Em uma noite em que o Cruzeiro esteve irreconhecível em campo, o time mineiro, que fez a melhor campanha da primeira fase, foi eliminado da Libertadores pelo Once Caldas, da Colômbia, ao perder por 2 a 0, nesta quarta-feira, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Os gols foram marcados por Amaya e Dario Moreno, ambos no segundo tempo. Nos minutos finais do jogo, o técnico Cuca ainda se envolveu em um lance polêmico ao deixar o cotovelo no rosto de Rentería quando tentava recolocar a bola em jogo com mais rapidez.
Os comandados de Cuca poderiam perder por até 1 a 0 que ficariam com a vaga, já que haviam vencido por 2 a 1, no estádio Palogrande, em Manizales. Porém, desfalcado e jogando muito mal, foi dominado durante os 90 minutos pela equipe colombiana. A situação do Cruzeiro começou a se complicar aos 30 minutos do primeiro tempo, quando o meia Roger recebeu o segundo amarelo e acabou expulso.
Agora, a Raposa volta suas atenções para o Campeonato Mineiro, já que neste domingo enfrenta o arquirrival Atlético-MG, às 16h (de Brasília), neste mesmo estádio. O Once Caldas continua na competição continental e encara o Santos, de Neymar e cia. As datas dos jogos ainda não estão definidas, mas o primeiro confronto será em Manizales, já que o Peixe teve melhor campanha que o adversário.
Colombianos melhores
O jogo começou pegado. Tanto que, antes dos primeiros cinco minutos, Farías, pelo lado celeste, e Henríquez, do Once Caldas, já haviam levado o cartão amarelo. Ao contrário do que aconteceu nos duelos anteriores do Cruzeiro na Arena do Jacaré, pela Libertadores, a partida contra os colombianos mostrou ser complicada para a Raposa no quesito marcação. O Once Caldas marcava bem sob pressão, já que precisava se recuperar da derrota em casa
Sem Wallyson e Thiago Ribeiro, o Cruzeiro sofria muito com a falta de velocidade do setor ofensivo. Ortigoza e Farías não conseguiam levar a melhor sobre a defesa colombiana. A situação da Raposa se complicou com a expulsão do meia Roger. O jogador já havia levado cartão amarelo por uma falta por trás e, aos 30 minutos, cometeu a mesma infração e levou o cartão vermelho.
Pablo não conseguiu parar Rentería, que teve grande atuação (Foto: Juliana Flister / VIPCOMM)
Bem em campo, os colombianos chegavam no ataque. O ex-atleticano Rentería quase marcou um golaço. Aos 34 minutos, ele driblou três marcadores e chutou no ângulo, colocado, mas a bola caprichosamente bateu no travessão. Silêncio sepulcral na Arena do Jacaré.
Com um a menos, o Cruzeiro não conseguia acertar o contra-ataque. Com isso, o time da casa começou a sofrer uma enorme pressão colombiana. Aos 42 minutos, Moreno chutou para fora uma grande chance, cara a cara com o goleiro Fábio.
Na única chance real de gol para o lado azul, Ortigoza invadiu a área e chutou torto, para fora, no último minuto do primeiro tempo.
Tragédia anunciada
O jogo ficou melhor para o Cruzeiro logo aos dez minutos da etapa complementar. O meia Carbonero foi expulso depois de dar uma cotovelada em Henrique, após dividida. Com a igualdade numérica, a Raposa equilibrou as ações e passou a levar mais perigo ao gol de Martínez, que não fez nenhuma defesa no primeiro tempo.
O jogo ficou aberto, com lances de perigo para os dois lados. E foi o colombiano que vibrou primeiro. Aos 21 minutos, Amaya subiu mais que a zaga após cobrança de escanteio, e cabeceou sem chances para Fábio, que havia feito duas defesas espetaculares em lances anteriores.
O gol deu ares dramáticos ao jogo. E aos 26 minutos, Dayro Moreno silenciou de vez a Arena do Jacaré. Depois de Pajoy ter chutado na trave sem goleiro, a bola sobrou livre para Moreno, que soltou uma bomba no canto para ampliar o placar.
A empolgação celeste antes da partida deu lugar aos xingamentos dos torcedores direcionados aos jogadores que não fizeram boa partida, como Henrique e Pablo. Ao deixar o campo para a entrada de André Dias, o volante foi vaiado pelos cruzeirenses.
Com placar que o eliminava da competição, o Cruzeiro foi com tudo em busca do gol que daria o direito de levar a decisão para os pênaltis. Victorino quase diminuiu em cobrança de falta que Martínez espalmou.
Mas aos 37 minutos, veio o lance polêmico. Gilberto recebeu na grande área, driblou o marcador e fez um golaço. Mas a arbitragem assinalou impedimento equivocado do jogador. Jogadores e torcedores foram à loucura.
Daí para frente, o que se viu foi o desespero celeste, que desordenado, partiu para cima. Com isso, o ataque colombiano ganhou espaços, principalmente com Rentería, que deitou e rolou na zaga celeste, mas sem conseguir marcar.
E nos acréscimos, o técnico Cuca manchou ainda mais a noite do Cruzeiro. Uma bola sobrou para ele na lateral do campo. Ele pegou a bola com as mãos, e no embalo, deixou o cotovelo no rosto de Rentería. Após o jogo, o treinador negou a agressão. A confusão na lateral do campo não ajudou em nada o time da casa. O que parecia impossível aconteceu. O Cruzeiro, melhor campanha da primeira fase, deixou a Libertadores eliminado pelos colombianos do Once Caldas.
Fábio; Pablo, Gil, Victorino e Gilberto; Marquinhos Paraná, Henrique (André Dias), Roger e Montillo; Farías (Everton) e Ortigoza (Dudu) | Martínez; Calle, Amaya, Henríquez e Nuñez; Henao (Pajoy), Mejia, Carbonero e Mirabaje; Moreno (Micolta) e Rentería |
Técnico: Cuca | Técnico: Juan Carlos Osorio |
Gols: Amaya (21 minutos) e Moreno (26, do 2º tempo) | |
Cartões amarelos: Farías, Roger e Gil (Cruzeiro); Henríquez (Once Caldas) Cartões vermelhos: Roger (Cruzeiro) e Carbonero (Once Caldas) | |
Local: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Motivo: oitavas de final da Libertadores. Data: 04/05/2011. Árbitro: Antonio Arias-PAR. Auxiliares: Nicolás Yegros-PAR e Darío Gaona-PAR Público: 14.972 Renda: R$ 352.780,39 |
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