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Sem reforços, nem o Papai Noel leva o Cruzeiro ao título

Por André Luís Mapa (@andrelmapa; Facebook: André Luís Mapa)

Joel Santana chegou ao Cruzeiro e imediatamente a torcida, que repudiava sua possível contratação quando Cuca “balançava” no comando celeste, tornou-se confiante em seu sucesso. O “Papai Joel”, como se auto-apelida, é um bom técnico, experiente e que entende de futebol. No entanto, para brigar pelo topo da tabela, o Cruzeiro não precisa apenas de um novo técnico, falta qualidade técnica à equipe.

Existem deficiências claras na equipe cruzeirense. O lado direito da defesa é muito vulnerável com Gil, zagueiro esforçado, mas pouco seguro, e Vitor, principal candidato a assumir a lateral direita e que não tem conseguido ter uma sequência de partidas em decorrência de seguidas lesões. Já Henrique, volante encarregado de fazer a cobertura do setor não está em boa fase.

Outra inconsistência óbvia do Cruzeiro é no ataque. Montillo e Wallyson se movimentam e criam espaços, mas os volantes e laterais celestes vinham tendo pouca liberdade com Cuca e não participavam de forma efetiva da construção das jogadas ofensivas. Espera-se que com Joel, pelo menos, os laterais sejam mais participativos. Além deste problema estrutural, falta um atacante de peso, um legítimo “camisa 9”.

Coincidentemente, as principais deficiências da equipe celeste são em posições que, até pouco tempo, tinham como titulares absolutos jogadores envolvidos em três negociações polêmicas. No ataque, Kléber foi negociado com o Palmeiras por um valor considerado, por grande parte da torcida, irrisório; Jonathan teve parte de seus direitos vendidos ao Santos também por um valor considerado baixo; e o zagueiro Leonardo Silva trocou o Cruzeiro pelo rival Atlético. Ou seja, a reposição das peças no Cruzeiro não foi bem feita.

No ano passado, Cuca chegou ao Cruzeiro desacreditado por boa parte da torcida e levou o clube ao vice-campeonato brasileiro. Contudo, para isso, recebeu bons reforços como o zagueiro Léo e o meia Montillo, principal responsável pela boa colocação da equipe mineira no Brasileirão 2010.

Que o torcedor cruzeirense não se iluda e acredite que Joel conseguirá levar o Cruzeiro ao topo apenas com esforço, bom papo e organização tática. Se não forem contratados reforços para as posições carentes ou dada oportunidade para que jovens valores das categorias de base preencham as lacunas existentes, nem Papai Noel dá jeito.