltara a trilhar os caminhos das Gerais. Vamos Cruzeiro que a hora é essa.
3 comentários:
Belo texto!
Concordo plenamente!
Leitores/ usuários do Blog!
Gostaria de pedir a todos mais participação neste fantástico Blog!
Sou um leitor cruzeirense como vocês, e acho que estamos deixando muito a desejar neste blog. Particularmente, é um dos poucos Blogs no qual eu vejo informações realmente confiáveis, com boas reportagens, matérias, textos e etc.
Vamos comentar galera! Ter maior participação!
Parabéns pelo Blog!
Exatamente.. a hora é essa. E apesar de tudo acho que o o Kleber deveria voltar. O importante é que possamos ser campeões e só isso. Por mim pode até tatuar o palmeiras na bunda. Quero ser campeão.
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