O Futebol, como dizem os filósofos da bola, é uma caixinha de surpresa onde tudo pode acontecer. E é isso que o torna em uma paixão mundial. Podemos dizer que é o mais democrático dos esportes. O melhor nadador sempre vence, assim como o corredor mais rápido, o melhor carro de F1 (Se não quebrar), o melhor time de vôlei, o melhor do basquete. Sempre foi assim e sempre será, salvo as zebras milenares como a vitória olímpica do Brasil comandada por Oscar ainda na década de 80 sobre o Dream time americano.
Ontem, a convicção de uma vitória era quase certa, devido os últimos resultados do confronto. Mas como foi dito acima, o mais popular e democrático dos esportes prega surpresas e ontem aconteceu mais uma.
Na verdade, já estava prevendo que o mar não estava para peixe, ou melhor, não estava para sol. Uma chuva despencando do céu o dia inteiro. Levei um tombo que me rendeu alguns hematomas e na hora do jogo, o sinal da TV que estava passando o jogo deu pau e tive que ver a partida no mosaico, dividido por 4 telas e sem áudio. Para piorar, o primeiro tempo na rádio foi narrado pelo Caixa. Pressentimento ruim.
No campo, um time que jogou totalmente diferente do que vinha pregando. Humildade e trabalho. O Cruzeiro entrou acreditando já ter ganhado os 3 pontos e isso foi fundamental para ser surpreendido pelo galinho depenado. Os laterais fizeram uma partida sofrível e Edcarlos teve sua pior atuação desde sua chegada ao time. Para piorar, Montillo perdeu um gol incrível quando o jogo ainda estava 1 x 0, e desperdiçou um pênalti (de forma displicente) quando o placar apontava a vantagem de dois tentos para os alvinegros. O castigo veio logo em seguida com o 3º gol. E de nada adiantava ter maior posse de bola e criar mil oportunidades. Como já vinha comentando nas minhas últimas colunas, o Cruzeiro desperdiça um caminhão de chances por jogo e na hora que mais precisasse o preço a ser pago seria alto demais. Perda da liderança.
Não adianta mais explicar. Os motivos para sofrer os três primeiros gols foi entrar de forma dispersa e sem humildade. Após a entrada de Gilberto, o time foi outro e fez 3 gols, mas perdeu a partida pela displicência, perdendo um pênalti e dando mole no quarto gol adversário. E para finalizar, a velha deficiência celeste, o time perdeu o jogo e a liderança porque é incompetente nas finalizações. Ou seja, se não tivesse perdido tantos gols ao longo do campeonato, não teria entregado a ponta da tabela para o Fluminense por saldo de gols. Os detalhes fazem o campeão, e está mais do que na hora de dar atenção a eles.
Chances de título?
Cheguei a desistir após a derrota, pois nas quatro próximas rodadas, três são fora de casa. Mas depois que se analisa a tabela, a esperança ressurgiu. Entretanto, para que nossas expectativas sejam alcançadas, o time precisa fazer a sua parte, ou seja, vencer 3 dos próximos 4 jogos. Nossa seqüência contempla: Prudente (F), São Paulo (C), Vitória (F), Corinthians (F). É necessário vencer o Prudente virtualmente rebaixado, rasgar a carteirinha de freguês do tricolor paulista, e ter inteligência para superar o desespero baiano e sair com o triunfo. No jogo contra o Corinthians, já estou me conformando antecipadamente com os erros de arbitragem, apesar de darmos sorte contra os paulistas em território inimigo, mas em jogos decisivos neste campeonato, fomos roubados em todos eles. Quem não se lembra dos gols mal anulados nas partidas contra Santos, Botafogo e Grêmio (e Guarani)?
Já o fluminense, possui uma tabela bem mais cascuda. Faz três jogos em casa dos próximos quatro, mas não será fácil. Grêmio (c), Internacional (F), Vasco (C), Goiás (C). O Grêmio é o melhor time do returno e briga diretamente pela vaga na Libertadores. O Internacional, caso vence seu próximo confronto entra na briga pelo título, e independente de qualquer coisa, é um time sempre complicado de ser batido em casa. O Vasco alem de ser o time dos empates, é a equipe que sempre joga bem os clássicos. O Cachorro morto é o Goiás, mas será que estará tão morto assim (vide vitória em pleno Morumbi por 3 x 0)?
