O Cruzeiro fez o que se esperava dele pela 34º rodada do campeonato brasileiro, vencendo o valente Vitória da Bahia por 1 x 0 , fora de casa, mantendo ainda acessa as chances do título.
Não foi uma boa apresentação do time celeste e muito em função do esquema tático montado por Cuca. Com três zagueiros e Montillo improvisado no ataque ao lado de Thiago Ribeiro, não tinha como dar certo, o argentino ficou perdido boa parte do jogo, sofrendo com a forte marcação que fazia faltas duras em rodízio. Depois que se deslocou para o meio, seu futebol deu sinais de recuperação, mas o esquema atrapalhava. Gilberto apagado, não conseguia municiar o ataque e Thiago Ribeiro estava longe de ser uma referência na área. Começou a buscar os lados do campo como característico do seu futebol e com isso o Cruzeiro sofria com a falta de um homem de definição na frente.
Com esse panorama, o Cruzeiro só poderia chegar ao gol em um lance fortuito. E foi o que aconteceu aos 29 minutos do primeiro tempo. Thiago Ribeiro tentou cruzar na área para o “centroavante” Diego Renan, mas a bola acabou encontrando a cabeça de Jonas no meio do caminho e enganando o goleiro Viáfara. Com a vantagem assegurada no placar o Cruzeiro resolveu se defender. O Vitória fez uma verdadeira Blitz, uma pressão enorme, mas só chegou a assustar mesmo em dois lances. Em um deles Fábio defendeu em cima da linha, em outro, a bola explodiu na trave. Os demais lances serviram para consagrar a defesa que teve trabalho apenas de tirar bolas altas da área contra o baixo ataque baiano (um erro comum dom futebol brasileiro).
Para mim, serviu de lição que mudar o esquema do time em reta final não é algo inteligente de se fazer. Caso o time não tivesse no elenco peças de reposição, tudo bem, o problema é que alem de contar com jogadores que poderiam ajudar a manter o esquema, Cuca improvisou outros, mexeu na composição tática do time, fez uma bagunça, sem contar nas alterações equivocadas. Comprometeu as atuações de quem vinha jogando bem e se não fosse a sorte, hoje estariam muito mais distantes na disputa.
Agora é a hora de focar no objetivo do título. Escalar bem o time e colocar em prática o seu melhor futebol. Não tem outra coisa a se fazer. Para ser campeão o Cruzeiro precisa se manter em uma distancia que lhe proporcione chegar a liderança da competição sempre na rodada seguinte. Ou seja, o próximo jogo é a derradeira final do campeonato. Vencer o Corinthians significa estar forte na briga e se postar como favorito, perder para o “timão” não só inviabiliza a conquista , como coloca em risco até mesmo a classificação para a Libertadores 2011.
Por isso, para vencer a final do próximo sábado, o Cruzeiro vai precisar jogar com o que tem de melhor e totalmente focado. Só assim para bater de frente com o time paulista (e todo o lobby da imprensa) e conseguir mais uma vitória para escrever nas páginas heróicas e imortais do clube.
Vamos Cruzeiro, a hora é essa!
NOTAS DA PARTIDA
FÁBIO: Defesas importantes que garantiram a vitória do Cruzeiro. - 8
RÔMULO: Mais uma chances desperdiçada, não foi efetivo em nenhum setor do campo. - 4
(JONATHAN): Deu mais consistência defensiva. Sem força no apoio. - 5
LÉO: Regular como sempre. Paredão (1) - 6
EDCARLOS: Se atrapalhou em alguns lances, mas não comprometeu. Paredão (2) - 6
GIL: Chutou para onde o nariz apontou. Paredão (3) - 6
DIEGO RENAN: Atuação discreta. - 5
(EVERTON): Mais discreto ainda. - 5
PARANÁ: Boa marcação, mas não tem a mesma qualidade de saída de bola dos outros volantes. - 6
HENRIQUE: Atuação apagada, com muitos Eros de passes e pouca presença no campo de ataque. -5
GILBERTO: Apagado no primeiro tempo, e mais ainda no segundo, demorou a ser substituído. - 4
(ROGER): Sua melhor jogada na partida foi a rapidez em buscar a camisa reserva do zagueiro Léo no primeiro tempo. Na verdade, entrou tarde para modificar alguma coisa. - 5
MONTILLO: Muito marcado, teve dificuldade em encontrar espaços e com quem jogar. Sofreu muito com o esquema de jogo. - 5
THIAGO RIBEIRO: Autor do gol e dos lances de maiores perigos no ataque celeste. Não conseguiu jogar como referencia e acabou atuando pelos flancos. - 7
CUCA: Escalou mal, mexeu mal, mudou o esquema de jogo na reta final. – 3
FICHA DO JOGO
Vitória 0 x 1 Cruzeiro
VITÓRIA
Viáfara; Nino, Gabriel, Jonas e Egídio (Elkeson); Ricardo Conceição, Ueliton, Bida e Ramon; Kleber Pereira (Schwenck) e Adailton (Henrique).Técnico: Antônio Lopes
CRUZEIRO
Fábio; Edcarlos, Gil e Léo; Rômulo (Jonathan), Henrique, Marquinhos Paraná, Gilberto (Roger) e Diego Renan (Everton); Montillo e Thiago Ribeiro. Técnico: Cuca.
Estádio: Barradão, em Salvador (BA).
Data: 7/11/2010.
Horário: 17h (de Brasília).
Árbitro: Paulo Godoy (SC). Auxiliares: Kleber Lúcio Gil (SC) e Marco Antonio Martins (SC).
4 comentários:
Prezado,
desta vez vou ter que discordar de você em um ponto. O Cuca merece uma nota maior. Com o número reduzido de atacantes DE QUALIDADE que o Cruzeiro possui, não era possível manter com o mesma esquema tático, pois as outras equipes já aprenderam a marcar o Cruzeiro (vide jogo contra São Paulo).
Acredito que o Cuca tinha que tentar algo novo, diferente. Felizmente demos sorte e saímos vitoriosos.
Pelo menos uma nota 5 ele merece.
Cuca demorou a mexer no time... não precisavamos de sofrer uma pressão entre os 15 e 25 do segundo tempo
nota 4,5
Cesinha
Daniel, respeito a sua opinião mas não concordo. O Cruzeiro só tinha uma maneira de vencer o Vitória ontem, contando com a sorte para achar um gol. E foi o que aconteceu (graças a Deus). Montillo esteve perdido no ataque e só foi aparecer na partida quando retornou a sua posição de origem. Gilberto também sentiu a mudança do esquema e sumiu no jogo. Thiago Ribeiro não é jogador de referência, e durante o jogo caia pelos flancos. O time não conseguia assim criar jogadas de perigo, no lance do gol, para vc ter idéia. quem estava na área para finalizar era diego renan(?????). Reta final, o time tem que jogar no esquema que não comprometa. O Henrique por exemplo foi um dos jogadores que sentiu a mudança. Com a volta do WP09, um zagueiro sai, e na minha opinião, a melhor escalação é colcoar a trinca de volantes, com Montillo solto. Não podemos dar espaços. Marcar forte no meio, e não com 3 zagueiros esperando o veloz ataque do corinthians chegar com a bola armada. Guilberto pode retornar ao time contra o Corinthians, afinal, ninguem pode ser intocavel na reta final.
Continue conosco.
Abraços,
Marcello
Cuca tinha que tentar algo novo. O problema é quando o novo é o velho Gil. Ainda bem que ontem ele não entregou. Mas isso é raro de acontecer
Zé Fernando
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