sábado, 15 de fevereiro de 2014

AINDA REPERCUTINDO O "CASO TINGA"

APOIO INCONDICIONAL
Nesta sexta-feira, o Cruzeiro realizou o primeiro treinamento desde a volta de Huancayo, onde foi derrotado pelo Real Garcilaso, por 2 a 1, na estreia da Copa Libertadores. Os jogadores titulares fizeram atividade regenerativa, enquanto os reservas foram orientados em treino técnico. Alvo de insultos racistas no Peru, Tinga participou normalmente da atividade em campo. O mesmo apoio recebido desde o episódio de racismo no Peru foi vivenciado pelo volante na Toca da Raposa II. Enquanto Tinga e os demais reservas treinavam no campo mais próximo à entrada da Toca II, um grupo de seis torcedores incentivaram o volante incessantemente. Eles subiram num muro do outro lado da rua para que pudessem assistir à atividade. “Olê, olê olê, Tinga, Tinga”, gritaram.

DEDÉ: "JAMAIS VOLTARIA A PISAR NAQUELE PAÍS"
Os atos racistas da torcida peruana contra o volante Tinga, na última quarta-feira, em Huancayo, deixaram o zagueiro Dedé indignado. Segundo o defensor, essa foi a primeira vez que ele se desestabilizou dentro de campo por um motivo externo. O atleta também descreveu outros atos desrespeitosos da torcida do Real Garcilaso. "Fiquei revoltado. Foi o único jogo em que me vi descontrolado por essa situação. Fiquei com os olhos cheios de lágrimas. Não consegui dormir no avião. Lembrei de palavras do Tinga sobre família e filhos. Estou bem mexido com isso. Já me perguntaram se estou bem. Também sou negro. Somos todos iguais, sou brasileiro. Respeitamos todos os peruanos, mas, no jogo, a torcida, quando fez aquilo, manchou muito o povo peruano. Não tenho ódio, mas é um lugar onde eu jamais gostaria de pisar de novo", disse.

POR NÃO RELATAR RACISMO, ÁRBITRO SÓ PODE RECEBER PUNIÇÃO TÉCNICA
O fato de não ter relatado em súmula as manifestações racistas dirigidas ao volante Tinga, durante o jogo em que o Real Garcilaso venceu o Cruzeiro, por 2 a 1, poderão gerar punições técnicas, mas não disciplinares ao árbitro venezuelano José Ramón Argote Veja. A avaliação é do presidente do Tribunal Disciplinar da Conmebol, Caio Cesar Vieira Rocha, que destaca o fato de a ausência da referência no relatório da arbitragem não interfere na apuração dos fatos, tanto que já foi aberta uma investigação preliminar. Sobre uma eventual punição ao árbitro José Argote, ele disse ser possível, mas que não cabe um julgamento disciplinar. "É uma questão técnica, não é analisada por nós, que olhamos apenas o aspecto disciplinar. Ele pode ser julgado eventualmente pela comissão de arbitragem, que pode avaliar se trata de uma falha grotesca ou grave o fato de não ter relatado isso e aí ser punido", observou Caio César Rocha. O departamento jurídico do clube celeste já entrou com representação junto a Conmebol, por meio da Confederação Brasileira de Futebol, solicitando providências em relação ao caso de racismo do qual Tinga foi vítima. De acordo com o diretor de futebol celeste, Alexandre Mattos, as providências começaram imediatamente após o fato.

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