Ou seja, tem que somar pelo menos nove pontos nas próximas quatro rodadas disputadas. A briga vai afunilando e cada ponto é precioso. Os matemáticos já trabalham com a possibilidade do título sair com 68 pontos. Não vejo este número ainda como o ideal. 69 é muito arriscado, mas com 70 pontos acredito que o título está garantido. Em termos práticos, isso significa 5 vitórias e 1 empate em 7 jogos. O certo é que para ser campeão o Cruzeiro tem que sair da 35º rodada como líder. Pois os próximos três jogos provavelmente serão com equipes sem pretensões na competição e sem estimulo pela vitória, pois se vencerem poderão colocar seus principais rivais na luta pelo título. Caso contrário pode dar adeus ao caneco.
Vencer os 3 próximos jogos é difícil, mas não impossível.
Vamos Cruzeiro, agora é a hora!!
Notas da partida
FÁBIO: Tomar 4 gols (3 de Obina) no mesmo jogo é sinal de que alguma coisa está errada. Não é o nosso goleiro, e sim a defesa que pisou na bola. – 5
JONATHAN: TERRÍVEL – 0
(PABLO): Jogou o que sabe, quase nada. Mas foi melhor que o antecessor. - 5
EDCARLOS: TENEBROSO – 0
CAÇAPA: Já teve dias melhores – 4
DIEGO RENAN: AVENIDA – 0
(GILBERTO): Entrou e modificou a forma do time jogar, com organização tática. Com ele em campo desde o começo a história seria outra. – 8
MARQUINHOS PARANÁ: Perdido na marcação do meio campo, demorou a sair. – 4
(ROGER): Entrou tarde demais para modificar o panorama do jogo. Mas deu mais objetividade ao time. -6
FABRÍCIO: Muita raça, mas pouca produção no primeiro tempo. No segundo foi mais eficiente.
HENRIQUE: Também já teve dias melhores. Cresceu no segundo tempo e perdeu gol incrível. – 5
MONTILLO: Pela primeira e derradeira vez o camisa 10 ficou devendo, perdeu gol incrível e desperdiçou um pênalti. Não pode deixar a moral abalar. – 4
FÁRIAS: Está devendo. Perdeu boas oportunidades que poderiam deixar o time na liderança. – 4
THIAGO RIBEIRO: Dois gols, muita raça e dedicação, mas esteava sozinho para ajudar o time no ataque. – 8
CUCA: Errou desde a formação do banco de reservas, na escalação e no tempo que demorou para processar as substituições. A virada era possível. - 4
FICHA TÉCNICA CRUZEIRO 3 X 4 ATLÉTICO
Fábio; Jonathan (Pablo), Edcarlos, Cláudio Caçapa e Diego Renan (Gilberto); Fabrício, Henrique, Marquinhos Paraná (Roger) e Montillo; Thiago Ribeiro e Farías
Técnico: Cuca
Atlético
Renan Ribeiro; Rafael Cruz, Réver, Werley e Leandro; Zé Luís, Serginho, Renan Oliveira (Alê) e Diego Souza (Joedson); Diego Tardelli (Daniel Carvalho) e Obina
Técnico: Dorival Júnior
Estádio: Parque do Sabiá, em Uberlândia-MG
Data: domingo, dia 24
Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF)
Assistentes: Márcio Eustáquio Santiago (MG) e Guilherme Dias Camilo (MG)
Cartões amarelos: Diego Renan (CRU), Werley, Réver, Obina, Zé Luís, Daniel Carvalho (ATL)
Gols: Primeiro tempo - Obina, aos 6, 27 e 30, e Gilberto, 37min; Segundo tempo - Réver, 21, Thiago Ribeiro, 32 e 34min
Pagantes: 18.132 Renda: R$ 462.347,50
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